Um advogado paulista, torcedor do Corinthians, professor, jurista, promotor de Justiça, ex-secretário de Justiça do Estado de São Paulo, que, pelos seus méritos, foi convidado para ser ministro da Justiça do presidente Michel Temer.
É bom lembrar que Michel Temer era vice de Dilma Rousseff e o maior responsável por promover o impeachment de Dilma.
Com a queda de Dilma Rousseff, acabou a era PT e curiosamente deu-se início à era Bolsonaro, que, depois, ressuscitou o PT.
Como lembrança de Michel Temer na presidência temos Alexandre de Moraes nomeado para o Supremo Tribunal Federal (STF).
A queda do PT e o descrédito dos políticos de centro que formaram o novo governo Michel Temer, muitos deles envolvidos com ações da Lava Jato, fizeram nascer como candidato a presidente um outsider chamado Bolsonaro.
Bolsonaro se elegeu com um discurso contra o sistema, incorruptível, incomparável e inegociável.
Crítico de tudo e de todos.
No governo encontrou a primeira resistência e precisou se alinhar com o Congresso Nacional para não correr risco de impeachment.
Mas não deixou de lado seu discurso agressivo, só passou a mirar unicamente contra o STF.
O primeiro alvo foi Gilmar Mendes, mas logo conseguiu na figura de Alexandre de Moraes seu melhor e predileto inimigo.
Alexandre de Moraes, que seria o presidente do Tribunal Superior Eleitoral justamente na tentativa de Bolsonaro buscar a reeleição.
Mesmo sob suspeita de Bolsonaro, Alexandre de Moraes foi até o fim e proclamou Lula presidente.
A briga direta e aberta entre a família Bolsonaro e o STF na figura de Alexandre de Moraes agora virou crise institucional entre o Brasil e os Estados Unidos.
Com o avanço dos processos considerados “abuso de poder” por Alexandre de Moraes e a condenação de centenas de pessoas que, por óbvio, não merecem as penas duras que estão sendo submetidas, por serem praticamente inocentes nessa briga, cresce a revolta.
E cresce a tensão.
Na tentativa de evitar a prisão de Bolsonaro, os congressistas aliados estão articulando projeto para promover a anistia de todos os envolvidos no 8 de janeiro e os acusados de tentativa de golpe, sob pena de avançarem noutra pauta, o impeachment de Alexandre de Moraes.
É provável que o Congresso consiga minimizar as dores do 8 de janeiro, mas não acabará com a briga.
O mais curioso de tudo é que se Alexandre de Moraes sofrer impeachment, quem vai nomear o seu substituto é o presidente Lula, do PT.
Resta uma pergunta: isso será melhor ou pior para os que desejam derrotar o PT nas próximas e nas futuras eleições?
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@arnokunzler
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