O Presente
Arno Kunzler

Cabeça pra baixo

calendar_month 14 de março de 2025
2 min de leitura

Se vai dar certo ou errado, só o tempo dirá.

Mas é certo que o presidente Donald Trump está virando a economia mundial de cabeça pra baixo.

Muitas coisas aconteceram nas últimas décadas que contribuíram para levar as indústrias americanas para a Ásia, dentro e fora dos Estados Unidos.

Dentro dos Estados Unidos não havia mais mão de obra e nem incentivos e fora dos Estados Unidos havia mão de obra sobrando e muita mais barata do que custam os trabalhadores americanos.

Por isso, ficou atraente para as indústrias americanas se instalar na Ásia, o que barateou os produtos em todo o mundo, mas principalmente baixou o custo de vida do povo americano.

Só que isso teve um preço: a queda da atividade econômica dentro dos Estados Unidos e o crescimento fora dele, tornando o país dependente da maioria dos produtos que consome.

Donald Trump resolveu atacar o sistema atual, que gera medo pelas potências industriais que se tornaram China, Índia e Japão, junto com Cingapura, Coreia do Sul, Hong Kong e Taiwan.

Só que, para atrair indústrias de volta, os Estados Unidos precisam gerar outros incentivos, já que não há mão de obra barata disponível e a que existe – a legião de estrangeiros – é contestada pelo próprio presidente.

Trump já sinalizou que pode isentar os americanos do Imposto de Renda, já que o país estaria arrecadando bilhões, talvez trilhões de dólares pela taxação dos produtos importados de outros países.

Seria uma forma de compensar a produção americana, as empresas e os empregados americanos, que certamente vão pagar mais caro pelos produtos importados.

O mundo vai vivenciar nas próximas décadas uma impressionante mudança do comércio global, já que a iniciativa do presidente Trump deve gerar atitudes diferentes mundo afora.

Vários países já responderam com a mesma moeda, sobretaxando os produtos americanos também.

O Brasil ainda está em compasso de espera. Nosso comércio com os Estados Unidos é significativo e as empresas não querem decisões precipitadas.

A única coisa certa que vamos ver nos próximos anos é a majoração de produtos que foram sobretaxados, o que pode gerar inflação, se não forem tomadas medidas compensatórias.

Como os governos vão lidar com isso? Essa é a grande incógnita.

Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul

arno@revistaamigosdanatureza.com.br

@arnokunzler

 
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