O Presente
Arno Kunzler

Desprezível e inútil

calendar_month 16 de setembro de 2024
2 min de leitura

Tirando o lado engraçado, hilariante e cômico, nada mais sobra do esforço de Datena e Pablo Marçal para encontrar um mote de campanha que faça o eleitor se decidir por eles.

Salvo engano desse colunista, tanto Datena como Pablo Marçal dificultaram muito suas próprias campanhas e se havia alguma chance de alguém chegar ao segundo turno nessa disputa pela Prefeitura de São Paulo, pelo jeito essa chance acabou.

Um candidato não pode agredir verbalmente tanto seus adversários e o outro não pode perder a cabeça a ponto de dar uma cadeirada no oponente.

Cena melancólica da nossa política e da disputa pela principal prefeitura da América do Sul, cujo orçamento para 2024 é de R$ 118 bilhões.

Apenas para efeito comparativo, o orçamento do Paraná aprovado para 2025 prevê arrecadação de R$ 68 bilhões, pouco mais de 50% do orçamento da Prefeitura de São Paulo, que, por sua vez, se equivale ao orçamento do Estado de Minas Gerais.

Portanto, a cidade de São Paulo é um dos principais motores da economia brasileira, cuja prefeitura não pode ser maltratada assim, a cadeiradas.

É bem verdade que a classe política como um todo está sendo rejeitada pelos eleitores, não só por aquilo que faz de forma errada, mas e principalmente por aquilo que não faz quando está no governo.

Pablo Marçal, diferentemente de Datena, é rico e inteligente, mas pode estar jogando fora seu futuro, que poderia ser promissor, tamanha é sua capacidade de comunicação.

Esse episódio é mais um retrato da falta de limites e da pobreza moral do ser humano em tempos de redes sociais.

Saindo das redes sociais e levando o estilo de comunicação para os palcos da política, o resultado é facada, tiro e cadeirada.

Pensamos equivocadamente que estamos evoluindo, que as redes sociais nos deixam mais preparados.

Só que não, o preparo não vem das agressões e nem dos xingamentos.

O preparo do político vem do debate de ideias e do contraditório.

Para moldar um bom político é preciso uma tribuna livre e adversários para enfrentar.

Caso contrário, produzimos ditadores, que, na falta de argumentos, sentam o braço, ou no caso, a cadeira.

Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul

arno@revistaamigosdanatureza.com.br

@arnokunzler

 
Compartilhe esta notícia:

Este website utiliza cookies para fornecer a melhor experiência aos seus visitantes. Ao continuar, você concorda com o uso dessas informações para exibição de anúncios personalizados conforme os seus interesses.
Este website utiliza cookies para fornecer a melhor experiência aos seus visitantes. Ao continuar, você concorda com o uso dessas informações para exibição de anúncios personalizados conforme os seus interesses.