O mundo ficou incrédulo na noite do último sábado (21) e na manhã do domingo (22), quando soube que os Estados Unidos bombardearam as instalações nucleares do Irã.
É impossível não imaginar uma escalada de consequências intermináveis depois de um ato de tamanha ousadia e eficiência.
Mas aqui quero deixar uma reflexão de um leigo que apenas tenta entender as guerras, os seus motivos, como elas começam e principalmente como terminam.
E para entender o que aconteceu no Irã, talvez tenhamos que retroceder e entender como terminou a Segunda Guerra Mundial.
Pois bem, a Segunda Guerra Mundial acabou quando os aliados jogaram duas bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki e o resto a história conta.
A guerra acabou pelo medo. O mundo não queria ver outra tragédia igual aquela.
De forma que, o acontecimento do último domingo pode ser a chave para os países entenderem que são incapazes de deter o armamento e a tecnologia que alguns países dominam (talvez um único).
Durante décadas os países desenvolveram sistemas antimísseis para proteger seus ativos e a população de um possível ataque nuclear.
Construíram bunkers onde as pessoas se escondem quando a sirenes anunciam um novo ataque.
Construíram bunkers para desenvolver seu armamento, supostamente protegido de qualquer risco de ataque inimigo.
Pois na noite de sábado, sete aviões saíram dos Estados Unidos, percorreram 11 mil quilômetros aproximadamente e detonaram duas ou três montanhas no Irã, com absoluta precisão, onde o país supostamente teria desenvolvido e protegido seu sistema nuclear.
Os aviões retornaram para os Estados Unidos sem que fossem percebidos por nenhum equipamento voando em espaço aéreo protegido por dezenas de países.
As bombas que levaram até o Irã estouraram bunkers de quase 100 metros de profundidade em meio às rochas.
Talvez o mundo tenha percebido que não há lugar seguro neste planeta e que numa guerra não haverá vencedores.
Talvez tenha chegado o momento desses líderes mundiais perceberem que brincar de fazer guerras, por maior que seja o motivo, não levará ninguém a lugar melhor do que já está.
Se ainda havia alguma esperança de um país vencer desafetos provocando guerra, pode ser que agora entendam que a paz pode ser o menor preço a ser pago.
Se a paz é tão difícil de ser negociada através da diplomacia e do bom senso, quem sabe, agora, os provocadores das guerras tenham mais respeito e meçam suas palavras e atos provocadores.
Talvez a história, num futuro não muito distante, faça essa ressalva.
A paz pode ser melhor obtida pelo choque do medo do que por provocações diplomáticas e ameaças corajosas entre seus líderes.
Oxalá, os briguentos que provocaram a guerra, agora tenham certeza que eles não serão vencedores.
Normalmente quem vence a guerra não são aqueles que começaram ela, são os que conseguiram acabar com ela.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul
arno@revistaamigosdanatureza.com.br
@arnokunzler
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