Somos literalmente enganados há pelo menos 50 anos, com propostas de reforma tributária.
Temos, de um lado, os governantes e, de outro, os geradores de riqueza, empregos e impostos.
Há quase 50 anos ouço falar que o Brasil só vai melhorar para os que produzem quando for feita uma reforma tributária “justa”.
Só que uma reforma tributária justa, para os que produzem, é baixar os impostos, que, há décadas, de reforma em reforma só aumentam.
Quando os governos começam a defender uma reforma tributária é porque querem aumentar os impostos para não terem que baixar as suas despesas.
É até compreensível que ninguém queira reduzir gastos. É uma atitude antipática, seja para diminuir obras, reduzir serviços ou demitir servidores.
A nossa carga tributária beira os 40% do Produto Interno Bruto (PIB) quando era menos de 10% na década de 60/70.
Fomos iludidos por propostas como o imposto único, o imposto sobre o cheque e sobre movimentações financeiras, por exemplo, que, ao invés de imposto único, se tornaram novos impostos.
Oxalá a sociedade brasileira, através de suas entidades representativas e do Congresso Nacional, não permita que este e nem futuros governos consigam aumentar ainda mais a nossa carga tributária.
Todos os últimos governos tentaram e alguns não conseguiram; o atual está se articulando para tentar novamente.
Não basta ser contra uma reforma tributária que aumente impostos, é preciso lutar contra.
Até porque os governos costumam apresentar as propostas de reforma tributária embutindo novos impostos ou aumentando alíquotas que a maioria das pessoas nem percebe.
O embrulho parece bom e bonito, mas, na prática, nunca foi assim.
Fica aqui o alerta: se não estivermos atentos, seremos enganados novamente.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul