O Brasil vive um dos momentos mais delicados da República que pode ter fim com a eleição do próximo presidente ou não.
Enquanto uns torcem, e acham justa a condenação e prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, outros o defendem e querem o impeachment de Lula.
Enquanto isso, em torno de mil pessoas estão presas e sendo condenadas a penas que muitos acham exageradas.
A Suprema Corte sofre críticas por chamar para si toda responsabilidade pelos processos do 8 de janeiro.
No mundo político Bolsonaro não só está vivo como pretende coordenar a sua ou a campanha de quem deverá sucedê-lo.
Enquanto isso, Lula, apesar da queda de prestígio do governo, se mantém como o único nome em disputa pela frente de esquerda que pode, dependendo das coisas, ser engrossada por muita gente do centro e direita.
Hoje o cenário político é Lula contra Bolsonaro, mas, a exemplo de 2018, o Supremo pode mudar esse quadro.
Se a Suprema Corte condenar Bolsonaro e ele ficar de fato inelegível, como tudo indica que ficará, a esperança dos bolsonaristas recai sobre o governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo.
Mas a indicação de um sucessor para Bolsonaro promete ser truculenta, especialmente se o ex-presidente insistir no nome da sua mulher Michele Bolsonaro ou algum de seus filhos.
Assim como Lula, Bolsonaro há de comandar o seu grupo, ainda que esteja preso, tamanho é sua capacidade de mobilização de massas.
E mais uma vez, o alvo principal das discussões políticas será o ministro do Supremo Alexandre de Morais.
Nada mais forte e nenhum apelo eleitoral é mais convincente numa campanha que um inimigo odiado por seus eleitores.
Portanto, alô STF.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul
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@arnokunzler