Os serviços de espionagem oficial no Brasil não são nenhuma novidade, mesmo que sejam ilegais e imorais.
A propósito, eu nunca consegui entender espionagem legal: quem pode espionar quem?
Se houver suspeita de crime, ou corrupção, o sujeito, empresa ou entidade deve ser investigado e não espionado.
Mas, fora isso, a espionagem tem sempre o tal do sujeito oculto.
Aquele que paga, aquele que recebe informações e aquele que usa essas informações para se beneficiar daquilo que ele não deveria saber.
Os trapalhões da espionagem de ontem não são os mesmos trapalhões de agora; agora são outros espiões e outros personagens ocultos.
Não deveria ser surpresa para ninguém essa tentação do ser humano, com a máquina a seu favor, querer dar uma “espionada” na vida alheia.
Afinal, somos movidos por interesses e sempre é melhor saber tudo sobre o inimigo ou adversário, como queiram, do que ser surpreendido por ele.
Esse inferno astral que vive a família Bolsonaro depois que perdeu a eleição para presidente parece não ter fim.
Difícil para o PT esquecer dessa figura pública, aparentemente tão inapta, mas tão habilidosa politicamente e tão idolatrada por milhões de brasileiros.
Deve doer para o PT ver Bolsonaro ressurgindo, unido com sua família, assim como Lula ressurgiu após a prisão.
Criar um escândalo ou aproveitar para explorar um escândalo que eles próprios criaram é tudo que os aliados do presidente Lula querem para tentar desmistificar a imagem da família Bolsonaro.
Se a família está envolvida nisso, é uma tremenda e gigantesca trapalhada, mas a forma como o PT e seus aliados se comportam também é.
Um escândalo apaga o outro?
O PT cria fantasmas e depois questiona a “Transparência Internacional” se o Brasil piora no conceito de país visto pelos brasileiros e pelo mundo, como quem piorou no combate à corrupção.
A família Bolsonaro se envolve ou convive com fantasmas e depois reclama que está sendo perseguida pela Polícia Federal a mando do PT.
Cada um usa as armas que tem a seu favor para detonar seu adversário e rejeita as trapalhadas que lhe prejudicam.
Para quem assiste aos noticiários e não tem tanta intimidade com os políticos e suas formas de agir, acha, e de fato pode estar certo, que vivemos uma revolução de ideias e comportamentos.
A política é uma arte onde tudo é permitido, menos perder a eleição e ser pego em flagrante delito.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul
@arnokunzler