O agronegócio brasileiro demonstra uma vitalidade impressionante nos últimos anos, uma força e uma confiança ímpares durante a pandemia, quando a economia de modo geral encolheu e o agro literalmente explodiu.
Finalmente parece ter chegado aquele momento que todos esperavam.
O Brasil atingiu números que impressionam o mundo e com eles alavanca nosso desenvolvimento.
O agronegócio definitivamente deixou para trás o rótulo de terceiro mundo e se alinha aos grandes.
E para continuar crescendo acima da média mundial, basta que ninguém, principalmente os governos, atrapalhe.
Se alcançamos níveis de produtividade e ganhos reais nas condições que estamos, imagina quando isso mudar.
Quando tivermos ferrovias e rodovias de boa qualidade, portos operando com rapidez e eficiência, leis que protegem e incentivam quem produz e juros civilizados como os atuais.
Temos muito espaço para crescer na mesma área cultivada.
Temos muito espaço para melhorar a renda, com os mesmos números de faturamento.
Se trabalharmos para que isso seja possível, o Brasil ainda pode atingir novos recordes de produção.
Talvez até consiga trazer muita gente que abandonou o campo e foi para cidades grandes, de volta ao interior.
O que mais falta no interior é mão de obra e o que mais sobra nas cidades grandes é gente desempregada.
Talvez essa equação possa ser solucionada com uma legislação que incentive o emprego no campo e em torno das pequenas cidades.
Já sabemos que as grandes concentrações urbanas produzem bolsões de pobreza enquanto o agro produz riqueza.
Juntar isso passa por leis que favorecem a empregabilidade no campo e incentivem a permanência do homem na terra.
Nosso olhar ignorante sobre relações de trabalho no campo praticamente extinguiu o emprego nas regiões onde mais falta mão de obra.
E ao invés de melhorar as condições de vida dessas pessoas na cidade, geramos o caos social e o desemprego urbano.
Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos
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