Quando uma comunidade questiona a legitimidade dos seus representantes na função de porta-voz, parece que vive um vazio que precisa e deve ser preenchido.
Na história não há exemplos de que o poder ficou vazio.
Nem mesmo diante de uma tragédia, quando supostamente cria-se o vácuo de poder pela morte e ausência de um líder.
Assim, na nossa política doméstica podemos dizer que estamos vivendo um momento de vazio de poder.
Temos eleitores e entidades que ainda hoje recorrem aos ex-deputados para pedir apoio ou se aconselhar.
Temos entidades e eleitores que não abandonam o ex-prefeito e temos o prefeito e vice na prefeitura que tentam com grande esforço, mas muitas vezes não conseguem representar os interesses de boa parte da comunidade.
Assim, vivemos um momento de poder diversificado.
É uma luta quase insana nos bastidores para consolidar novas lideranças, muitas vezes às custas de críticas, incompreensões, acusações, ofensas e má vontade.
Um momento assim nos faz refletir e favorece o surgimento de novas lideranças, mas é ruim porque em algum momento pode comprometer projetos importantes de obras imprescindíveis que, se todos tivessem unidos, viriam com facilidade.
É preciso prestar atenção para que a disputa pelo centro do poder seja um processo por meio do qual se sobressaiam o talento e o espírito de liderança de quem tem aptidão para exercê-lo, e não uma batalha de autodestruição do nosso próprio futuro e das pessoas.
Sempre é bom que novas lideranças surjam e façam parte das decisões importantes. Assim, com vários líderes disputando espaço, evitamos a polarização extrema que já foi danosa no município em um passado recente e está sendo muito ruim para o Brasil.
Vejo com bons olhos que a Câmara de Vereadores seja um espaço para embates acalorados onde surgem lideranças já preparadas para funções importantes.
Também vejo com simpatia, apesar dos muitos exageros, que as redes sociais estejam preparando lideranças para o embate político, que hoje não tinham espaço nos partidos políticos, por exemplo.
O que falta, muitas vezes, em organizações mais conservadoras, como a própria Acimacar, é massa crítica para confrontar os discursos oficiais da realidade, discussões que ajudam encontrar a melhor solução.
Mas o momento é bom, é propício para identificar quem está preparado para batalhas mais acaloradas e quem fica limitado a proferir ofensas e ataques, ou porque é apenas oposição, ou não tem seus pedidos atendidos, ou não consegue entender a problemática das administrações públicas e acha que tudo pode ser do seu jeito.
É na mistura das ideias e na vontade de encontrar soluções que prosperam as melhores lideranças e surgem os bons projetos para construir o nosso futuro.
arno@revistaamigosdanatureza.com.br
@arnokunzler
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