O papa Francisco, ou o papa argentino, como dizem, caiu como uma luva sobre os dogmas da igreja que só nas últimas décadas perdeu milhares de fiéis a cada ano.
A Igreja Católica, não é de hoje, tem dificuldade para repor seus padres, muitos porque não concordam mais com o celibato.
Como instituição secular, a igreja guarda uma boa parte da história em seus livros e nas catedrais mundo afora, e principalmente no Vaticano, na Capela Sistina, fazendo do turismo religioso uma importante fonte de renda e de mobilização de fiéis.
A história mantém a igreja viva e forte, mas a falta de modernização e inovação distanciam os fiéis do convívio tão necessário ou até afastam as pessoas em busca de outras religiões, novos ares, ou novas promessas.
Mas o papa Francisco foi à luta, propôs mudanças que obviamente não ocorreram e nem podem ocorrer num curto espaço de tempo.
Francisco deixa um legado, que pode ser aproveitado, dependendo do papa que sucedê-lo.
Se o conclave optar por um papa mais conservador, a doutrina e os pensamentos de Francisco serão sepultados com ele.
Porém, se a escolha recair sobre um nome com pensamento semelhante, a Igreja pode aproveitar esse esforço e o momento para inovar suas ações e ser mais atrativa para quem busca inspiração divina.
Francisco fez o que pôde. Bateu em muitas portas que se abriram, mas dentro da própria Igreja encontrou a maior resistência.
Há os que defendem a forma tradicional da Igreja, que preserva os dogmas e tradições, e parece que esses estão mais doutrinados e coordenados do que aqueles que preferem uma igreja mais aberta, mais acolhedora, mais envolvente e mais desregrada.
É um bom momento, o mundo está ávido por quebrar paradigmas.
A fé continua sendo o combustível mais importante que move a humanidade.
Talvez não aconteça nada de novo, mas o momento é propício para propor, discutir e fazer mudanças.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul
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