Uma infinidade de enigmas precisa ser decifrada pelas pesquisas a serem realizadas sobre o cenário político brasileiro, neste momento.
Primeiro, temos dois pré-candidatos, os que pontuam nas pesquisas, com elevadíssimas taxas de rejeição e ambos podem nem ser candidatos.
Segundo, temos juros pela hora da morte que impedem qualquer investimento produtivo a partir de empréstimos, inibindo a classe empresarial, que, de forma generalizada, está insatisfeita.
Terceiro, temos falta de mão de obra andando na contramão de tudo isso, tornando os serviços e os produtos mais caros ou mais escassos.
Quarto, temos uma impressionante distribuição de fartura, sem lastro orçamentário, entre os entes públicos, com emendas parlamentares e governos fazendo generosas liberações de recursos para municípios.
Quinto, um nível de endividamento elevadíssimo das famílias e das empresas, provocado especialmente pela taxa de juros.
E o mais importante, nesta semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, mais uma vez, os números do desemprego, informando que estamos vivendo o menor desemprego desde que a taxa começou a ser medida.
Ou seja, a falta de mão de obra força os salários para cima, mas, ao mesmo tempo, a majoração de preços corrói os ganhos dos trabalhadores.
Tudo isso a um ano do começo da campanha eleitoral, momento em que governo e oposição vão medir a força de seus candidatos e quais os aliados possíveis.
Em todos os cenários, os juros altos prejudicam o governo e o baixo desemprego favorece.
Mas o que hoje mais preocupa o governo é a falta de apoio político no Congresso Nacional, onde sua gastança exagerada pode criar problemas ainda maiores do que os já expostos.
Um cenário pouco animador para o governo e de muita cautela para euforia da oposição.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul
arno@revistaamigosdanatureza.com.br
@arnokunzler
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