Ou o presidente Lula recua de suas pretensões, ou o Brasil pagará caro pela sua falta de sensibilidade e ignorância com os negócios internacionais.
Ao tentar marcar posição em todos os acontecimentos internacionais, Lula vai distanciando nossa diplomacia dos interesses econômicos e institucionais do país.
Primeiro ignorou que a Ucrânia foi invadida pela Rússia e não o contrário e, ao dar palpite, colocou-se na contramão dos países ocidentais.
Depois, mais uma vez, Lula se colocou na contramão dos países ocidentais ao considerar as ações de Israel “genocídio” e apoiar a condenação do país pelas Nações Unidas.
Depois foi a vez de oferecer asilo político à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia. Ela e o marido foram condenados por corrupção pela Justiça do Peru, após envolvimento com a construtora Odebrecht.
Depois foi à Argentina visitar a ex-presidente Cristina Kirchner em prisão domiciliar, manifestando-se contra sua prisão decretada pela Justiça da Argentina.
E, para concluir o bolo, envolveu-se até o pescoço com os Brics e passou a defender abertamente a adoção de outra moeda, que não o dólar, para as transações comerciais internacionais envolvendo os países membros dos Brics e outros.
Além disso, acena com frequência para governos do Irã, Venezuela e outros desafetos do mundo acidental, especialmente dos Estados Unidos, países que maltratam os preceitos democráticos.
Vamos dizer assim, o nosso presidente está “enchendo o saco”.
Nossa diplomacia, que sempre foi ordenada a cuidar dos interesses institucionais, passou a olhar o mundo com interesse ideológico.
Ao comparar a reação de Trump como uma “trucada” e que ele poderia gritar “seis”, Lula ignora que nesse jogo, se fosse considerar um jogo de truco, Trump teria “gato” e “copa” e Lula no máximo o “mole”, tamanha é a diferença de poder de um e de outro.
Nesse jogo de interesses que Lula meteu o Brasil, o único que pode ganhar é o próprio Lula ao explorar demagogicamente o estilo agressivo de Trump.
Com os anúncios do presidente Trump de um acordo com a União Europeia e um novo prazo de 90 dias para celebrar um acordo com a China, o Brasil literalmente ficou isolado.
Caso o presidente Lula queira insistir nas suas convicções ideológicas e com isso causar prejuízos ao país, pode ele, Lula, correr risco de ver seu mandato em xeque.
arno@revistaamigosdanatureza.com.br
@arnokunzler
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