O Presente
Arno Kunzler

O contraste dos números

calendar_month 4 de julho de 2025
2 min de leitura

A percepção que a maioria dos empresários tem em relação à economia do Brasil é a mais gritante contradição com os recentes números estatísticos.

O empresariado lamenta os juros altos que sufocam qualquer iniciativa de investimento com dinheiro de empréstimos.

A falta de mão de obra em quase todo o Brasil inibe muitos empresários, especialmente em negócios que funcionam em horários como o noturno, sábados e domingos.

Por outro lado, em contradição ao discurso de que a economia vai mal, que o Brasil está quebrando, estão os números divulgados durante a semana.

O nível de desemprego atingiu 6,2%, um índice muito baixo no trimestre que fechou em maio de 2025.

A projeção é que a massa salarial e o número de trabalhadores com carteira assinada alcancem novos recordes em 2025, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As vendas no varejo indicam que há crescimento, ainda que pequeno e com oscilações.

Por exemplo, a venda de carros novos aumentou 4,8% no primeiro semestre, com 1,2 milhão de veículos emplacados.

A projeção para a construção civil é de um crescimento de 2,3% em 2025, o que contrasta profundamente com os juros altos.

A Ibovespa, maior bolsa de mercadorias da América do Sul e uma das mais relevantes do mundo, atingiu um recorde histórico de 140 mil pontos na quarta-feira (2), mantendo a posição na manhã de quinta-feira (3).

Além disso, o dólar baixou para menos de 5,50, o que diminui a pressão sobre muitos produtos que utilizam componentes importados, inclusive comida.

Bom, o que me intriga é o que mais ouço: a economia do Brasil está mal.

Olhando para os juros, eu acredito. Olhando para o orçamento do governo e as dificuldades para diminuir gastos, eu acredito. Olhando para as pesquisas, vendo os números que indicam insatisfação com o governo, eu também acredito.

Mas, será que o crescimento é fruto apenas do endividamento das famílias?

Ou seria do aumento do poder aquisitivo dos trabalhadores mais o Bolsa Família turbinado?

Se o dólar mantiver as cotações atuais, os alimentos vão baixar de preço e é provável que teremos o controle da inflação sem a necessidade de juros tão altos. Aí, na minha modesta opinião, tudo pode acontecer.

Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul

arno@revistaamigosdanatureza.com.br

@arnokunzler

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