Só quem tem animais domésticos sabe como é a reação deles diante do barulho sonoro inconveniente promovido nesta época do ano pelos foguetes e rojões.
As pessoas adoram soltar foguetes para comemorar suas conquistas.
É um costume, um hábito que se propagou e hoje gera consequências desagradáveis.
É difícil imaginar que um dia possamos nos livrar desse inconveniente, mas é certo que poderíamos criar regras para diminuir os malefícios.
Aos invés das pessoas soltarem rojões durante vários dias de forma aleatória, poderíamos ter uma regra para fazê-lo em determinado lugar e horário.
Vai lá que na virada do ano os fogos de artifício sejam o principal atrativo para a realização de eventos públicos e ninguém certamente imagina acabar com isso.
Mas, infelizmente, hoje convivemos com a soltura de rojões que causam enorme sofrimento para os animais, idosos e crianças especiais, especialmente as com transtorno do espectro autista.
Há alguns anos, o médico rondonense Ítalo Fumagali, na época vereador, apresentou um projeto para normatizar o comércio e a soltura desses artefatos no município.
O projeto não teve apoio da comunidade muito mais pela nossa ignorância sobre o assunto do que pela aprovação da soltura de fogos, já que a grande maioria das pessoas sentem o desconforto, mas não querem se manifestar.
Mais do que nunca a comunidade precisa debater esse assunto para saber se queremos permitir ou não esse maltrato aos animais e às pessoas indefesas.
É uma crueldade que o ser humano civilizado e consciente não pode continuar praticando.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul