Nunca na história da nossa região
tivemos tantos prefeitos reeleitos com margem de votos tão expressiva.
A começar por Marechal Cândido Rondon, onde Marcio Rauber fez a maior diferença sobre seus adversários, maior que todos os pleitos recentes.
Até então tivemos duas reeleições difíceis, com Edson Wasem e Moacir Froehlich.
Porém, a maioria dos prefeitos que disputou a reeleição em 2020 teve ampla vantagem sobre seus concorrentes.
Foi assim em Guaíra, em Pato Bragado, Quatro Pontes, Santa Helena, Cascavel e Curitiba, para ficar só nos mais próximos e conhecidos.
É claro que a eleição de 2020 foi realizada sob efeito da pandemia e os prefeitos tiveram papel importante.
Além de terem recebido recursos que a maioria não precisou usar no combate à Covid e terem contabilizado importante reforço de caixa pela arrecadação que aumentou e as despesas que estavam congeladas, durante a pandemia o eleitorado se mostrou menos exigente em novos projetos e obras.
Em 2020 era praticamente impossível fazer campanha, ou então, as ações de campanha estavam prejudicadas pela impossibilidade de realizar reuniões e o uso de máscara ainda era obrigatório.
Esse quadro não deve se repetir em 2024.
Agora teremos eleições com disputas já projetadas em grande parte desses municípios.
Temos um tempo de campanha para candidaturas surgirem e serem canceladas ou surgirem e ocuparem espaço.
A curiosidade fica por conta do efeito da eleição presidencial nos municípios.
Na nossa região o bolsonarismo está (ou estava?) muito forte, mas terão os candidatos um discurso para atrair esse eleitorado revoltado com a vitória de Lula e com medo da repressão?
A ausência de candidatos com perfil mais bolsonarista (discurso radical) pode esfriar a motivação dos eleitores para o pleito municipal, ao contrário do que aconteceu em 2018 com deputados e senadores e em 2020 com candidatos a prefeito.
Os que eram contra Bolsonaro ou identificados como “esquerda” ainda que não fossem, eram simplesmente rejeitados nas urnas.
É um ingrediente que pode esquentar a disputa em alguns municípios, mas para a maioria dos candidatos não parece ser fator determinante.
Veremos!
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul