A pré-candidatura do senador Sergio Moro ao Governo do Paraná, com intenção de votos beirando 40% em todas as pesquisas, poderia ser a solução para o governador Ratinho Junior.
Mas parece que não vai ser. Pelo contrário, será justamente o complicador.
Ratinho Junior procura um candidato dentro da sua equipe (Alexandre Curi ou Guto Silva) para desbancar Moro no primeiro turno, já que Requião Filho, com apoio do PT e do governo federal, certamente estará no segundo turno.
O risco para o governador Ratinho Junior é o candidato dele não decolar, estacionar na faixa dos 12% até maio e correr risco de ficar fora do segundo turno, com todo prestígio e todo apoio que o governador possa articular em seu favor.
Mas tem um desfecho improvável que até poderia ajudar: Ratinho Junior ser candidato a presidente da República.
Neste caso, poderia manter o apoio aberto ao seu candidato sem brigar com Sergio Moro.
Brigar com Sergio Moro, que é uma liderança nacional com muito prestígio dentre boa parte do eleitorado que é contra Lula em todo Brasil, seria indigesto.
E, convenhamos, com apoio do governador Ratinho Junior, nem precisa fazer campanha para Sergio Moro se eleger governador do Paraná.
O difícil para Moro é conviver com os políticos, é sentar à mesa para discutir projetos e custos de campanha, por exemplo, com quem já esteve na mira da Justiça e, principalmente, arrumar dinheiro para campanha eleitoral…
Imagina alguém articulando apoios para fazer campanha e o deputado ou prefeito pedindo dinheiro para Sergio Moro…
Mas se chegar em maio de 2026 e Moro continuar com 40% ou até um pouco menos disso, vai ser complicado tirá-lo do segundo turno.
E não seria nada fácil para o governador pagar o preço e correr um alto risco político apoiando um candidato que corre o risco de não chegar ao segundo turno.
Tudo que a maioria dos governadores gostariam, ter um candidato forte para sucedê-los, no Paraná pode ser um pesadelo para o governador.
arno@opresente.com.br
@arnokunzler
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