É improvável que, com os juros pela hora da morte que os brasileiros pagam, haja motivo para se preocupar com um “surto inflacionário”.
Mesmo com o presidente Lula percorrendo o Brasil e divagando sobre assuntos sensíveis e complexos, sobre os quais nenhum presidente deveria falar, principalmente sem conhecimento.
Um presidente quando fala, pensa, antes de mais nada, nos seus eleitores.
Lula não é diferente dos seus antecessores, mas parece que nos últimos tempos perdeu o freio.
Um cidadão comum pode especular sobre qualquer assunto, um presidente não.
Um presidente quando fala bobagem tem consequências e quase sempre ruins.
Sempre que algo muda na economia, alguns ganham e outros perdem.
Quem ganha fica quieto e quem perde abre o bico.
O dólar alto é ruim para muitos, mas também é muito bom para outros tantos. É só perguntar para quem exporta.
Os movimentos especulativos que aumentam e diminuem a cotação do dólar, muitas vezes, têm menos a ver com os discursos dos presidentes e mais com as manobras de quem está por trás e tem grandes interesses em jogo.
Tem gente que já pensa em dolarizar o preço do seu carro, da bicicleta, do terreno que está à venda, do aluguel ou da casa.
Tenhamos um pouco de calma. Não é a primeira vez e certamente não será a última que o dólar sobe desenfreadamente e depois volta aos níveis normais, ou aos níveis que nós consideramos normais.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul
@arnokunzler