Qual é o teu primeiro pensamento perante um desafio?
É do tipo “Só mais um, vou vencer!”, “Eu dou conta”, “Vou sair daqui mais forte”, oooou é do tipo “meeeeeu, onde eu vim me meter?!”, “o que eu tô fazendo aqui?”….
Talvez você até tenha pensamentos positivos e automotivados sobre os desafios que encara, mas, antes de tudo, te bate uma pequena dúvida sobre as próprias capacidades e se você é bom o bastante para estar ali…
Para mim, isso ficou muito evidente em um desafio que vivi dois anos atrás. No campeonato de Oratória da América ocorrem duas etapas: uma classificatória, com todos os competidores (éramos 12), e a final com apenas três classificados, que ocorre logo no dia seguinte.
Após aproximadamente três horas de apresentações e muita apreensão, afinal eu havia sido a 9ª a apresentar, todos os competidores foram chamados para a sala de concursos para a revelação do resultado. Chegou a hora de sabermos, dos 12, quem eram os três grandes finalistas.
Apesar de meus amigos brasileiros me falarem: “Bruna, tu vai classificar”, “do que eu pude assistir, você classifica!”. A minha cabeça pensava: “naaaaah, será? Acho que não é para tanto!”.
Então, um dos jurados começou a anunciar os nomes: “e o primeiro a estar conosco amanhã seráááááá, EQUADOR!!!”. E eu com a minha humilde bandeira no colo, na esperança de poder chacoalhá-la. “E o próximo país a estar na final amanhã ééééé… Dutch Caribbean!”.
Foi nesta hora que eu pensei: “É isso aí Brasil, não deu pra nós”. Comecei a enfiar minha bandeira dentro da minha mochila, pronta para ir embora. “Vou-me embora com graça e elegância, fiz meu trabalho corretamente…. tudo bem!”
“E o último país a estar conosco amanhã na final é… (e o jurado olhando para qualquer outro lugar, menos para mim… Foi como uma facada no meu coração) BRASIIIIIIILLLLL!!”. Lá vai eu catar minha bandeira do Brasil que eu e minha baixa autoestima havíamos entrouxado dentro da minha bolsa e chacoalhá-la com muita alegria.
Já diria Ariano Suassúna, “tudo o que é difícil de passar, é bom de contar!”
Aproximadamente um ano depois, eu fiquei sabendo que aquela havia sido a ordem de classificação. Eu havia classificado em primeiro lugar! No dia seguinte à classificação, eu dei uma palestra pela manhã e após o almoço aconteceu a final do campeonato. E eu venci todos estes desafios. Teve muuuuito preparo, organização e comprometimento. Mas, venci!
Hoje eu já me perdoei por não ter acreditado em mim (você já??), mas ainda me arrependo do tempão que eu perdi duvidando das minhas capacidades e de ter buscando tantas provas de que eu não era boa para um monte de coisas.
Sempre que posso, aconselho os meus alunos a não ficarem buscando evidências de que não são bons ou não pertencem a estados ou lugares que um dia foram, ou ainda são, seus sonhos! Sonhar é de graça, mas acreditar, deveria ser LEI!!
Vamos fazer um combinado? Você testa daí e eu testo daqui:
Quando algum desafio aparecer na sua vida, mude a chave de “será que eu dou conta?” para estas seguintes perguntas: este desafio está em concordância com meus valores? Este desafio vai me levar para um lugar maior e melhor (errando ou acertando)? Estarei ganhando ou perdendo ao encarar?
Percebem que as perguntas não estão relacionadas à sua capacidade e, sim, ao rumo que você quer seguir em sua vida?!
Não deixe a sua bandeira escondida na mochila! Assistir à vida passar é dolorido demais e não acreditar em si é um preço muito alto a se pagar!
Simplesmente vai lá e faz, com o que você sabe no momento, com os recursos que estão disponíveis. Logo em seguida você vai perceber que é capaz de grandes coisas!
Até a próxima!
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