O que acontece quando morremos? Espiritualmente, pode ser bastante complexo responder essa pergunta. Cada um de vocês, leitores, me daria uma resposta diferente, a depender de sua crença ou religião.
Vou, então, mudar a pergunta: quando nossa vida acaba?
Talvez você ainda queira refletir sobre essa pergunta do ponto de vista teológico ou espiritual… Tudo bem. Mas, a meu ver, esta pergunta pode ser respondida pelo ponto de vista da INFLUÊNCIA.
Quando chega o mês de maio, convivo com a lembrança ainda mais forte de uma pessoa que me influenciou muito (#vibenostálgica). Tive a oportunidade de conviver aproximadamente dez anos com a Martha, e é interessante pensar como ainda hoje, seis anos após a sua partida, alguns ensinamentos são tão presentes.
Martha era proprietária do estabelecimento que foi meu primeiro emprego, e até hoje eu não consigo quantificar o tanto de coisas que eu aprendi lá. E para além da saudade, dos bons ensinamentos, dos vários aniversários dela comemorados no mês de maio, nossa relação me rende até hoje uma reflexão daquelas que “aluga um triplex” na nossa cabeça, sabe?! Quando nossa vida acaba?
Simon Sinek escreveu: “Nós somos a combinação dos líderes que vieram antes de nós e mais nos inspiraram”. Penso que talvez seja isso que mantenha nossa vida acesa, mesmo depois da morte: a influência que deixamos nos outros.
Meu trabalho, propósito, muitos aspectos da minha carreira, e alguns dos meus valores, foram influenciados pela minha convivência com a Martha. É claro que não é qualquer um que conquista o direito de ser essa pessoa em nossas vidas. O caminho de se tornar referência para os outros dá bastante trabalho!
E é muito louco parar para refletir sobre o verdadeiro poder da influência, pois ela transcende o tempo. É como se fossemos feitos de pedaços de quem passou por nossa vida, e também deixamos pedaços nossos nas pessoas que cruzam o nosso caminho.
A vida, nesse sentido, não se resume ao tempo em que respiramos, mas sim ao quanto conseguimos tocar os outros com verdade, cuidado e inspiração. A nossa existência se estende enquanto formos lembrados, enquanto algo do que fomos continuar vivendo em outra pessoa.
Pensar assim nos convida a viver com mais propósito. Afinal, que tipo de influência estamos deixando no mundo? Que memórias estamos construindo nas pessoas à nossa volta? Que ensinamentos e exemplos temos transmitido? A resposta para essas perguntas pode ser o verdadeiro termômetro da nossa existência.
Talvez o nosso legado não seja feito de grandes feitos, mas de pequenas atitudes diárias, de uma gentileza, de um bom conselho, de um olhar que acolhe.
Para hoje, meu desafio é o seguinte: reflita sobre a sua vida pela ótica da influência. Seja você daqueles que inspiram, que constroem, que tocam a alma de quem está por perto. No fim das contas, é assim que a nossa vida continua – através do bem que deixamos nos outros. E isso, ninguém pode apagar.
Até a próxima!
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