Sou do tipo que não consigo dizer qual é meu filme ou série favoritos! Preciso de pelo menos um TOP 5 para responder esse tipo de questionamento. Sobretudo, a série Ted Lasso (AppleTV+) estará para sempre, sem dúvida, dentre as minhas séries preferidas.
Esta série consquistou sucesso e credibilidade ao redor do mundo ao mostrar que a liderança vai muito além de habilidades técnicas. Recebeu 4 Emmy Awards, Globos de Ouro, dentre outras premiações.
A trama gira em torno de Ted Lasso (Jason Sudeikis), um treinador de futebol americano universitário que é contratado para comandar um time de futebol (soccer) na Inglaterra, o fictício AFC Richmond, apesar de não ter NENHUMA experiência com o esporte.
Logo no início da série, enquanto os jogadores ainda se acostumam com o jeito atípico de Ted Lasso liderar um time de futebol, um dos jogadores (Sam Obisanya) sofre bullying por parte de um de seus companheiros de time.
Ted, além de estar atento e disposto a tratar destes comportamentos indesejados, coloca como prioridade atender o jogador que sofreu bullying. Ted conversa com Sam da seguinte maneira: “Sam, você sabe qual é o animal mais feliz do mundo?… É o peixe dourado, pois ele tem uma memória de 10 SEGUNDOS! Seja um peixe dourado, Sam!”.
Prezado líder, é agora que a nossa conversa fica séria, em dois níveis: a liderança depende mais de habilidades interpessoais do que habilidades técnicas, e devemos ser peixes dourados!
O que significa, afinal, “ser um peixe dourado”? Significa não carregar o peso de situações difíceis por mais tempo do que o necessário. É dar a si mesmo a chance de recomeçar, de seguir em frente, de não se apegar ao erro alheio nem ao próprio tropeço.
Este movimento, de não ficar apegado aos comportamentos alheios que nos ferem, pode ser bastante difícil. Muitas vezes, a indignação toma conta, e a nossa única vontade é de vingança. Contudo, o objetivo da liderança deve ser a construção de uma mentalidade resiliente e o fomento à excelência.
Assim, chegamos à prova de que as habilidades de um líder ultrapassam as técnicas. A questão é que a verdadeira liderança não se sustenta no medo ou autoridade imposta, mas em confiança, escuta e coerência. Afinal, antes de sermos profissionais, somos humanos.
Ser líder, hoje, é também saber fazer perguntas com interesse genuíno, incentivar a autonomia, reconhecer talentos e apoiar fragilidades.
Liderar não é ter todas as respostas, mas estar disposto a caminhar junto com as perguntas certas. É inspirar, pelo exemplo, e criar um ambiente em que a vulnerabilidade seja vista como força e a empatia como estratégia.
Liderança não se mede pelo volume da voz, mas pela capacidade de ouvir. Não se expressa apenas nos resultados entregues, mas no impacto que deixamos nas pessoas ao nosso redor.
Então, prezado líder, lembre-se: você não precisa ser perfeito, precisa ser presente. Não precisa saber tudo, precisa se importar. E, acima de tudo, precisa ter a coragem de liderar com ousadia e gentileza.
E sempre que necessário, seja um peixe dourado!
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