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Dom João Carlos Seneme

A paz esteja convosco. Recebei o Espírito Santo. Renovai a face da terra

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A Solenidade de Pentecostes acontece 50 dias depois da Páscoa. É a celebração da plenitude da vida e marca o início da Igreja, assembleia de fiéis reunidos pela força do Espírito Santo. Os discípulos são enviados como missionários da palavra. A vinda do Espírito Santo não os deixa indiferentes, mas muda profundamente a vida dos apóstolos: de medrosos se tornam fervorosos testemunhas da fé no Cristo Ressuscitado; inicialmente fechados em uma sala com medo, percorrem todos os lugares anunciando a boa notícia da Ressurreição.

A festa de Pentecostes era celebrada pelos judeus recordando a aliança de Deus com o seu povo através da Torá, que contém a lei de amor de Deus que se compromete a não abandonar jamais o seu povo. Jesus renova esta aliança tornando-a definitiva através do oferecimento de sua vida por nós. Por isso Pentecostes é a atualização cristã do início da Igreja. A novidade da Páscoa (paixão-morte-ressurreição de Jesus) é atualizada a cada domingo na celebração da Eucaristia.

O texto do Evangelho deste domingo (05) retoma o mandamento do amor justamente quando Jesus concede o dom do Espírito Santo! É sua herança mais verdadeira: “Não vos deixarei só. Pedirei ao Pai e Ele vos dará o Paráclito, para que fique eternamente convosco”.

O Espírito de Deus é o amor personificado. Naquela manhã, em Jerusalém, os discípulos sentiram de verdade o amor de Deus entrando em suas vidas e transformando-os em homens novos. Não importava a fragilidade que tinham, o medo; naquele momento eram recriados como criaturas novas pela força do amor do Espírito Santo para ser testemunha do Senhor Ressuscitado: “Ide pelo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura”.

Com suas línguas de fogo, o Espírito fez nascer a Igreja, corpo vivo de Cristo.

A cada Eucaristia, o Espírito Santo desce sobre o altar e transforma o pão e o vinho em corpo e sangue vivo de Cristo. E um dia, no fim do mundo, o Espírito virá e dará vida aos nossos corpos mortais e nos fará ressurgir para a vida eterna.

Pentecostes, 50 dias depois da Páscoa, explosão de amor de Deus sobre sua Igreja para que seus filhos e filhas assumam com coragem e alegria sua vocação para o amor, o encontro, a união, a fraternidade. “Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor e renovai a face da terra”.

É assim que nasce a Igreja: “Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam (At 2,1-2). De um lado o Espírito Santo age impulsionando a Igreja para fora (vocação missionária), para abraçar na sua unidade um número sempre maior de povos e culturas, e, de outro lado, para dentro, para fortalecer na unidade.

Deixemo-nos conduzir pela presença do Ressuscitado em nossas comunidades, pois só assim seremos promotores de paz, semeando o amor que Deus nos concedeu.

Que a festa de Pentecostes nos anime a retomarmos com novo ardor o caminho de Jesus Cristo, vivendo o Evangelho em nossas vidas e anunciando-o onde a vida se encontra ameaçada.

 

 

O autor é bispo da Diocese de Toledo

revistacristorei@diocesetoledo.org

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