O Presente
Dom João Carlos Seneme

Aquele que vive deve ser buscado onde há vida

calendar_month 1 de abril de 2016
3 min de leitura

Os textos da liturgia deste ano têm uma conotação especial. Estamos em plena celebração do mistério pascal, dentro do evento do Ano Jubilar da Misericórdia e no domingo que São João Paulo II instituiu como “Domingo da Misericórdia”.

O texto evangélico quer reforçar o papel da comunidade na vida dos discípulos: eles estão reunidos e a insegurança e o medo tomam conta (“noite, “portas fechadas”, “medo”). Neste contexto Jesus aparece no meio deles e assume seu papel de mestre e senhor, tornando-se o ponto de referência. A alegria e a confiança retornam: o Senhor está no meio deles! Ele lhes oferece o dom do Ressuscitado que é a paz e lhes garante que a morte, o medo e a hostilidade do mundo foram vencidas pela cruz e ressurreição. Em seguida, Jesus “sopra sobre eles” e lhes dá uma vida nova, infundindo a vida de Deus. A partir de agora, eles serão novas criaturas com a missão de oferecer este mesmo dom a todos. É dom do Espírito Santo, vida de Deus, que anima e forma esta nova comunidade.

Em seguida, o texto oferece uma catequese sobre a fé. Como se chega à fé em Cristo ressuscitado? São João responde: fazendo parte de uma comunidade de fiéis que acreditam e partilham a mesma fé em Jesus vivo e ressuscitado. A comunidade se torna um lugar natural e propício onde se manifesta e irradia o amor de Jesus.

Tomé representa aqueles que vivem fechados em si mesmos e não conseguem se abrir para a novidade da Ressurreição. Precisam de provas, têm medo de se arriscar no mistério insondável de Deus. Mesmo duvidando não desistem da comunidade e de Deus, por isso Tomé é favorecido pela misericórdia de Jesus, que o ajuda a experimentar a vida nova do Ressuscitado: “põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. Jesus lhe revela sua identidade nova nos sinais de sua morte e ressurreição, sinais de amor e doação. Ele não é mais aquele mestre que os instruía e vivia com eles. Agora Ele é o Filho de Deus que se curva e revela sua misericórdia e atende à necessidade de Tomé. Neste momento, Tomé acredita e faz a sua profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus”! De ora em diante a fé se torna um dom de Deus que deve ser vivenciado na comunidade de modo a formar novos discípulos e discípulas que não poderão tocar os sinais do Ressuscitado, mas que mesmo assim acreditarão pela revelação de Deus e pelo testemunho de outros. “Bem aventurados os que creram sem terem visto”. Também, nós, somos convidados a viver esta bem aventurança. Que nossas dúvidas se tornem caminho de fé, como foi para São Tomé!

Páscoa e Misericórdia divina se misturam num único objetivo de revelar o quanto somos amados por nosso Deus. Só o amor de Deus explica e garante nossa fidelidade a Ele.

Neste domingo (03), na Catedral, às 19 horas, celebraremos a missa de abertura do Congresso Diocesano da Família que tem como tema “Família, sua beleza de verdade” e lema “O lar como escola de amor e misericórdia”. Venha participar conosco!

 

Bispo da Diocese de Toledo

 

revistacristorei@diocesetoledo.org

 
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