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Dom João Carlos Seneme

 Jesus foi obediente até a morte, morte de cruz

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Com a celebração deste Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor iniciamos as solenidades da Semana Santa rumo à Páscoa. Os quatro evangelistas relatam a paixão, morte e ressurreição de Jesus como a etapa suprema do caminho, a realização de um plano divino de amor para a humanidade e o mundo. O evangelista São Lucas acentua que o caminho da paixão e morte de Jesus não é um caminho doloroso, mas o caminho da edificação e anúncio que o discípulo deverá aprender e imitar. No momento da prova suprema – momento da dor e da morte – a exemplo de Jesus, não podemos fracassar. Na cruz, Jesus revela quem é o Pai e qual sua proposta para a humanidade. É deste modo que a cruz de Jesus é sinal de obediência e humildade.

Jesus é apresentado como o Rei-Messias que entra e toma posse de sua cidade. Ao contrário dos outros reis, Ele não entra como um rei guerreiro que marcha com seu exército, mas como um Messias humilde e manso, montado em um simples jumento, despojado de todo orgulho.

A característica da procissão com os ramos é demonstrar o júbilo, a alegria que antecipa a Páscoa. É uma procissão em honra ao Messias, o escolhido do Pai para nos salvar. Jesus se dirige para a cidade santa, Jerusalém, e nela entra triunfalmente, porém para ali consumar a sua Páscoa de morte e ressurreição. Nós reconhecemos o mistério que Jesus carrega e manifestamos nosso louvor e fé. “Bendito aquele que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas”! É a aclamação que fazemos em cada celebração eucarística, aguardando a chegada de Cristo na consagração eucarística. No Domingo de Ramos, através da procissão, a Igreja, povo de Deus, sai ao encontro de Jesus Cristo para uma saudação especial.

A leitura do Evangelho que narra a paixão e morte de Jesus é despojada de todo cerimonial próprio das missas solenes: não se usam velas, nem incenso e se omite inclusive o sinal da cruz no anúncio do Evangelho. É uma narração que fala por si mesma e nos causa uma profunda reverência.

Na cruz se encontram a justiça e a graça, porque esta é a recompensa para o justo. Na cruz não é Deus que julga a humanidade, mas é Deus que se deixa julgar pelo homem, respondendo à injustiça que destrói com um novo início, marcado pelo perdão. Isto indica que a eterna vontade de amor de Deus não abandona a humanidade mesmo quando ela sente que foi abandonada.

O justo Jesus morreu como um ímpio, para que nenhum ímpio morra jamais. Deus estará sempre do lado do homem e de toda a humanidade: esta é a cruz de Cristo e a recompensa do justo. Este é o sentido da primeira palavra de Jesus na cruz: “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. É um pedido de perdão para os que o assassinam, e é pronunciado entre os malfeitores. À sombra da cruz, a humanidade aprenderá a viver e a morrer.

Neste domingo (10) acontece em todas as paróquias e comunidades a Coleta da Solidariedade, como gesto concreto da Quaresma através da Campanha da Fraternidade: Fraternidade e Educação. Os recursos arrecadados constituirão os fundos Nacional e Diocesano de Solidariedade para apoiar projetos que, através da educação, ajudem pessoas a se sentirem amadas por Deus e pela Igreja.

 

O autor é bispo da Diocese de Toledo

revistacristorei@diocesetoledo.org

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