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Editorial

Pecar pelo excesso também é ruim

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A burocracia e o excesso dela têm impedido sistematicamente e há muitos anos o Brasil de avançar em seu desenvolvimento social e econômico mais incisivamente. Quem já procurou o serviço público sabe muito bem do que isso se trata. As papeladas que se acumulam nas gavetas das repartições públicas e a quantidade de informações repetidas, incorretas e desnecessárias que lotam os HDs dos computadores travam o deslanchar de planos, projetos e sonhos. Abrir uma empresa ou até mesmo comprovar uma incapacidade física irreversível de um trabalhador pode ser uma maratona de meses ou até anos. Carimbos e mais carimbos, solicitações, comprovantes, extratos, declarações, assinaturas registradas em cartório…

A burocracia é um dos mais importantes componentes da administração pública para torná-la tão ineficiente quanto ela é. A falta de profissionais em diversas áreas, em especial entre agentes de fiscalização, o acúmulo de trabalho e o inigualável excesso de rigidez e da massificação nas ações entre a população e os órgãos públicos são responsáveis por turbinar a burocracia brasileira, fazendo do país um modelo a nunca ser seguido por qualquer outra nação do planeta. Modelos antiquados de trabalho são muitas vezes aplicados nas esferas públicas, como se caneta, papel e carbono ainda fossem fazer alguma diferença nos dias de hoje. Para completar, a falta de capacitação e comprometimento de muitos servidores públicos afeta o desempenho do Brasil quando o assunto é burocracia.

A burocracia é fundamental para todo e qualquer negócio. Hierarquização e regulação são indispensáveis para qualquer atividade ser prestada de forma organizada e coerente, dentro dos padrões administrativos e sociais. No entanto, quando o sistema falha ou quando é agudo em demasia, as horas viram dias, os dias viram semanas, meses, intermináveis anos. O que era para ser simples e rápido começa a ficar complicado e demorado. É nessa hora que muitas vezes as pessoas perdem a paciência, a elegância, a compostura e até a razão.

Entrou em vigor neste ano uma medida que visa diminuir o excesso de burocracia das repartições federais. Nesses estabelecimentos públicos, por exemplo, já não é mais necessário registrar assinatura de documento em cartório. São algumas medidas que prometem diminuir a burocracia e até gastos dos brasileiros. As idas e vindas à procura de serviços e direitos promete ser menor. A dor de cabeça promete ser menor.

Por enquanto essas mudanças ocorrem só na esfera federal. A mudança pretende englobar os estabelecimentos estaduais e municipais, mas isso ainda requer muito diálogo e envolvimento do setor público para que sua aplicabilidade seja de fato viável e, especialmente, funcional. Reduzir a burocracia é uma necessidade indispensável para facilitar as ações do povo em sua nação, melhorando o serviço público, agilizando questões e desatando nós, não o inverso. Tem-se no Brasil um longo e burocrático caminho a percorrer.

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