Estamos na soleira da porta de mais uma eleição que vai ungir os administradores municipais para os próximos quatro anos. Na minha opinião, temos no Brasil, neste momento, dois opostos contrastantes entre si que merecem uma reflexão e, ao mesmo tempo, uma tomada de posição enérgica para evitar o ponto de não volta.
Os opostos a que me refiro é o comportamento dos políticos nos grandes centros e que possuem toda a cobertura da mídia de alcance nacional e nas redes sociais de maior alcance e, do outro lado, as campanhas no interior, como é o caso desta região.
O que os meios de comunicação mostraram das campanhas políticas nas maiores Capitais do país, a cidade de São Paulo em primeiro plano, são posturas que envergonham até as pedras da Praça da Sé na Capital paulista. A banalização da violência chegou a limites inimagináveis. O que deveria ser um debate para que o eleitor conheça os candidatos e escolha o melhor para administrar sua cidade, virou um encontro onde predomina a cultura da violência.
Quem consegue ser mais estúpido, agressivo e inconsequente parece estar levando vantagem. De cadeiradas e sopapos na cara mostrados pela televisão ao vivo e a cores, passamos para os atentados e assassinatos.
Assim como é inacreditável termos chegado à degradação climática, cujos efeitos estamos vivendo em tempo real, é também inacreditável que a política nos grandes centros tenha regredido para níveis medievais.
Estamos no século XXI, mas a impressão que temos é estarmos na idade da pedra lascada, onde o vale tudo é a prática comum. Lamentável e triste. Vai fazendo as pessoas de bem se afastarem deste circo e desta fedentina em que se transformou a política nas grandes cidades do Brasil.
Por outro lado, o que temos presenciado no interior, particularmente na região Oeste do Paraná é o amadurecimento político e um avanço na arte de fazer política. Agressões, calúnias e compra de votos, práticas comuns no universo político da região no passado, parecem fazer mesmo parte do passado. Há uma calmaria admirável no Oeste do Paraná.
Há um intenso movimento de propaganda, o que é normal, há o tradicional “corpo a corpo” dos candidatos e respectivos cabos eleitorais, mas, além disso, nada mais que lembre o comportamento agressivo de outrora.
Parece que no interior o amadurecimento político foi mais expressivo do que nas maiores cidades. Recordo do tempo em que se vendia ao eleitor a ideia de que se tal candidato for eleito, vai fechar as igrejas e vai implantar o comunismo. Pode ser que em grupos mais restritos nas redes sociais ainda circulem histórias fantasiosas do mesmo nível, porém, creio ser difícil alguém acreditar que um mero administrador municipal possa interferir em questões totalmente fora de sua esfera de competência.
Ao término desta reflexão, e considerando a importância da decisão a ser tomada no próximo domingo, 6 de outubro, é importante parabenizar a todos aqueles que colocaram seu nome para escolha da comunidade e é importante que os eleitos tenham consciência de sua responsabilidade na gestão dos bens públicos.
Ao eleitor que vai escolher, voto não é mercadoria, não se vende, mas se entrega gratuitamente a quem tenha condições de melhor promover o bem comum. Voto é um direito sagrado que a liberdade e a democracia nos garantem. Usemos com responsabilidade para garantir sua perenidade.
Por Elio Migliorança. Ele é empresário rural, professor aposentado e ex-prefeito de Nova Santa Rosa
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