O Presente
Elio Migliorança

O quinto Continente

calendar_month 5 de setembro de 2025
3 min de leitura

Quando você estiver lendo este artigo, eu estarei na terra dos cangurus e dos fiordes neozelandeses. Estou concretizando um sonho que nasceu na mente e foi acalentado pelo coração de um jovem professor de História, quando viajava mentalmente pelos cinco continentes, nas simples, porém encantadoras, salas do ginásio Nova Santa Rosa na década de 1970 e mais tarde nas salas do Colégio Estadual Gaspar Dutra.

Cruzando mentalmente em segundos as distâncias colossais de um extremo ao outro do planeta terra, o sonho era um dia poder saborear ao vivo e a cores os encantos de cada um dos continentes. Ao longo de várias décadas, o sonho do jovem professor foi se realizando.

Depois de visitar 30 países, eu havia conhecido um pedacinho de cada um dos continentes asiático, africano, americano e europeu. Faltava a Oceania, cujos representantes maiores são a Austrália e a Nova Zelândia, onde nos encontramos neste momento. Tudo na vida é resultado das escolhas que fazemos, seja para o bem ou para o mal.

O que se planta se colhe e o que se escolhe se vive. Há muitos sonhos que jamais se realizam porque nem sempre dependem somente de quem está sonhando. No meu caso, depois de muitos anos, o círculo se fechou e o sonho se realizou.

Há incontáveis belezas naturais para se ver, muita história para conhecer, mares para navegar e uma gastronomia para degustar. Cada lugar com suas riquezas naturais e humanas, tradições, costumes, desafios, conquistas e muita cultura e arte para somar conhecimentos.

Depois da inédita conquista, é o momento oportuno para olhar no retrovisor e ficar muito feliz com o que foi realizado, com os caminhos trilhados e com as batalhas vencidas. Ninguém consegue ir sozinho a lugar algum. Devo humildemente reconhecer que muitas mãos se estenderam e muitos ombros amigos estiveram disponíveis e solidários para que muitos desafios fossem superados e as conquistas acontecessem.

Para mim, a família foi a pedra angular, base principal de todas as batalhas vencidas. Mas o que seria a vida se não fossem os amigos? Impossível citar todos, os tenho aos milhares, afinal a vida vale pelos amigos que temos.

Certa ocasião um palestrante disse que tinha dificuldade para cumprir o preceito bíblico que manda rezar pelos inimigos. De minha parte, respondi que eu não rezo pelos inimigos, simplesmente porque não tenho inimigos. Vivo numa cidade de oito mil habitantes e nenhum deles é meu inimigo. Sei que tem gente que não me gosta, mas isso é problema dele, não o faz meu inimigo. E para mim não importa se os amigos são colorados ou gremistas, bolsonaristas ou petistas, fazendeiros ou safristas, católicos ou batistas, milionários ou diaristas, o que importa é o que está no coração de cada um; a essência e o sentimento é o que valem.

Ao longo da vida pude perceber que quanto maior é o poder e o dinheiro, na mesma proporção o coração endurece e a ternura desaparece.

Da vida só levamos o que aqui deixamos, ou seja, o bem que fazemos. E muito tempo precioso é desperdiçado com mesquinharias e inutilidades que ajudam a corroer as amizades. Amigo é um tesouro para se guardar dentro do peito, e o coração é uma casa sem limites, sempre cabe mais um.

Por Elio Migliorança. Ele é empresário rural, professor aposentado e ex-prefeito de Nova Santa Rosa

miglioranza@opcaonet.com.br

@eliomiglioranza

Quer ler mais artigos do Elio Migliorança? Clique aqui

 
Compartilhe esta notícia:

Este website utiliza cookies para fornecer a melhor experiência aos seus visitantes. Ao continuar, você concorda com o uso dessas informações para exibição de anúncios personalizados conforme os seus interesses.
Este website utiliza cookies para fornecer a melhor experiência aos seus visitantes. Ao continuar, você concorda com o uso dessas informações para exibição de anúncios personalizados conforme os seus interesses.