Vamos continuar pensando formas de despertar e fortalecer nossa autoestima, cuidando e despertando nosso amor-próprio, de forma gentil e compassiva?
Nos últimos artigos deixei alguns caminhos possíveis para essa construção, que é diária. Vou te propor um exercício inicial: você tem consciência de quais os primeiros pensamentos que tem ao acordar? Tente avaliar se pertencem a um desses dois grupos: reclamação e frustração? ânimo e esperança?
Por que esse exercício é importante? Porque a forma como você desperta para começar o dia, com desânimo, frustração por ter que sair da cama e resolver situações pertinentes a sua rotina, encontrar aquelas pessoas, trabalhar ou qualquer outra coisa que fará parte do dia, dá a cor de suas ações, isto é, esse repertório tornará suas decisões, escolhas e ações pesadas, sem vontade, só obrigações que repete porque não tem outra opção.
Ao contrário, se começar o dia com afirmações que reforçam seu valor e capacidades, com disposição e abertura para lidar com o que o dia reserva, o resultado ao final do dia será de satisfação com os resultados que dependeram de suas ações e escolhas. Isso é o significado real de gratidão. Agradecer a oportunidade de acordar e fazer o possível com as condições que tem, acreditando que é capaz. Ao incluir atividades que nutrem seu corpo e mente, como exercícios físicos, alimentação saudável, meditação, ou hobbies que lhe trazem alegria, cuidando de si enquanto desempenha suas obrigações diárias, sem o peso da perfeição ou performance, você estará sendo gentil consigo, isto é, fortalecendo o amor-próprio.
E para o fortalecimento do amor-próprio é importante identificar e desafiar as crenças limitantes sobre si mesma. Uma forma de fazer isso é substituir pensamentos negativos por outros mais positivos e realistas.
CONSTRUIR AUTOESTIMA ATRAVÉS DE AÇÕES
Quando se pensa em fortalecer a autoestima, o primeiro passo é definir metas alcançáveis, possíveis. Um exemplo prático disso? Uma mulher que quer crescer profissionalmente e para isso estabelece metas que incluem disponibilidade para o trabalho, terminar a especialização que começou ao mesmo tempo que entra em mais uma e uma mentoria que promete aumentar exponencialmente sua performance, mas que é mãe e tem responsabilidade com essa maternidade. Onde, aliás, quer ser a mãe perfeita, presente, equilibrada, amorosa etc. E vou parar aqui no exemplo, que aliás escuto recorrentemente no consultório. Vamos avaliar: quais condições essa mulher tem para dar conta dessas duas áreas da vida, que demandam investimento de tempo e atenção? O quanto essas metas são alcançáveis sem desgastes, sem ausências, sem gerar culpa e ansiedade?
Estabelecer metas alcançáveis passa por levar em conta as condições do momento, todas as coisas que requerem atenção, cuidado e ações pontuais para acontecer. Lembrando que ser mulher não se resume a isso.
É “bonito” a imagem da mulher equilibrando vários pratos e dando conta disso. Só que não, não é bonito, não é possível, não é saudável. Reconhecer esses limites, e reconhecer cada resultado, por menor que seja, reforça a confiança na capacidade de realização e merecimento. Para isso ocorrer de fato, é preciso continuar explorando os próprios valores, paixões e objetivos. Quanto mais você se conhece, mais fácil é viver de acordo com suas verdadeiras necessidades e desejos. E atender as demandas reais da vida real, que é a sua.
LIDANDO COM A CRÍTICA INTERNA
A crítica interna pode ser um grande obstáculo ao desenvolvimento da autoestima e do amor-próprio. Aprender a identificar e suavizar essa voz interna crítica é crucial. Já falei dessa voz interna aqui, no último artigo de setembro. Quanto você se julga, critica, menospreza e grita consigo mesma? Outra armadilha cruel é a comparação. Comparar-se aos outros é uma armadilha comum que pode minar a autoestima. Isto porque ao comparar-se com outra pessoa, não temos informações reais de como é a vida desta pessoa, temos um recorte mostrado ao mundo.
E neste mundo de filtros que vivemos, é uma maldade que fazemos conosco sem ter consciência. Por isso, focar em seu próprio progresso e celebrar suas próprias conquistas, ao invés de se comparar com os outros, é o caminho para alcançar os seus sonhos. Aqueles que, alinhados com seus valores e princípios, darão sentido a sua vida. Perdoar a si mesma por erros passados é um passo importante para liberar o fardo emocional que pode prejudicar sua autoestima. O perdão é um ato de amor-próprio, permitindo que você siga em frente com mais leveza.
Ao aplicar práticas diárias que nutrem sua autoestima e cultivam o amor-próprio, você constrói uma base sólida para uma vida mais equilibrada e satisfatória. Lembre-se de que essa é uma jornada contínua e que cada pequeno passo na direção certa contribui para um progresso significativo.
Siga @psicofatimabaroni para mais conteúdo sobre autoestima e amor-próprio. Vamos conversar lá?
Até a próxima.
Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9 9917-1755