Você já ouviu dizer que a vida é feita das escolhas que fazemos? No mês de outubro assisti a uma entrevista que a Marília Gabriela concedeu a Astrid Fontenelle no programa Admiráveis Conselheiras na GNT, onde a nossa eterna Gabi fez uma revelação que me causou muitas reflexões internas e com os meus pacientes.
Ao declarar que durante sua vida, enquanto Jornalista, confundiu vida profissional com vida social. Como estava com pessoas o tempo todo, durante o horário de trabalho, nas mais diversas situações, ao chegar em casa só queria descansar, sabe a famosa “bateria social” descarregada. E assim ela só queria descansar, não queria ver mais ninguém.
E recusava a maioria dos convites para um jantar, uma saída com amigos. Quando finalmente decidiu se aposentar, após 40 anos trabalhando, começou a se dar conta da solidão que se impôs. Na entrevista, ela diz que quando isso pesa mais, senta-se no sofá, chora, depois levanta, vai para a cozinha, assiste uma série.
Como uma mulher esclarecida e consciente, ela sabe que essa situação é consequência das próprias escolhas. Ela deixa isso claro na entrevista. Desde que ouvi essa entrevista, comecei a refletir sobre as minhas escolhas, minha jornada e tenho conversado com alguns pacientes sobre isso também. É tão comum reclamar da solidão, da falta de apoio. Mas como tenho lidado com isso ao longo dos anos? Como faço as minhas escolhas? Tenho clareza das consequências?
É fácil perceber isso em algumas situações, em outras nem tanto. Vamos pensar num exemplo: quero emagrecer. E quero, busco e acredito ingenuamente em qualquer promessa de que vou ter o “shape” aclamado como perfeito se tomar esta pílula ou ingerir aquele alimento milagroso sem esforço, sem dedicação, sem mudança de hábitos.
Usei a palavra ingênua de propósito, pois é exatamente isso, acredito na fantasia de que algo vai acontecer e vou conseguir o que desejo sem esforço nem mudanças. Comportamento próprio da infância.
QUAL O PREÇO DAQUILO QUE DESEJO?
Se pensarmos em “preço” como qual a consequência, vamos perceber que tudo tem um preço e eu posso escolher pagá-lo agora com desconto e sem juros ou pagar mais tarde. Só vale lembrar que quando falamos de juros, eles são compostos, não simples. Outro ponto: aquela pílula que promete milagres sem atividade física ou reeducação alimentar, vai atingir o quê no seu corpo? Pode até emagrecer no início, mas depois vem o rebote, o efeito sanfona, além de prejudicar fígado, estômago etc. Isto é o que significa juros compostos em nosso organismo.
Voltando à entrevista, é isso que a Gabi pontua de forma clara e direta. Ela escolheu a solidão (inconscientemente naquele momento) ao entender que precisava descansar, pois já tinha socializado. E não entendia a época que não estava alimentando relações positivas, saudáveis, fora do contexto profissional. Já citei aqui em outros artigos, que relacionamentos saudáveis fazem parte dos pilares que resultam no estilo de vida e longevidade saudável, sendo os outros, alimentação, atividade física, sono, regulação emocional.
São os cuidados básicos com a nossa saúde física, mental e emocional. Para lidar com isso de forma equilibrada, faz-se necessário uma viagem interna para revisitar nossas crenças, valores e necessidades. Daí a importância de aprender a lidar com nossas emoções, que a psicologia chama de regulação emocional. Descuidar da nossa saúde integral é um erro que cometemos e que mais tarde cobra seu preço. Mas lembre-se nunca é tarde para começar! Nos vemos na próxima semana? E siga @psicofatimabaroni para mais conteúdo como esse. Vamos conversar lá?
Até a próxima.
Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9 9917-1755