O Presente
Fátima Baroni Tonezer

O poder transformador do amor-próprio

calendar_month 25 de novembro de 2024
5 min de leitura

Vivemos em tempos de constante pressão. O trabalho, as responsabilidades familiares e a vida pessoal podem nos deixar exaustas, tanto física quanto emocionalmente. Para muitas mulheres, essa carga é sentida de maneira ainda mais intensa, e o esgotamento emocional passa a fazer parte do dia a dia.

Fiquei pensando como abordar essa exaustão que nos atropela de uma forma leve e quebrando uns tabus. Vou relatar uma história que é tão semelhante em cada casa, cada corpo, cada alma e, ao mesmo tempo, tão diferente e sutil.

AS FASES DA VIDA FEMININA

Nós, mulheres, vivemos sobrecarregadas com muitas cobranças, padrões e exigências. Algumas de nós, e eu me incluo aqui, estamos naquele momento da vida que nos expõe a uma cobrança mais infeliz e irrealista ainda, que é a proibição de envelhecer. Se você está entre os 40 e 60 anos sabe do que estou falando. Nesse momento de nossa vida, estamos entrando ou já passamos pela menopausa e todos os problemas que advêm dessa fase.

Para algumas significa o desconforto dos calorões (fogachos), para outras o aumento da irritabilidade, a insônia da madrugada, entre os mais de 40 sintomas que uma mulher nessa fase pode apresentar, enquanto lidamos com esse furacão que nos assola.

Sem brincadeira, gente, o efeito devastador em nossos corpos pode ser comparado com o furacão Miguel, que passou nos Estados Unidos em outubro e deixou um rastro de destruição na Flórida.

A menopausa causa devastação tanto física quanto emocional, mas de nós, mulheres, é cobrado que continuemos a apresentar a mesma performance profissional, materna e relacional.

Por ser um tabu ainda na nossa sociedade, que aos poucos vem dando sinais de mudança, muitas sofrem caladas ou recebem sub diagnósticos de ansiedade, depressão ou são chamadas de loucas, agressivas. E paralelo a isso tudo, permeado com a incompreensão externa e da própria mulher sobre a situação, vem a cobrança de que precisamos estar jovens, belas e sem rugas.

Há um filme, lançado no cinema em setembro deste ano, intitulado “A Substância”, que retrata essa situação. O filme beira um show de horror ao explorar a temática do que uma mulher aceita se submeter para manter a juventude eterna. É uma boa indicação para quem tem estômago e quer uma boa reflexão.

O fato é que há alguns anos o Brasil deixou de ser um país do futuro para ser o país de pessoas idosas. Coisa, aliás, que já aconteceu em outros países. Mas voltando a falar de nós, mulheres, o peso de lidar com o envelhecimento, com a perda da elastina e do colágeno, assusta muito, principalmente quando, durante o auge de nossa vida, não aprendemos a olhar para dentro, com o espelho da alma. Quando não me conheço, não me reconheço neste corpo que aos poucos deixa de ser saudável e começa a cobrar o preço de tantos procedimentos, das noites mal dormidas, da alimentação restritiva e do uso de substâncias que prometiam milagres sem esforços. O autoconhecimento é um processo longo e em muitos momentos difícil, o seu percurso é acidentado e necessário.

O CAMINHO?

Há uma prática essencial que pode transformar essa realidade: o amor-próprio e o autocuidado. Amor-próprio vai muito além de palavras de incentivo no espelho. Ele significa considerar o próprio valor, respeitar os limites próprios e dar-se permissão para priorizar o próprio bem-estar.

Amar a si mesma é entender que você merece cuidado e atenção, tanto quanto qualquer outra pessoa em sua vida. Precede o autocuidado, e impacta a saúde física, mental e emocional. Você já parou para pensar no quanto seu corpo e mente são afetados pelo modo como você se trata? Estudos mostram que a prática regular do autocuidado e do amor-próprio pode reduzir o estresse. Priorizar momentos de autocuidado ajuda a diminuir os níveis de cortisol, os hormônios do estresse, e promove um equilíbrio mais saudável entre mente e corpo.

Melhora a saúde física, pois quando nos sentimos bem emocionalmente, estamos mais dispostas a cuidar do corpo, seja por meio de uma alimentação balanceada ou atividades físicas. E ao estarmos em sintonia com o corpo, percebemos as mudanças físicas e de humor, que tanto podem estar ligadas a eventos e demandas externas, como podem ser decorrente de mudanças hormonais naturais da idade.

Por isso, fortalecer a saúde mental é essencial. Autocuidado é um gesto de compaixão consigo mesma. Ele fortalece nossa resiliência e nos ajuda a lidar melhor com desafios e adversidades. Uma dica prática para incorporar o amor-próprio no dia a dia é estabelecer limites: dizer “não” é um ato de autocuidado. Definir limites de segurança é essencial para proteger a saúde emocional. E siga @psicofatimabaroni para mais conteúdo como esse.

Até a próxima.

Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9 9917-1755

 
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