O Presente
Fátima Baroni Tonezer

Passos para me sentir aceita

calendar_month 28 de outubro de 2024
4 min de leitura

Vamos entender mais sobr autodepreciação? Vamos começar por: você respeita a si mesma? Talvez essa seja a pergunta que nunca fazemos a nós mesmas, já que não nos ensinaram a pensar sobre autorrespeito. Mas o ponto é: você respeita a si mesma da mesma forma que aprendeu que é importante respeitar os outros? Quando entramos na rota da comparação, vamos perdendo a capacidade de gostar de nós mesmas. A comparação instiga a inveja, a raiva, a frustração. Nos coloca num looping de angústia, sem entender por que a minha vida é tão difícil.

O padrão que a cultura prega nos diz que só seremos alguém quando conquistarmos determinadas coisas impostas pela sociedade. E entramos nesta corrida maluca, onde a cenoura na ponta da vara nunca é alcançada, isto é, quando conseguimos uma coisa, surge a necessidade de outra, que pede outra, numa busca sem fim.

Esta busca aumenta a autocrítica, o autojulgamento, a necessidade de se reinventar, ser sua melhor versão, ser perfeita, que desemboca numa sensação de fracasso e esgotamento. É importante estar disponível para a mudança, lidar com os desafios e demandas que vão surgindo no caminho, com a abertura para usar novos recursos e estratégias. Perceber e mudar crenças, se abrindo para o novo, desde alinhada com seus valores e necessidades.

COMO QUEBRAR O CICLO DA RECRIMINAÇÃO?

A ditadura do empoderamento e da alta performance nos afasta de nós. De olhar para as nossas necessidades e desejos. Impedindo de falar conosco com compaixão, gentileza e autorrespeito. Como parar de reclamar? Sair do vitimismo? Não estou negando o que algumas pessoas, às vezes ainda crianças indefesas, são submetidas a situações de violência, abuso, vivências que traumatizam e têm desdobramentos sérios no desenvolvimento pessoal. São situações que pedem ações diferentes. Hoje não falar com essas pessoas.

Mas precisamos compreender que quando nos colocamos como vítimas da vida, que todo mundo consegue, mas na minha vez não dá certo. Nesse lugar de coitada, paralisada na reclamação, na autocrítica exagerada, onde o maior carrasco é você mesma, a maneira como você se trata ou maltrata. Cuja voz interna de comando é agressiva e alto julgadora, não vai ter saída. O respeito e a aceitação não virão.

QUEM NÃO ACEITA QUEM?

Tratar a si mesma com respeito possibilita a opção de se apropriar dos seus desejos, das suas vontades, se conectando com quem você é. Dessa forma, você consegue conquistar as coisas que fazem sentido para você, alinhadas com suas necessidades e valores, coisas das quais você pode se orgulhar.

Obter os resultados que planeja sem estar alinhada com seus valores será uma batalha infrutífera. Mesmo alcançando, não haverá reconhecimento e alegria. Isto porque o motivo para o esforço está equivocado. Quando a busca inclui autorrespeito, autoaceitação, amor-próprio, o resultado obtido traz junto o orgulho de si, do seu esforço e dedicação. Porque foi por você, para você.

QUANDO EU NÃO ME ACEITO

Já ouvi muitos depoimentos de pessoas em sofrimento por não receberam aceitação, seja da família, seja de alguém que considere importante. Mas quando percebemos que do outro posso receber respeito por quem sou, pelo que faço. E que a aceitação vem de dentro, primeiro eu me aceito e me respeito, para então cobrar respeito do outro, colocar limites no comportamento e atitudes do outro.

Quando a pessoa se sente humilhada, envergonhada de ser quem é e espera aceitação externa, o sofrimento é grande e a autodepreciação esvazia toda energia que a pessoa tem para seguir em frente. É muito difícil mudar o ambiente externo onde você está, esperar que o outro perceba e mude. É mais realista mudar seu ambiente interno, a sua forma de reagir. Apesar de não ser fácil, é necessário quebrar crenças, mudar as respostas. Porque uma pessoa me humilhou ou maltratou não significa que eu preciso continuar a me tratar com aversão e agressividade, a me menosprezar ou desprezar.

Acreditar que você merece respeito, compaixão, se tratar com carinho e bondade torna a caminhada mais fácil. Gostar de quem é, apesar da imperfeição, nos aproxima de uma vida mais equilibrada e saudável. O psicólogo estadunidense Carl Rogers dizia: “o curioso paradoxo é que quando me aceito como sou, então posso mudar” e significa que a aceitação de si mesmo é um passo fundamental para a mudança. A mudança é sempre minha. A responsabilidade pela minha vida é minha. Não dá para terceirizar. Nos vemos na próxima semana? E siga @psicofatimabaroni para mais conteúdo como esse. Vamos conversar lá?

Até a próxima.

Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9 9917-1755

 
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