O Presente
Osnei Alves

Abordagem microeconômica

calendar_month 4 de fevereiro de 2025
6 min de leitura

A microeconomia examina como agentes econômicos, como indivíduos e empresas, tomam decisões baseadas em seus recursos limitados. Ela estuda a forma como esses agentes interagem em mercados específicos, considerando fatores como preços, concorrência, regulamentações e preferências dos consumidores.

Ao analisar a microeconomia, deparamos com modelo de concorrência perfeita: a existência do denominado lucro econômico zero. De fato, a ausência de lucro econômico é uma das implicações das hipóteses discutidas na seção anterior. A lógica é a seguinte: se determinada firma apresenta lucro “acima do normal”, essa informação será compartilhada por todas.

Em busca de vantagens, outras firmas entrarão no mercado. Com o consequente aumento da concorrência, o preço do mercado e o lucro de cada uma se reduzirá. Por outro lado, se há prejuízo, muitas firmas se sentirão desmotivadas e sairão do mercado, o que pressionará o preço para cima e reduzirá o prejuízo para as que ficarem. Esse processo de ajuste resultará no equilíbrio, em que não haverá nem a entrada nem a saída de firmas no mercado.

Também não haverá nem lucro nem prejuízo econômico para todas as firmas que permanecerem, apenas o lucro “normal” ou contábil. Para melhor compreensão dessa lógica, é necessário diferenciar os conceitos de lucro econômico e lucro contábil.

De forma bem simples, pode-se definir o lucro contábil como sendo a diferença entre as receitas das vendas e os custos de produção e comercialização do bem. Nessa definição, todos os custos podem ser mensurados contabilmente e, por isso, também são denominados custos explícitos. Eles decorrem, por exemplo, dos gastos com as matérias-primas, com a utilização da mão de obra, com o uso de energia no processo produtivo, com o aluguel da fábrica ou com o transporte de mercadorias, dentre outras despesas.

O lucro econômico diferencia-se do lucro contábil exatamente pelo que se entende como custo. No seu cálculo, são considerados, além dos custos explícitos, aqueles que não envolvem desembolso monetário, também denominados custos implícitos. Para o melhor entendimento deste último conceito, é necessário considerar outro: o custo de oportunidade.

Pode-se definir custo de oportunidade como aquilo que se abre mão em decorrência de determinada ação. Por exemplo, quando o estudante se debruça na leitura de um livro, ele abre mão de gastar o seu tempo com outras práticas de lazer. Quando o empresário utiliza a sala comercial de sua propriedade para o exercício da advocacia, ele abre mão da possibilidade de alugar essa sala para outro indivíduo.

O próprio tempo dispendido no exercício da atividade profissional pode ser considerado como custo de oportunidade: o advogado poderia usar tempo de exercício da profissão para realizar, por exemplo, uma viagem de turismo ou exercer outra atividade profissional.

Essa alternativa ou oportunidade não pode ser auferida contabilmente, pois não existe desembolso financeiro. Mas deve ser considerada nas decisões de permanecer ou não na atividade, já que implica custo de oportunidade. Deve-se destacar que o custo de oportunidade depende das preferências dos agentes econômicos, ou seja, ele pode ser diferente entre as pessoas ou firmas.

Os especialistas da companhia e os especialistas da firma de auditoria devem elaborar as estimativas contábeis. Os especialistas da própria companhia, apoiando os administradores, preparam suas estimativas conforme mandam as políticas contábeis e regidos pela governança corporativa para poder atender a sua divulgação e os auditores independentes podem optar por usá-las após corroborá-las. Os auditores independentes podem elaborar suas próprias estimativas, atentando para seus enfoques de auditoria e as normas vigentes.

Embora uma seção específica dos padrões de auditoria comece com guia para auditoria da mensuração de valor justo e divulgação, as evidências obtidas de outras fontes de procedimentos de evidências de auditoria podem ser relevantes para mensuração e divulgação de valor justo. Por exemplo: a execução do procedimento de constatação in loco para verificar a assertiva de existência de ativo mensurado a valor justo, este deve prover evidência relevante sobre a valorização e parte da condição física do bem.

Os itens cujo valor de mercado observáveis não estejam disponíveis são inerentemente imprecisos. Assim, os valores justos podem ser baseados nas assunções das condições futuras ou eventos incertos, portanto, sujeitos a mudanças com o passar do tempo. Os auditores baseiam suas assunções nas informações à sua disposição na época da auditoria e, neste caso, as imprecisões também podem existir, pois pode ser difícil prever ações dos gestores a respeito de certas assunções relacionadas com valor justo de um ativo e, consequentemente, sua divulgação.

O primeiro procedimento para avaliar a estimativa é o entendimento das principais premissas utilizadas pela administração por meio de entrevistas aos seus responsáveis.

Identifica-se no mapeamento do processo quem é o responsável por coletar as premissas e quais são as fontes. Isso é importante para comprovar a validade e a confiabilidade das fontes das informações. Vejamos algumas projeções.

A projeção de receitas do fluxo de caixa, por exemplo, será elaborada com base em uma capacidade de o auditor comparar com a atual e com dados históricos. A quantidade de vendas projetada é multiplicada pelo preço médio projetado, então o auditor a compara com o preço atual dos produtos, busca informações sobre projeções de terceiros (crescimento do PIB, inflação projetada, tendências do setor e do mercado etc.) e a compara com a projeção utilizada nos modelos aplicáveis pela alta administração.

Os custos são projetados pela administração considerando a margem operacional histórica, então o auditor compara a margem projetada com as margens calculadas com base nas informações históricas auditadas em exercícios anteriores.

Também cabe ao auditor acompanhar o processo de elaboração e comprovação das projeções. Pode atender a renúncias da administração para discussão das projeções, quem aprova o plano e como o aprovador exercita sua revisão. O auditor obtém evidência por meio de atas das reuniões realizadas e das revisões e aprovações.

Quem é Osnei Francisco Alves

Osnei Francisco Alves é especialista na área de gestão, estratégia empresarial, marketing, comunicação, tecnologia, educação, entre outras. Escritor de livros e artigos científicos. Atualmente, gerente executivo do Senac em Marechal Cândido Rondon.

consultorosnei@gmail.com

 
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