A cultura é um conjunto de soluções que o grupo de pessoas da empresa utiliza sistematicamente e transmite aos novos membros. Enquanto conjunto de soluções, a cultura pode não estar adaptada às necessidades da empresa e pode precisar ser reformulada. As culturas mais duradouras são as que têm, como elemento constitutivo, a automodificação adaptativa.
Em geral, a cultura voltada à criação de valor balanceia estes aspectos culturais, a sua característica específica é cada decisão ser tomada em razão do valor que se espera criar. Com isto, ela privilegiará a adaptação às necessidades e oportunidades tanto do ambiente externo quanto do interno, sempre no mix mais propicio à criação de valor para os investidores. Este foco no valor, se as decisões estiverem materialmente acertadas, deverá trazer a sua maximização.
Mesmo quando as decisões tomadas merecerem reparos, a empresa com uma cultura voltada ao valor terá flexibilidade para redefinir seu curso, limitando as perdas. Uma cultura voltada ao valor é um ativo extremamente valioso, por permitir e modelar a criação dos demais ativos intangíveis. Outra fonte intangível de valor são alguns recursos-chave, cujo controle pode ser extremamente valioso. Os recursos naturais incluem minérios, florestas, locais de pesca, terra agricultável, salgados, água represável etc. Em geral, o valor destas empresas gira em redor de um recurso escasso, nem sempre contabilizado.
O caráter de intangível não está no ativo, em si, mas no fato dele ser escasso e inacessível a outros interessados, portanto, permitir uma exploração altamente lucrativa. O privilégio legal é o ativo intangível mais antigo no Brasil, datando das capitanias hereditárias, dadas pelo rei a alguns fidalgos portugueses e que até hoje definem o mapa geográfico e a distribuição de riqueza de vastas partes do país.
Outra forma, mais moderna, é a concessão de serviços públicos que o Estado faz a particulares, na forma da lei e no interesse público. O privilégio legal, sempre polêmico, pode ser obtido por mecanismos como lance em um leilão, promessa de desenvolver uma área da economia e patente de uma inovação. Pode ser informal, caracterizado pelo acesso privilegiado à informação ou pela tramitação benevolente dos pleitos. Por vezes, o privilégio legal é obtido por meios pouco éticos, que envolvem mecanismos como ameaças, sedução, tráfico de influências ou corrupção aberta.
Uma firma produtora de automóveis, por exemplo, que se constitui em um agente individual, consegue, com o trabalho dos seus economistas especializados em econometria, realizar previsões de venda com algum grau de precisão. Mas um economista que se preocupa com a taxa de câmbio não consegue realizar previsões precisas acerca do comportamento dessa variável, que sofre influência de inúmeras outras ou mesmo das condições presentes na economia internacional.
Por fim, deve-se destacar que a microeconomia e a macroeconomia não são conjuntos “mutualmente excludentes”, muitas vezes, a análise de determinado fenômeno macroeconômico demanda conceitos que estão presentes na microeconomia. O caso do mercado cambial é emblemático, se a taxa de câmbio é considerada como variável macroeconômica, o mercado cambial contempla conceitos retirados da microeconomia, esse exemplo mostra que as duas áreas são importantes. Mesmo que o economista se especialize na análise macroeconômica, ele não deve esquecer dos conceitos presentes na análise dos mercados sob o ponto de vista microeconômico.
A microeconomia estuda o funcionamento dos mercados a partir da interação entre a oferta e a demanda, que são determinadas pelo comportamento dos consumidores e produtores. Buscando atender seus interesses antagônicos, eles se encontram no mercado para a realização das transações de compra e venda de bens e serviços. Desse encontro, resultam o preço e a quantidade do bem que é efetivamente comercializado. O comportamento de cada agente é influenciado por vários fatores. Além do preço do bem, pode-se considerar a renda, o preço dos bens substitutos e complementares no consumo e na produção, as preferências, o custo de produção e as inovações tecnológicas, dentre outros específicos a cada produto comercializado.
Os mercados têm suas leis, que são impessoais. Essas leis não trazem soluções para todos os problemas que afligem as sociedades modernas sob o ponto de vista material. Alguns governos, motivados por sentimentos de justiça e igualdade, exercem determinadas intervenções, como o controle de preços e salários. Na maioria das vezes, os resultados dessas intervenções são piores quando comparados com as liberdades de escolha. O mau funcionamento das leis que regem a oferta e a demanda podem trazer mais prejuízos do que benefícios.
Quem é Osnei Francisco Alves

Osnei Francisco Alves é especialista na área de gestão, estratégia empresarial, marketing, comunicação, tecnologia, educação, entre outras. Escritor de livros e artigos científicos. Atualmente, gerente executivo do Senac em Marechal Cândido Rondon.
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