O que é gestão financeira?
É o processo de planejar, organizar, controlar e monitorar os recursos financeiros de um empreendimento. Uma boa gestão financeira envolve a prática de administrar os recursos financeiros com eficiência para alcançar objetivos específicos, assegurar a saúde econômica e maximizar o valor da empresa. Requer o uso estratégico e disciplinado das finanças, equilibrando riscos e retornos e garantindo o uso eficaz dos recursos.
Os ativos ou investimentos de uma empresa somente criam valor quando seus fluxos de caixa futuros cobrem o custo do capital que os financia. Isto posto, a maximização do investimento envolve a correta escolha da respectiva fonte de financiamento, razão pela qual estas duas decisões são mutuamente dependentes no âmbito corporativo. Caso os investimentos não sejam capazes de produzir fluxos de caixa que cubram os custos de financiamento, destruirão valor na companhia.
A decisão de financiamento dos investimentos deve se pautar pela escolha da fonte de recursos menos onerosa para a empresa. Uma companhia pode financiar seus ativos por capital próprio e por capital de terceiros. Cada uma destas fontes de recursos tem seu próprio custo para a companhia.
O capital próprio de uma empresa é o montante investido pelos acionistas ou sócios-quotistas no negócio. As diversas contas que exprimem o capital próprio encontram-se relacionadas no Patrimônio Líquido. Constituem capital próprio, além das ações ou quotas representativas do capital social, os lucros acumulados de outros exercícios que não foram distribuídos na forma de dividendos, as reservas de capital, as ações em tesouraria, os ajustes de avaliação patrimonial, as reservas de lucros e os prejuízos acumulados de outros exercidos.
O capital de terceiros de uma empresa é o montante de recursos que foram captados com credores e investidos em ativos operacionais da companhia, os quais irão gerar os futuros fluxos de caixa. Estes recursos podem ser provenientes de dívidas bancárias, notas promissórias, emissão de debêntures, etc. O capital de terceiros é remunerado pelo pagamento de juros periódicos aos credores. Empresas que utilizam financiamento por capital de terceiros usufruem de benefício tributário, pois as parcelas de juros pagas aos credores promovem a redução da base tributária para fins de cálculo de imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido.
A soma de capital próprio e capital de terceiros é conhecida como estrutura de capital da empresa. A decisão financeira acerca da correta proporção entre ambos, isto é, a estrutura de capital ideal para a companhia é uma escolha dos administradores, mas deve se pautar pela busca constante na redução no respectivo custo de capital, ou seja, o custo das fontes de financiamento deve ser o menor. Normalmente, o capital de terceiros tem um custo inferior ao capital próprio, isto é, mais um efeito da relação risco-retomo esperado dentro da empresa.
Em caso de falência ou encerramento das atividades corporativas, os credores detêm preferência de reembolso em relação aos acionistas, isto é, os acionistas, titulares do capital próprio, só receberão o seu quinhão após o pagamento de todos os credores. Portanto, os riscos dos acionistas de uma companhia são sempre maiores, se comparados aos riscos dos credores corporativos. Com riscos maiores, o retorno esperado das ações emitidas pela empresa, as quais representam o capital próprio, será maior do que o retomo esperado dos títulos de dívida desta mesma empresa, os quais representam o capital de terceiros possível para a empresa.
O risco de uma empresa está diretamente ligado ao modo como ela gerencia o capital de giro. Se houver necessidade de buscar recursos de terceiros, deve-se dar preferência aos de menor custo, visando manter o retorno esperado. Se uma empresa busca sempre dinheiro de terceiros, pois ela mesma ou seus sócios não têm mais dinheiro em caixa, acaba ficando comprometida financeiramente. É importante saber que esse dinheiro de terceiros, seja quando emprestamos de bancos, fornecedores, ou de parentes e amigos, sempre terá um custo. Ou você conhece alguém que emprestaria dinheiro sem cobrar nada mais por isso?
Sabemos perfeitamente que qualquer tipo de negócio já traz em si mesmo certa condição de incerteza ou de risco e que essa incerteza pode ser bem administrada. É o próprio risco do negócio. Se a empresa conta com um nível de empréstimo e administra bem os compromissos financeiros futuros, seu risco será baixo e, consequentemente, poderá garantir um retorno para seus proprietários.
Quem é Osnei Francisco Alves

Osnei Francisco Alves é especialista na área de gestão, estratégia empresarial, marketing, comunicação, tecnologia, educação, entre outras. Escritor de livros e artigos científicos. Atualmente, gerente executivo do Senac em Marechal Cândido Rondon.
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