O Presente
Osnei Alves

Indicadores de desempenho financeiro

calendar_month 18 de março de 2025
6 min de leitura

EBITDA é a sigla para Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization, que em português significa Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização. É um indicador financeiro que analisa a geração de caixa operacional de uma empresa, sem considerar custos que não estão ligados à essência do negócio.

A EBITDA pode ser utilizada como indicador de geração de caixa. Nesse caso, ele representa um indicador de desempenho financeiro e de resultados e, de todo modo, tem sido muito utilizado pelos intermediários financeiros, pelos bancos de investimento e agentes de negociação de empresas, como um instrumento facilitador para o cálculo do valor da empresa ou o múltiplo de valor como base de negociação de preço de uma empresa.

Outro desses pressupostos para o EBITDA é o de que ele serve para controlar a alavancagem financeira, com a premissa de que as empresas poderiam cortar ou manter seus investimentos, ou seja, é utilizado também como uma medida definida, um parâmetro ou representando um múltiplo do EBITDA, valores esses expressos e assumidos nos contratos de financiamentos.

Dessa forma, seriam estabelecidas as obrigações visando honrar os valores para juros e a amortização do principal. Na prática das empresas, observa-se que, em muitos casos, demonstram o valor do EBITDA como a verdadeira geração de caixa, o indicador que representa a força e o poder financeiro da empresa. Também o usam como indicador de resultados e base para gratificar melhorias operacionais por meio de bônus, embora o indicador despreze, entre outros fatores, o capital.

Dentre as várias vantagens do uso do EBITDA, elencamos as mais relevantes, como cálculos, que apresentam resposta rápida e simples sobre a geração bruta de caixa. Entretanto, consideram somente uma parte da demonstração do resultado.

A simplicidade da conta, conceito que proporciona cálculos fáceis e rápidos, servindo de base para a análise de vários tipos de múltiplos no mercado, possibilita análises entre empresas comparáveis. Ê utilizado como múltiplo de referência de geração bruta de caixa, é um indicador muito usado no mercado para calcular, buscar uma base de valor para negociação, apurar e encontrar, de maneira rápida, o quanto pode valer uma empresa.

Desvantagens do EBITDA: percebe-se no mercado que muitas das desvantagens aqui elencadas são desconhecidas e, em alguns casos, não são percebidas. Entretanto, tecnicamente elas não devem ser desprezíveis, uma vez que são muito relevantes as desvantagens conceituais apresentadas pelo EBITDA como instrumento de gestão. É uma ferramenta de gestão que não alinha os interesses de acionistas com os gestores de uma organização; falta de disciplina: como instrumento de gestão o EBITDA não faz uso da disciplina financeira nas operações. Pode- se estocar à vontade, dar prazos aos clientes, ou seja, não há qualquer consideração sobre o que não é apropriado para definir incentivos e remuneração variável para executivos e gestores. Ele desconsidera variáveis cruciais na composição das demonstrações financeiras: na prática, paga-se bônus indevidos e impróprios à substância patrimonial. Também se pode até distribuir parte do capital próprio por meio de bônus e dividendos, à revelia dos efeitos corrosivos para a riqueza do acionista.

Como disciplina financeira nos negócios, o Fluxo de Caixa Operacional integra valores relevantes das operações normais de uma companhia representados nas Demonstrações de Resultados e no Balanço Patrimonial. Define- se, por esse meio, uma mensuração econômico-financeira integrada e correta para um fluxo de caixa da operação.

O Fluxo de Caixa Operacional representa o verdadeiro ciclo financeiro das atividades em termos de valores monetários, ou seja, dado que grande parte das empresas precisa estocar, dar prazos aos clientes e obter prazos dos fornecedores, essa relação normalmente representa bancar financeiramente a operação, ou seja, a necessidade de capital de giro e conhecimento da realidade de caixa atual e prevista.

Portanto, a gestão baseada no Fluxo de Caixa Operacional trabalha com o verdadeiro conceito de geração de caixa de curto prazo, porque abrange e engloba toda a movimentação operacional e financeira que a gestão da empresa necessita, visando mensurar o resultado financeiro e o caixa da operação.

O Fluxo de Caixa Operacional tem a finalidade de representar o valor efetivo de caixa gerado nas operações de curto prazo, ou seja, considera a política de capital de giro comercial e financeira definida pelos dirigentes nas operações de curto prazo da empresa.

A estrutura de cálculo é dada pelo valor do lucro operacional menos os encargos do I.R. Adicionam-se os valores que não representam movimentações de caixa (como depreciações e amortizações). O próximo passo são as variações entre os ativos e os passivos circulantes operacionais, etapa muito importante, porque se deduz o capital de giro necessário para bancar as operações.

Um dos principais pontos de uma avaliação de empresas ou projeto de investimento é que lidamos com previsões de futuro e, sempre que for feita uma projeção futura, haverá inúmeras incertezas.

Mesmo embasadas e racionais, as premissas assumidas ao se construir um modelo de avaliação de empresas não necessariamente terão o mesmo comportamento do passado e não necessariamente apresentarão os resultados esperados.

Para lidar com as incertezas, foram estudados e são aceitos vários mecanismos, tais como a análise do custo de capital, utilizado na taxa de desconto do VPL (valor presente líquido) dos fluxos de caixa descontados, as análises de sensibilidade, as análises de cenários, as simulações de Monte Carlo e as análises de opções reais.

Cabe salientar que todos os projetos têm alguma incerteza e flexibilidade e este diagrama considera apenas os fatores de incerteza e flexibilidade que promovem impacto significativo no valor da empresa. Quando o projeto se situa no quadrante em que existe baixa incerteza e baixa flexibilidade, a avaliação tradicional por meio das técnicas de fluxo de caixa descontado é satisfatória.

Consideremos como exemplo de caso, de baixa flexibilidade e baixa incerteza, uma empresa de saneamento, que tem grande previsibilidade de demanda, pois tem um produto da baixíssima elasticidade com clientes cativos, tarifas reajustadas pelo poder concedente, virtual incapacidade de deixar de atender clientes pouco lucrativos e uma área de atuação definida, que dificulta as expansões.

Quem é Osnei Francisco Alves

Osnei Francisco Alves é especialista na área de gestão, estratégia empresarial, marketing, comunicação, tecnologia, educação, entre outras. Escritor de livros e artigos científicos. Atualmente, gerente executivo do Senac em Marechal Cândido Rondon.

consultorosnei@gmail.com

 
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