Empresários descobriram um pontinho no mapa entre o Tropical e o Parque Verde para edificar um condomínio para poucos, onde a calmaria permite ouvir o ruído do riacho e apreciar o verde do entorno

Circula na internet pelo menos desde 2008 um texto que reporta o diálogo entre dois amigos. Um deles é um sitiante querendo vender a propriedade. O outro é o poeta Olavo Bilac, que conhecia bem o sítio.
A pedido do amigo, Bilac redigiu um anúncio poético para descrever o imóvel. Foi então que o sitiante, encantado com a descrição, desistiu de levar a venda adiante.
Algumas vezes, só conseguimos enxergar o que possuímos quando pegamos emprestados os olhos alheios.
Não é preciso ser um Olavo Bilac para relatar as qualidades poéticas do pequeno condomínio Terra Verde, localizado em um recanto do bairro Tropical, local cujas qualidades descartam apresentações.
O Terra Verde é um achado para poucos. E não se trata aqui de “vender escassez” como argumento de venda. São nove os felizardos moradores, algo raro para condomínios horizontais fechados. Ponto para a privacidade e a calmaria.
E o entorno pede uma resenha olaviana. As margens das nascentes do Sanga Verde e seu respectivo bosque, o condomínio se insere no entorno de uma área verde cada vez mais rara nosbairros nobres da cidade.
Aqui vale pontuar: em outros tempos áreas em regiões assim eram pouco valorizadas, pronunciava-se a palavra “mato”. Hoje “mato” virou bosque e a proximidade com o verde encabeça as preferências do consumidor entendiado com a selva de pedra.
A QUEM PERTENCE?
Mas quem são os empreendedor capazes de descobrir esse pontinho encantado no mapa de Cascavel? O empresário Altair Klein é mais conhecido pela atuação no segmento de nutracêuticos, produtos derivados de fontes naturais, como alimentos e plantas, que oferecem benefícios à saúde e bem-estar.
Na sua origem, muitas semelhanças com a área escolhida para expandir o ramo de atuação. Agora Klein é mais conhecido pelas moradas de alto padrão que passou a construir em Cascavel. E o “Terra Verde”, emprendimento que lançou com um sócio, incorpora algumas delas.
Se ele sabe escolher pontinhos no mapa? Bastava o Terra Verde, mas é possível citar também a área no alto do Country eleita pela Dallo Construtora para uma torre residencial. O imóvel era de Klein, o empreendedor do alto padrão, dotado de olho clínico para o mercado imobiliário.
MÚLTIPLO DE QUATRO
Uma das unidades recém concluídas no condomínio está a venda por R$ 4 milhões. Tem muitos “quatros” nessa conta.
São 400 metros de área construída e quatro amplas suítes em um terreno de 636 metros.
Dali é possível ouvir o ruído da água na nascente do Sanga Verde, riozinho pacífico que nasce entre o Parque Verde e o Tropical e que, muitos quilômetros depois servirá águas para rodar turbinas de Itaipu no rio Paraná.

PITACO DO PITOCO
O regato Sanga Verde e seu entorno são adotados pelos Amigos dos Rios, associação que desenvolve no local o projeto “Rios Floridos”, tudo na vizinhança do condomínio.
Na casa do Klein, o quintal aberto, desprovido de muros frontais – como nos icônicos subúrbio de classe média-alta dos Estados Unidos – antecede uma porta gigante de 5 metros de altura, e que já antecipa o design em pé direito alto. O projeto é assinado pela talentosa arquiteta Camila Pezzini.
Automatizada, a vivenda obedece comandos de voz através da Alexia, incluindo persianas que se abrem para o verde. O aproveitamento do terreno vai fundo. Inclui uma área para instalar uma tela gigante. É coisa de cinema!
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Jovem, mas bastante escaldado
Na passagem de bastão de Renato Silva para o vice, surte efeito a vacina contra a “síndrome do vice ansioso”

Já era quase 16 horas quando o protagonista do dia chegou ao anfiteatro da Prefeitura na última segunda-feira (21). Vestindo terno azul ao invés do visual mais informal que o consagrou, porém mantendo o tênis e as meias coloridas, Henrique Mecabô caminhava para fazer história.
Dali a minutos, aos 29 anos, seria o prefeito mais jovem de Cascavel e também apenas o segundo cascavelense nato no cargo – o primeiro foi Gugu Bueno, interino de Leonaldo Paranhos em dezembro de 2018.
Cercado de apupos e cautelas, Mecabô deixou uma frase que remete para os ensinamentos deixados por experiências anteriores de troca de comando no Paço. “Deixe o celular ligado, irei acioná-lo”, disse o interino para o titular Renato Silva, agora licenciado do cargo por sete dias.
INTERINOS ANSIOSOS
Para entender o recado é preciso voltar quase 25 anos no tempo, quando o então vice de Edgar Bueno, Leonaldo Paranhos, assumiu o cargo interinamente.
Agitado, impaciente, ansioso, o jovem Paranhos, então com 35 anos de idade “botou pra quebrar” na interinidade, e movimentou meio mundo em um mutirão de limpeza. O gesto provocou o temido “ciúme de homem” e descambou para um guerra de egos inflados.
Outra experiência de alguma ansiedade veio do também então jovem vereador Márcio Pacheco. Uma decisão judicial precária, em 2014, afastou o prefeito Edgar Bueno e o vice, Maurício Theodoro.
O “Xerife”, à época com 36 anos de idade, ficou menos de 48 horas no cargo, tempo suficiente para trocar chaves e fechaduras no acesso ao gabinete, gesto depois explorado por seus adversários como intempestivo.
Interinidades pedem cautela, e o mais jovem prefeito da história parece ter aprendido com ansiedades anteriores ao deixar claro que irá consultar o titular antes de decisões de maior repercussão
Ele falou “Sete dias é muito tempo, nesse período Deus criou o mundo” Renato Silva, em frase enigmática no discurso de transmissão de cargo para o vice.
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As torres do Catuaí

Quando o multibilionário Apex Partners injetou R$ 141 milhões para associar-se ao Catuaí Cascavel – informação veiculada em primeira mão no Pitoco – o fundo de investimentos enxergava mais longe e já vislumbrava outras oportunidades.
O start está dado. O Apex está desenhando um projeto ambicioso nas áreas remanescentes do shopping Catuaí. É coisa grande. Fala-se em sete torres que mesclam operações comerciais e residenciais. Já há números para embasar o projeto: R$ 1,3 bilhão de valor geral de venda (VGV), o que implica em investimento direto superior a meio bilhão de reais.
Fontes do Pitoco informam que o fundo já prospecta parceiros de bolsos profundos no mercado. E que o Apex Partners debruçou toda sua expertise sobre os números promissores de Cascavel antes de decidir que será aqui o próximo grande investimento do fundo.
Pode “espetar” torres ali? Sim. Segundo o secretário Tales Riedi, especialista no segmento, “restrição não existe, enquadrando dentro dos parâmetros e tendo licenciamento ambiental, não há vedação”.
Por Jairo Eduardo. Ele é jornalista, editor do Pitoco e assina essa coluna semanalmente no Jornal O Presente
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