Modelo é uma solução acessível e prática para propriedades rurais

O 37º Show Rural Coopavel apresentará, pela primeira vez, a Casa Sustentável, projeto habitacional voltado ao meio rural desenvolvido pela Águia Florestal, de Ponta Grossa, em parceria com a Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná) e apoio do governo estadual. Construída com madeira reaproveitada, a residência utiliza materiais que antes
seriam descartados, promovendo assim economia circular.
Com 70 metros quadrados de área construída e uma varanda espaçosa, “o modelo é uma solução acessível e prática para propriedades rurais, melhorando assim as condições de vida de minis e pequenos agricultores”, acentua o gerente da regional de Cascavel do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), Lindomir Penzenti. Além
do uso de madeira reaproveitada, a casa sustentável incorpora tecnologias de autossuficiência e preservação ambiental, como energia solar, captação e armazenamento de água da chuva e um sistema de tratamento de esgoto doméstico.
A proposta busca mostrar aos pequenos produtores rurais que a moradia sustentável é uma alternativa viável e eficaz para incorporar mais conforto e dignidade na vida no campo, ainda longe de parte das comodidades urbanas, distantes principalmente do agricultor familiar.
Permanente
A Casa Sustentável ficará em exposição permanente na área do IDR-Paraná no Show Rural Coopavel. A finalidade, reforça Lindomir Pezenti, é mostrar aos visitantes soluções ecológicas que podem ser implementadas nas propriedades rurais. Esse projeto tem potencial para se tornar uma política pública do Governo do Paraná. Por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e do Instituto de Desenvolvimento Rural, o governo estadual é um dos antigos parceiros do Show Rural Coopavel, que em 2025 será realizado de 10 a 14 de fevereiro, em Cascavel.
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Dilvo é um ecochato?
A água barrenta do rio, antes de invadir o barraco da periferia ou a mansão do bacana, não pergunta em quem os moradores votaram para presidente em 2022

“Nossa natureza fala mais alto”. De onde vem essa frase? De algum militante do Greenpeace? De algum ecochato? De um militante verde do norte da Europa social democrata? Não. A frase vem da voz conservadora da Coopavel, cujo líder é o patriota Dilvo Grolli. Mais: será o slogan do Show Rural 2025. Estará em todas as mídias.
Grolli entra a partir de agora no panteão dos “cumunistas” listados pelo tiozão do zap? Sede da Coopavel passa a constar no alvos dos aloprados homens-bomba?
Bobagens. A emergência climática não dá bola para ideologia. Quando a água suja da enchente ou os furacões batem à porta da mansão ou do barraco da periferia, não perguntam em quem os moradores votaram para presidente em 2022.
Não perguntam se você é de esquerda ou de direita, democrata ou republicano, petista ou bolsonarista. Não perguntam se você acredita no aquecimento global ou é um negacionista climático. Eles, furacões e enchentes, simplesmente vão entrando e carregando tudo. Sem perguntas.
O favelado gaúcho foi visitado pelas águas barrentas. O “bacana” que mora na cobertura do edifício mais glamouroso de Porto Alegre ficou sem energia elétrica e teve seu flamante de luxo inundado na garagem.
Por essa razão o agro que não é ogro percebe que estamos todos no mesmo barco. Se ele, o barco, fizer água, todos vamos engolir. Daí o slogan do Show Rural 2025.
Se o rio que inundou Valência, na Espanha, em outubro último, e os que destruíram o Rio
Grande do Sul este ano pudessem falar, talvez repetissem a frase do dramaturgo alemão Bertold Brecht: “Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem”.
Parar de comprimir e atazanar o planeta é uma missão de todos, e que perpassa o raciocínio raso das setas ideológicas idiotizantes.
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O tratoraço do Chico Simeão
“Me pediram um prazo mínimo de 3 anos para infraestrutura do Ecoparque. Falei que não daria certeza se estaria vivo até lá, estou com 76 anos. O prazo máximo que posso dar é 12 meses”, disse Simeão

Quando pisou em Cascavel pela primeira vez com seu arrojado projeto Ecoparque
Bairros Integrados, Francisco Simeão foi logo dizendo que iria priorizar fornecedores locais.
Foi assim que contratou o Renato, da Diarc, para construção da fábrica de prédios, entre outros muitos fornecedores locais de equipamentos, materiais e serviços. Não foi diferente agora, quando deu início às obras dos primeiros prédios, às vésperas do aniversário de Cascavel.
Terraplanar e preparar um terreno de mais de um milhão de metros quadrados não era serviço para qualquer CNPJ. Na peneirada inicial, ficou somente uma das empresas mais tradicionais do ramo em Cascavel, a V.Albieiro. Mas mesmo ela, com toda tradição, know-how e robusta frota precisaria de um tempo que o Chico não dispunha para execução. “Me pediram um prazo mínimo de 3 anos. Falei que não daria certeza que estaria vivo até
lá, estou com 76 anos. O prazo máximo que posso dar é 12 meses”, disse Simeão.
Na sequência da conversa, direta e franca, como é de seu feitio, ele disse aos interessados: “Se vocês não entregarem isso na metade do prazo que orçaram, vou fatiar em 10 lotes e contratar dez empresas. Vocês vão ficar com um décimo do global”. Foi quando duas grandes se juntaram em um consórcio: a Albieiro e a Zancanaro, cuja sede está no Sudoeste do Paraná.
Ao apito do chefe, no último dia 14, 28 caminhões e tratores passaram a se movimentar em direção ao amplo terreno em que o consórcio irá terraplanar e implantar toda a infraestrutura básica (pavimentação, redes coletoras de água e esgoto, iluminação pública, CMEIs, escolas e etc).
Foi o maior tratoraço do ano, iniciado assim que o último orador discursou em um palco improvisado no canteiro de obras. É para ser assim com o Chico. Ele tem pressa, pretende entregar dois prédios já em 2025 daquele apresentado na placa como o “maior complexo habitacional do Brasil”.
Bolsos profundos
Simeão e o sócio, Luiz Bonacin, revisitaram os bolsos novamente para contratar o consórcio. Pela vez primeira, tiveram que recorrer às “reservas internacionais”, pedindo um “pix” para o Santander, agência da Suíça.
“Quando muita gente está fazendo o processo inverso, enviando ativos para o exterior com medo da volatilidade econômica no Brasil, eu e o Bonacin estamos repatriando recursos”, disse Simeão ao Pitoco. “É porque ninguém acredita mais que nós no potencial desse projeto sem igual em todo o planeta”, complementou. Acreditar é investir. Somando os aportes em Cascavel com áreas adquiridas para replicar o projeto em Maringá e Londrina, os sócios já “casearam” meio bilhão de reais.
Por Jairo Eduardo. Ele é jornalista, editor do Pitoco e assina essa coluna semanalmente no Jornal O Presente
