A trajetória do empreendedor Fernando Dal Evedove no concorrido mercado imobiliário de Cascavel


Já houve um tempo em que ao encontrá-lo os amigos faziam aquela piadinha surrada: bonita camisa, Fernandinho!
Fernandinho cresceu na proporção em que cresceram também os empreendimentos que lançou no mercado imobiliário de Cascavel.
Se o Istambul impressionou pelo design em formato de espada gigante que atravessa a arquitetura do prédio de cima abaixo, o Miami impacta pela proximidade com as nuvens. Fernandinho agora é Fernando Dal Evedove, o executivo que pôs a FD Empreendimentos no topo, na cobertura do mercado imobiliário de Cascavel.
Na entrevista abaixo, concedida na sede da empresa, ele não altera a voz e pontua afirmações sempre recheadas de critérios técnicos e mercadológicos.
A paixão pela velocidade está na decoração da FD Empreendimentos, com vários objetos remetendo para o campeão Ayrton Senna. Mas como estrategista no concorrido mercado imobiliário de Cascavel, o empresário alterna o pé direito entre os pedais do acelerador e do freio.
“Estudo em profundidade o mercado, a economia, o perfil do cliente, a demanda do momento, antes de dar os traços finais em cada projeto”, disse.
A analogia com o automobilismo tem muito a ver com o gigante Miami e seus 5 pavimentos. Ali onde sobe o gigante, foi morada do multi- campeão Pedro Muffato, com quem Fernando costurou promissora dobradinha.
Claro, o Miami não é o Senna de BC, mas também tem piloto campeão na boléia, e a largada nas vendas, três semanas atrás, foi de zero a 85% em fração de segundos, conforme revela o entrevistado com exclusividade nas linhas que seguem:
Pitoco – Qual é o momento do mercado imobiliário cascavelense?
Fernando Dal Evedove – Vivemos um grande momento. Experimentamos um cenário de otimismo com perspectiva de crescimento que se alonga para os próximos anos. Cascavel tem muito mais ainda a oferecer e a se desenvolver. Certamente o segmento da construção civil terá um papel fundamental nesse processo, e será um dos grandes impulsionadores do PIB de Cascavel.
Segundo projeção do IBGE, a cidade está com 365 mil habitantes, e chegando gente…
Ainda na semana passada recebi aqui na empresa um casal que veio de São Paulo, transferido por uma multinacional, eles estão aqui faz um ano. Nesse período perceberam uma cidade segura, próspera, pujante, e decidiram fincar raízes. Eles acabam de adquirir conosco um apartamento no Miami. Acredito que esse caso específico se replica em muitas outras situações semelhantes.
Esse é o perfil do comprador do Miami?
Diferente do que se possa imaginar, que empreendimentos assim irão trazer muitos investidores, o Miami atraiu famílias, o consumidor final. É gente que compra para morar mesmo. Há casos de pessoas que vinham analisando o mercado faz anos, e quando conheceram o projeto definiram que ali seria a morada que tanto procuraram.
No mercado imobiliário, como no mercado de automóveis, tem muito isso de upgrade, aconteceu no Miami?
Sim, são famílias que já moram bem, em casas confortáveis, que decidiram fazer o upgrade, ou seja, mudar-se para um lugar mais tecnológico, seguro, um projeto mais contemporâneo.
Que fatores concorrerem para esse fenômeno, além do encantamento com a possibilidade de morar no maior prédio da cidade?
A decisão de sair da morada atual para um prédio como o Miami é explicada por inúmeros fatores, um deles é a possibilidade de se programar na linha de tempo da obra. É uma compra programada, diluída de tal forma a não pesar no fluxo de caixa do cliente. E comprar na planta traz outras vantagens.
Quais?
Temos basicamente três janelas de oportunidade para o comprador. No lançamento, que é o momento atual, ou quando a obra começa a ganhar corpo e aparecer, ou ainda quando temos a chave na mão.
Qual é o melhor momento, então?
Todos essas janelas têm suas vantagens, com potenciais diferentes de valorização, mas sem dúvida a etapa que ofertamos agora, na planta, é a melhor das etapas tanto no que diz respeito aos valores e a possibilidade de escolher unidades nos pavimentos superiores, como nas condição facilitadas de pagamento.
Permuta é quase regra geral nesse meio… como funciona?
Sempre tem cliente ofertando seus imóveis no negócio. Isso acaba gerando um estoque grande de terceiros para a construtora. Preferimos entregar algo ainda mais vantajoso para o cliente, que é facilitar a entrada, flexibilizar a forma de pagamento, postergando a maior parcela para o momento da entrega das chaves.
Qual a vantagem para o cliente nesse desenho?
O cliente pode permanecer no imóvel dele, que certamente irá agregar valorização ao longo do período para comercializar com mais calma a posterior. Mais próximo da conclusão do seu apartamento, já com seu imóvel comercializado, ele pode financiar a diferença ou usar carta de crédito de consórcio, entre outras inúmeras modalidades que o mercado financeiro oferece.
As pessoas perguntam: como o mercado recebeu o maior prédio em construção da cidade?
Estamos surpresos. Não por desacreditar no potencial do projeto, mas porque nem nas previsões mais otimistas esperávamos um desempenho tão formidável. Temos 85% das unidades vendidas. Sabíamos do pontecial, mas não esperávamos esses números tão cedo.
Dá um frio na espinha ao olhar para essa maquete gigante aqui do hall?
Diria que dá uma noção de responsabilidade. A responsabilidade é proporcional ao tamanho do edifício lançado. Mas esse nível de responsabilidade e comprometimento é o mesmo que aplicaríamos se o projeto fosse uma casa de 40 metros quadrados. Estou falando de compromisso com o cliente acima de tudo. O princípio sagrado da FD é nos colocarmos no lugar do cliente, empatia, pensar como ele, e entregar o melhor.
A que se deve o desempenho de vendas do Miami?
Semear sempre, plantar. É muito estudo de mercado, é entender o que cascavelense precisa, quais seus sonhos, que momento estamos vivendo da economia.
A partir daí se debruçar sobre a base de dados levantada nos estudos e executar. A localização ajudou muito também, a uma quadra da Avenida Brasil, perto de tudo.
“É um privilégio poder trazer para Cascavel um projeto desta magnitude e fazer parte
deste renomado grupo de empreendedores da construção civil cujos nomes estão na história do segmento em âmbito nacional.”
De onde vem a inspiração para iluminar as paredes do edifício em led?
Queríamos trazer um ícone, referenciar a localização. O projeto remete para a cidade de Miami, cujas luzes que iluminam as noites da cidade partem também de edifícios com essas características. De qualquer ponto da cidade será possível vê-lo. Talvez daqui 50 anos, entre tantos outros que irão surgir em Cascavel, o Miami ainda irá se destacar por esse detalhe.
De alguma forma, o edifício coloca sua empresa na “cobertura de Cascavel”, ao lado de empresários tradicionais do ramo, reconhecidos nacionalmente. Como é viver esse momento?
É um privilégio poder trazer para Cascavel um projeto desta magnitude e fazer parte deste renomado grupo de empreendedores da construção civil cujos nomes estão na história do segmento em âmbito nacional. Não foi para massagear ego que projetamos o prédio mais alto. Foi pelo intuito de trazer para a cidade produtos diferenciados, como também ficou consignado no projeto Istambul.
O teto da cidade tá baixo para o potencial do mercado?
Com as pessoas que tenho conversado, técnicos, empreendedores do setor, percebo um desejo de atualizar essas limitações impostas pelo aeroporto. Talvez agora, com o Miami, veremos outras construtoras trazendo potencial construtivo maior e fomentando esse debate a ponto de rever as limitações da Anac a respeito da altura do edifícios.
O que podemos antecipar sobre os próximos lançamentos da FD?
Podemos esperar projetos audaciosos. O mercado percebeu agora com o Miami como a construtora pensa na questão da arquitetura e projetos. Não reproduzimos o mesmo projeto, sempre buscamos algo inovador. O próximo, que já está no forno, certamente vai superar o Miami, mas ainda não podemos entrar em detalhes.
Será maior que o Miami?
Quem sabe, talvez…
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Ruído pra vender apê
Por que dias e noites barulhentos de Cascavel incomodam mais gente que a mamãe que labuta para fazer o bebê dormir

Depoimento recente de um advogado que morava em um prédio da rua Carlos de Carvalho, no centro de Cascavel: O apartamento e o edifício em si, excelentes, construtora de grife, tudo certo. Mas o barulho…
Não é caso isolado. Aliás, não acredite muito em isolamento acústico. Mantas tecnológicas nessa área nada podem contra escapamentos especialmente adulterados para barulhar e emitir pipocos.
Isolamento acústico pouco pode com a sirene da ambulância, da polícia, do bombeiro, com o carro som da loja de calçados explodindo tímpanos, com o avião do circo, com o madrugadeiro caminhão da coleta do lixo, a caixa de som em frente a loja.
A cidade sempre foi barulhenta, mas parece que isso escalou nos últimos anos.
O fenômeno não traz problemas apenas para o autista, o acamado, a mamãe que batalha para fazer o bebê dormir ou para nossos animais de estimação, cuja audição é mais aguçada (e sensível) que a nossa.
O barulho da cidade também afeta a saúde mental da população e o bolso de alguns segmentos. Para ficar em um exemplo, o advogado acima citado vendeu o apê e foi buscar sossego em outras plagas.
Entre os muito interessados em cessar a barulheira deveriam enfileirar-se os influentes executivos do mercado imobiliário, notadamente quem vende apartamento.
Não custa uma audiência com a direção da Transitar, Guarda Municipal, PM, para cobrar a fiscalização de escapamentos. Seria um bom começo.
Muitos não ouvem, mas o barulho da cidade gera um ruído em duplo sentido na venda de imóveis, no mundo dos negócios.
Como tudo tem dois lados (inclusive nosso aparelho auditivo, com um ouvido atormentado em cada face), alguns empreendedores perceberam a força do silêncio, e passaram a ofertar condomínios de chácara, longe do escapamento, perto do canto da cigarra e do tiziu.
Disse Arthur Schopenhauer: “Da árvore do silêncio pende seu fruto: a paz”. Charles Chaplin acrescentou: “O som aniquila a majestosa beleza do silêncio”.
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Um advogado na “República de Cascavel”
Presidente da OAB/PR, Luiz Fernando Pereira se aproxima, degrau por degrau, do protagonismo que o pai dele alcançou na condição de único governador cascavelense da história do Paraná

Adenominada originalmente aqui no Pitoco “República de Cascavel” tem deputado com poder de mando na mesa diretora da Assembleia Legislativa (Gugu Bueno), tem desembargadores no Judiciário (Sergio Kreuz e Rosaldo Pacagnan), engenheiro na poderosa Federação das Indústrias (Edson Vasconcelos) e, entre outros, tem um advogado: Luiz Fernando Pereira, eleito presidente da OAB/PR.
É com ele a conversa, da infância peralta nos anos 1980 em Cascavel à advogacia para clientes do topo do poder na República, como os presidentes Michel Temer e Luis Inácio Lula da Silva.
Pereirinha, como é mais conhecido, diminutivo do sobrenome herdado do pai, o ex-governador Mário Pereira, enfrentou pesada campanha para a OAB quando, entre outras imputações, foi “acusado” de simpatia com o flanco esquerdo da polarização ideológica.
É uma pergunta que não poderia faltar, bem como as controvérsias no entorno do STF e defesas tidas como impossíveis para alguns, caso do famoso homem da mala, tornado famoso pelo Jornal Nacional. Acompanhe:
Pitoco – Que lembranças da infância em Cascavel frequentam sua memória?
Luiz Fernando Pereira – A minha infância é inteira em Cascavel, mudei daqui aos 12 anos de idade. Então toda memória da minha infância é a memória que eu tenho de Cascavel. Foi uma infância livre, analógica, que me leva a comparar com a infância das minhas filhas. Saíamos de casa com, sei lá, 6, 7, 8 anos de idade, minha mãe não tinha a menor ideia de onde eu podia estar, voltava à noite e ela não tinha nenhuma preocupação.
Você faz o tipo saudosista, nostálgico, na linha do “antigamente que era bom”?
Não diria nostálgico, apenas uma constatação: Do que dá pra confessar daquela época, era eu andando de bicicleta, jogando bola, escalando árvore, era realmente uma infância que não existe mais. Eu tenho um filho de cinco anos e é incomparável. Primeiro que acabou a infância analógica, muita tela. A gente tenta coibir e aí quando percebe ele brincando como a gente brincava, vibramos pela exceção. A exceção dele era a minha regra.
Mário Pereira atuava quase full time na política, era um pai ausente?
Isso não foi marcante. Eu tenho uma memória muito viva da minha infância o meu pai e até citei no meu discurso de posse que eu o acompanhava muito. Me recordo que aos 10 anos acompanhei ele no plebiscito da emancipação política de Braganey. Muita memória da política dentro da minha casa, as visitas que o José Richa fazia a Cascavel. Ele pernoitava na nossa casa da rua Londrina. Eu acordava e estava lá o governador do Paraná tomando café da manhã. São coisas muito vivas da presença do meu pai.
Tem boleiro profissional em sua família. Como você se saiu no mundo da bola?
Eu tenho dois primos boleiros, um que infelizmente faleceu, o Caio Júnior, meu primo- irmão, e o Preto Casagrande também, primo-irmão, dois grandes boleiros. O Caio, após encerrar a carreira de jogador, foi também um grande técnico de futebol. Se eu dominava a bola? O pai do Preto uma vez me viu jogando, chamou num canto e disse: “guri, vai estudar, isso não é pra você”.
Que estímulos você recebeu para optar pelo mundo das petições?
Eu convivia com os advogados amigos do meu pai e admirava essas figuras. Cito o Aldo Parzianello, o Adelino Marcon, e essas pessoas me inspiraram a ser advogado, embora eu tenha seguido em relativa dúvida até perto do vestibular porque cogitava fazer jornalismo também. Optei pelo direito e acertei, tenho vocação para o direito. Digo sempre que vocação é um insumo essencial para advocacia. A vocação se mede quando sofremos com as derrotas dos clientes e vibramos com as vitórias.
Como foi navegar nas lides do direito eleitoral?
Comecei a dar aula de direito eleitoral, foi amor à primeira vista. Fundei o Instituto Paranaense, começamos a fazer o congresso brasileiro aqui. Fui presidente da Academia Brasileira de Direito Eleitoral que reúne os especialistas, os acadêmicos da matéria no Brasil inteiro. O direito eleitoral carimba muito num bom sentido a advocacia, porque quando você susta um protesto, não sai na Folha de S. Paulo, mas sevocê advoga para o Lula, você está no Jornal Nacional.
O fato de ter advogado para o presidente lhe rendeu “cutucadas patrióticas” agora, quando disputou a presidencia da OAB/PR…
Eu nunca recusei uma causa por conta das eventuais repercussões que isso poderia gerar. A do Lula é um exemplo disso. Como candidato a presidente da OAB, havia uma imputação que alguns sugeriam ser grave, pois eu seria um petista. Eu não teria nenhum problema de ser petista, ser filiado a partido político não é cláusula infamante, mas nunca fui filiado, fiz essa advocacia como fiz outras. Advogamos para PL aqui no Paraná. Tenho muito orgulho dos clientes que tive, inclusive do Lula e da minha atuação no caso do então presidente Michel Temer entre outros casos em que atuei.
Advogados criminalistas ou defensores de políticos controversos são seres mal compreendidos?
Veja, é uma regra elementar. O advogado não pode ser confundido com o cliente. Todos têm que ter advogado, e o advogado não é o cliente. Portanto, essa confusão ofende uma prerrogativa elementar do advogado, que é atuar com independência e não ser confundido com o seu cliente. Senão, os advogados criminalistas estariam em maus lençóis. Isso também vale para o direito eleitoral mas é mais difícil separar. As pessoas não acreditam que alguém possa advogar para determinado político sem te afinidade ideológica. É como se o médico que opera um comunista virasse comunista ao final da operação.
A sustentação oral está em risco?
É a grande ameaça contra a advocacia brasileira. O STF e o STJ estão fazendo um movimento para suprimir a sustentação oral. Você me contrata, e aí você quer que eu te defenda. O momento crucial é a parte oral da defesa. É a conversa com o juiz, e no tribunal é a sustentação oral. O Supremo é um especialista em preparar advogados para sustentação oral. Então, você prepara a advogada, ela vai lá, e com o seu preparo, aumenta a persuasão para defender o cliente.
“Eu tenho críticas a esses inquéritos do STF. Mas bater no Supremo de forma indistinta para se colocar na caixinha ideológica majoritária e ganhar likes ou votos? Para isso não contem comigo!”
E aí?
E aí o tribunal diz assim: “Nós não vamos te ouvir”. Quando o tribunal diz assim, ele não deixa de ouvir o advogado, deixa de ouvir a dona Maria, o seu José, que tem causas lá que podem mudar a vida deles. E não é só isso. O advogado fala por um partido político, fala por uma raça, fala por um Estado, fala por uma minoria. Suprimir o direito à sustentação oral é retirar a cidadania da construção da decisão judicial. É uma tragédia. A
gente vai lutar até a morte para impedir que isso aconteça no Paraná.
Como sobreviver à polarização política que parece contaminar também os tribunais?
Eu creio que essa discussão do STF está contaminada, como quase tudo no Brasil, por essa polarização radical que retira o ingrediente racional do debate público. Significa dizer que tudo vai sendo carimbado e classificado, ou na caixa da esquerda, ou na caixa da direita. Então, se você criticar o Supremo hoje, você é colocado dentro da caixa da direita. Se você elogia o Supremo, você é colocado dentro da caixa da esquerda.
E não é assim?
A diferença entre esquerda e direita não tem nada a ver com eventuais críticas que eu faça a ofensas ao devido processo legal nos inquéritos do Alexandre de Morais. Eu tenho críticas. Eu acho que o Alexandre não poderia ter a competência que tem, não poderia se arvorar competente para tratar de tantas coisas, inclusive os inquéritos que se tem como vítimas. Agora, ficar batendo no Supremo para ganhar popularidade, bater de forma indistinta para se colocar na caixinha majoritária, isso comigo ninguém vai contar. Eu tenho as minhas críticas a esses inquéritos, mas isso não significa dizer que a Suprema Corte deva ser espancada em praça pública atrás de likes.
A tese se aplica ao pessoal da baderna de 8 de janeiro?
Não. Sobre os acusados de 8 de janeiro, ninguém está dizendo que eles não devem ser punidos. Quem fez quebra-quebra, baderna, tem que ser punido. O que os advogados estão argumentado é que não se aplica um determinado tipo penal e se aplica outro. Reduz a pena de dezoito anos para dois anos. Então, a defesa não é necessariamente pela inocência. É pela dosimetria, pela desclassificação de um determinado tipo penal para outro.
A “República de Cascavel” na capital nunca esteve tão representativa. Fiep, OAB, 1ª secretaria da Assembleia, e por aí vai. É um momento distinto para o Oeste?
Falei com o Edson Vasconcelos, da Fiep. Temos um plano conjunto que será anunciado em breve. Tenho uma excelente relação com o deputado Gugu Bueno, para quem eu já advoguei. Nós vamos promover um almoço, reunir essa turma toda e bater um papo. Vamos falar de Cascavel e do que podemos fazer juntos. Eu tenho muito orgulho do que o meu pai fez no pequeno período em que foi governador, a Ferroeste, o HUOP, a Unioeste. São marcas que estão aqui até hoje. Se ao final dos três anos como presidente da Ordem eu conseguir deixar metade do rastro positivo que meu pai deixou por aí, já terá valido a pena.
É possível compatibilizar a presidência da OAB com o escritório?
Primeiro, eu quero dizer que é a maior honra da minha vida ser presidente da Ordem. Mas preciso dizer que o presidente da OAB não tem salário. Tenho que continuar advogando, por dois motivos: primeiro, que eu vivo da advocacia; segundo, que eu não vivo sem a advocacia no sentido lúdico. E o mercado é cruel. Temos 90 mil advogados no Paraná. Se eu ficar três anos afastado, quando voltar os clientes não estarão lá me esperando. Então, eu quero anunciar que eu estarei, sim, no front da advocacia. Dá para conduzir as duas coisas simultaneamente, e é saudável que seja assim.
Por Jairo Eduardo. Ele é jornalista, editor do Pitoco e assina essa coluna semanalmente no Jornal O Presente

