O Presente
Pitoco

Índole, a herança do Bomm

calendar_month 7 de setembro de 2024
7 min de leitura

Terceira geração do “Seu Waldemar” segue legado do pioneiro que “semeou gente” na vila poeirenta e inóspita da Cascavel dos anos 1950

Terceira e quarta gerações da família Bomm. A partir da esquerda, Mateus, Paloma, Manuela, Belgio Junior, vovó Celeste Dias e Guilherme: Seu Waldemar deixou estrada, DNA e índole

As 13 quadras que a rua Waldemar Bomm percorre da divisa dos bairros Alto Alegre e Coqueiral até a rua Manaus, no Jardim Cristal, são insuficientes para mensurar toda a estrada percorrida pelo pioneiro cascavelense que dá nome à via.

“Seu Waldemar”, como era mais conhecido nasceu em Montenegro, região metropolitana de Porto Alegre, onde foi registrado com um nome bem germânico: Helmuth Waldemar Bomm. Mais tarde foi panificador em Joaçaba (SC) antes de partir para o “velho Oeste”.

Quando chegou à poeirenta vila de Cascavel, distrito de Foz do Iguaçu, o Brasil ainda chorava a retumbante derrota para o Uruguai na final da Copa do Mundo de 1950.

Meticuloso, observou o campo, a topografia de Cascavel e se estabeleceu na “área plana”, no chamado “patrimônio velho”, Avenida Brasil com rua Salgado Filho. Ali “Seu Valdemar”, o panificador, transformaria “pão em gasolina”. Adquiriu, em 1951, o lendário Posto Central Shell montando em 1948 pela família Cattani.

SEMEADOR DE GENTE

Da terceira geração dos Bomm, o empreendedor Belgio Junior estudou a trajetória do avô, e a descreveu em riquezas de detalhes no podcast “Páginas Laranjas”, da Contelle Comunicação.

“Muitas famílias que migravam nos anos 1950 venciam a parte mais acidentada das estradas ruins e atoleiros com destino a Foz do Iguaçu ou Guaíra e se programavam para descansar ou pernoitar ali na região do posto de combustíveis do meu avô”, relatou Belgio, para depois complementar: “ Nesse momento seu Waldemar argumentava para que não seguissem viagem, e ficassem em Cascavel, assim ele convenceu o primeiro dentista da cidade e o primeiro agrimensor, entre tantos outros”, conta Belgio Bomm Junior.

Se fosse “apenas” essa a participação do seu Waldemar – reter aqui o principal ativo de uma comunidade iniciante, o capital humano ao “semear” gente naquele descampado – já teria merecido nominar uma rua em Cascavel.

Mas Bomm percorreu uma estrada ainda mais longa. Foi sócio fundador da Acic, Sindicato Rural e Clube Comercial, entre outras instituições. “Guardei com carinho os documentos, nossa empresa é sócia 001 da Acic, tenho muito orgulho da trajetória do meu avô e de meus antepassados”, afirma Belgio.

Seu Waldemar cumpriu seu ciclo e partiu sem jamais imaginar que anos depois o neto iria percorrer como empreendedor a velha estrada que o avô havia usado tantas vezes para acessar a vizinha Toledo, e que abarcava as linhas telegráficas até Porto Mendes: a avenida Guaíra, agora ladeada por vistosos loteamentos.

E Belgio Junior chegou ali exatamente na condição de empresário do mercado imobiliário, alçando carreira solo após uma década de experiência no setor.

A segunda geração dos Bomm: Cláudio, Plauto, Nilton, Belgio e Gilson. Não está na foto, datada de março de 1974, a única menina do clã, Cléria

FORÇA DO SANGUE

Muitos outros loteadores haviam ambicionado aquela chácara às margens da “estrada velha para Toledo”. Ali está o filé do mercado imobiliário (que o diga o Cezar, da Bella Casa, e seus “tropicais”).

Belgio conquistou a parceria com os relutantes donos do imóvel por um ativo que ninguém mais poderia oferecer: sangue Bomm nas veias, DNA, descendência, neto de Waldemar Bomm. “A chácara tinha um valor sentimental para aquela família. Então me disseram: vamos confiar essa área a você porque seu avô, no final da década de 1950, me ajudou a derrubar embargos e exportar madeira para a Europa”, disse o chacareiro.
Foi assim que a terceira geração

dos Bomm recebeu uma avenida aberta para loteamento já em plena comercialização e, em frente a esta, o “filé” do Tropical, em que a Urbanizadora Bomm, do neto do seu Waldemar, irá desenvolver um condomínio de alto padrão.

Para saber onde o condomídio chique será erigido, basta uma única referência geográfica: estará na planície do Tropical, exatamente onde termina a rua Flamboyant, atrás apenas, é lógico, da histórica rua Waldemar Bomm!

Em tempo: A herança que as gerações subsequentes dos Bomm receberam do “Seu Waldemar” não foi um posto de combustível: a herança foi a reputação e a índole transmitida para os descendentes.

Fundador do Clube Comercial, o pioneiro Waldemar Bomm apreciava um bom baile, sempre acompanhado da parceira de toda uma longa jornada, a esposa Cléria

O Bomm das casas de campo

A existência de 130 chácaras irregulares em Cascavel apontou a demanda: potenciais clientes do mercado imobiliário ambicionam casas de campo; “Vivendas do Bosque” legaliza demanda, conectando o urbano ao humano

Quando se fala em algo que ganhou escala, diz-se boom. Exemplo: boom das commodities. O caso aqui é outro: É o Bomm (sobrenome dos empreendedores) das casas de campo, uma tendência observada por olhares treinados do mercado imobiliário.
Sempre assessorado por experts do mercado e pelo tirocínio próprio, obtido com mais de uma década de operações em loteamentos de sucesso, Belgio Junior olhou para além do que era o perímetro urbano de Cascavel até alguns anos atrás.

O que ele viu que os outros não viram? Há 130 chácaras irregulares na vasta zona rural de Cascavel. Desse fato concreto, pode-se observar dois aspectos para o mundo dos negócios: 1) quem tá irregular, vai se incomodar; 2) se há gente se propondo a incomodação para ter uma chácara nas imediações de Cascavel, é porque há mercado para esse modelo.

Dadas essas condições, por que não ofertar um condomínio de chácaras legalizado e com toda a infraestrutura? Ou melhor ainda: por que não atuar no mercado de casas de campo, tendência internacional nas imediações de grandes centros urbanos?

Foi essa a sacada do empreendedor Belgio Bomm Junior, o neto do seu Waldemar. Assim nascia o Vivendas do Bosque, a possibilidade de estabelecer uma casa de campo longe do frenesi da cidade, mas perto o suficiente para percorrer em 10 minutos a distância entre a morada bucólica e o Shopping Catuaí, para ficar em um exemplo.

O Vivendas está no final da nova Avenida Piquiri revitalizada, que agora atravessa a 467 e segue em direção a Tupassi, provida de vias duplas, ciclovia e pista de caminhada com superpostes de LED.

“Trata-se de uma zona de transição entre o urbano e o rural, estruturada, em processo de licenciamento ambiental com matrículas individualizadas e a dois minutos de carro de serviços essenciais, como o atacarejo Porti, do grupo Irani”, argumenta Belgio.

Vivendas do Bosque: casas de campo na transição do urbano para o rural, a dois minutos do Porti e a 10 minutos do Catuaí

MEMÓRIAS DE INFÂNCIA

Ao desenhar os primeiros traços do Vivendas do Bosque nas pranchetas da Bomm Urbanizadora, Belgio Junior viajou para a infância lúdica de outros tempos. Recordou-se dos primeiros metros de asfalto na Avenida Brasil, do batente diário no posto Central com seus tenros 12 anos de idade, das brincadeiras na caçamba da Toyota laranjada do “seo” Waldemar.

“Quando olho para o projeto do Vivendas enxergo as crianças brincando na rua em segurança, em conexão e sinergia com a natureza, percebendo uma semente brotar, ouvindo pássaros, brincando com o pet no jardim, desconectada do barulho, agito e fumaça da cidade. É isso que oferece um segundo lar numa casa de campo. É onde o urbano encontra o humano”, descreve Belgio.

O empreendedor cita os 49 mil metros quadrados de área verde integrada a um projeto estruturado provido de camadas de segurança obtidas com, entre outras ferramentas, a inteligência artificial, aliando harmonicamente as comodidades da vida moderna com o sossego e o refúgio da casa de campo.

O Vivendas do Bosque é apenas o começo dos empreendimentos inovadores que o neto do seu Waldemar Bomm, o pioneiro que acolhia e “semeava gente”, prepara para Cascavel.

A joia rara da família, lá na sequência da rua Flamboyant, no riquíssimo Tropical, é a sequência natural da estrada que os antepassados legaram por DNA e pelo exemplo.

Por Jairo Eduardo. Ele é jornalista, editor do Pitoco e assina essa coluna semanalmente no Jornal O Presente

pitoco@pitoco.com.br

 
Compartilhe esta notícia:

Este website utiliza cookies para fornecer a melhor experiência aos seus visitantes. Ao continuar, você concorda com o uso dessas informações para exibição de anúncios personalizados conforme os seus interesses.
Este website utiliza cookies para fornecer a melhor experiência aos seus visitantes. Ao continuar, você concorda com o uso dessas informações para exibição de anúncios personalizados conforme os seus interesses.