O Presente
Pitoco

Infraero terá a joia da coroa?

calendar_month 3 de maio de 2024
4 min de leitura

Cascavel deve superar pela primeira vez os 400 mil passageiros; aeródromo emplaca novamente o prêmio de melhor aeroporto regional; boitatá, lobisomem e vento de través não passam de lendas urbanas

(Foto: Nery Cardoso)

O prefeito Paranhos colocou mais uma vez o vice Renato Silva “embaixo do braço” e aterissou no aeroporto de Cascavel no último dia 25. Era para gravar um vídeo anunciando o aeródromo eleito novamente o melhor regional do Brasil.

Lá estava Cascavel novamente no alto do pódio em Brasília, na entrega do prêmio Aviação + Brasil 2024, chancelado pela Ministério dos Portos e Aeroportos por meio da Secretaria Nacional de Aviação Civil. O prêmio não é balisado em aspectos operacionais ou técnicos, embora Cascavel pudesse se destacar neste quesito também. O vencedor no quesito melhor aeroporto regional é obtido a partir de entrevistas com os próprios “voantes”. Ou seja, afere a satisfação do cliente. Em 2022 o aeródromo local já havia ganho o prêmio.

À visibilidade que o Aeroporto de Cascavel ganha nos prêmios agrega-se o desempenho operacional. Com quatro companhias aéreas operando, o aeródromo movimentou 368 mil passageiros ano passado. O primeiro trimestre deste ano já fechou com 104 mil.

Mantida essa voada, o aeroporto vai ultrapassar pela primeira vez a marca de 400 mil passageiros agora, em 2024. Os números impressionaram os gestores a ponto de questionarem se a Transitar terá fôlego para gerir tantos pousos e decolagens. Paranhos acha que não. “Não temos expertise para tocar o aeroporto, não é nosso negócio”, disse ele na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, o Codesc. Interessados em assumir a gestão há.

O principal interessado é a Infraero, estatal federal que ganhou proporções mastodômicas em outras tempos, mas definhou com as concessões dos maiores aeroportos do País, e hoje vive um momento opaco de ociosidade. Paranhos disse que caberá ao Codesc dar uma direção, mas deixou clara sua simpatia pela Infraero que já atua aqui em consultoria técnica para elevar o patamar do aeroporto da Classe 1 para a Classe 2.

Os comissários da Infraero serão convidados a apresentar uma proposta técnica. E terão que mostrar também de onde virá o dinheiro para o ambicionado terminal de cargas, ampliação da pista em 400 metros e implantação de uma usina fotovoltaica, entre outras melhorias. É coisa para R$ 100 milhões, dinheiro que a Transitar não tem, nem terá, já que o superávit do terminal aeroportuário em 2023 ficou pouco acima de R$ 5 milhões. Outra opção do município seria incluir Cascavel no pacote de concessões do governo federal.

Os R$ 5 milhões/ano auferidos sob administração pública, possivelmente seriam ampliados sob gestão privada. Paranhos não gosta da ideia. Ele considera que o tempo de outorga concedida ao município para gerir o aeroporto seria insuficiente para atrair grandes investidores. O Pitoco apurou, no entanto, que a outorga concedida em 2015 foi de 35 anos, portanto, eventuais concessionários privados poderiam explorar a operação até 2050.

LENDAS E BICHOS

A rotina dos funcionários do aeroporto inclui dar corridões em lebrões, espantar quero-queros e outras 19 espécies identificadas na fauna local. De quando em vez uma turbina suga um infeliz quero-quero, pássaro mais exposto ali, devido às áreas gramadas do entorno. Há até um nome técnico para a fatalidade: bird-strike.

Boitatás, mulas sem cabeça e lobisomens não foram vistos por ali ainda, mas uma lenda se dissipou com o tempo: a do terrível “vento de través” que ameaçaria a aproximação das aeronaves. Segundo técnicos da Transitar consultados pelo Pitoco, em aviões pequenos o fenômeno pode até gerar alguma turbulência, embora a ampliação recente da pista diminua muito essa possibilidade. Agora, em aviões das grandes aéreas que operam em Cascavel – como o Boeing 737 da Gol, que vazio pesa 27 toneladas – o fantasma do través não passa de uma brisa fresca numa tarde outonal.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

“Univel nunca estará à venda”

Dissipando boatos quer circularam insistentemente durante todo o mês de abril, o empresário Renato Silva rechaçou a possibilidade de venda da Univel para um conglomerado educacional.

“É pura maldade, não tem nenhum fundamento, nunca esteve à venda, e nunca estará”, assegurou Renato no último dia 1º.

Como esse tipo de conversa não sai do nada, o Pitoco apurou que de fato um grupo de dimensão nacional, mediante a possibilidade de a Univel implantar o curso de Medicina, intensificou as investidas aqui.

O empresário Assis Gurgacz também admite que tratou do assunto com Renato. Porém, pela ênfase da resposta, enquanto o vice tiver a palavra final naquele edifício azul e branco da Tito Muffato, a faculdade estará “invendível”.

“MAIS RESPEITO”

Renato também foi instado a falar dos mêmes que circulam na internet, postados por adversários dele. “Deveriam ter um pouco de respeito pela gente, pela minha família”, disse.

Por Jairo Eduardo. Ele é jornalista, editor do Pitoco e assina essa coluna semanalmente no Jornal O Presente

pitoco@pitoco.com.br

 
Compartilhe esta notícia:

Este website utiliza cookies para fornecer a melhor experiência aos seus visitantes. Ao continuar, você concorda com o uso dessas informações para exibição de anúncios personalizados conforme os seus interesses.
Este website utiliza cookies para fornecer a melhor experiência aos seus visitantes. Ao continuar, você concorda com o uso dessas informações para exibição de anúncios personalizados conforme os seus interesses.