O Presente
Pitoco

João? Jadir? Não, Fernando!

calendar_month 7 de março de 2025
12 min de leitura

“Vamos romper a barreira do cinquentão”, diz empresário que lançou o maior edifício da cidade; Miami só não foi a 60 pavimentos, maior do Paraná, por que a cidade de Cascavel “engoliu” o aeroporto

Fernando, da FD Empreendimentos, no Pitocast, o podcast do Pitoco: projeto original do Miami previa 60 pavimentos

João Luiz Félix? Jadir Saraiva de Rezende? Sergio Casarotto? Luciano Dallo? Não, o nome do empreendedor que lançou o maior prédio da cidade é Fernando Dal Evedove, mais conhecido até então pelo curvilíneo Istambul em construção na rua Londrina.

Diretor da FD Empreendimentos, Fernando vem da nova geração de players do mercado imobiliário local, segmento dinâmico, capaz de construir e destruir reputações quase na mesma proporção, dado o elevado nível de competição.

Fernando Dal Evedove participou do Pitocast, o podcast do Pitoco, na última sexta-feira (7), gravado no estúdio da Castilhos Coworking. Na entrevista, reproduzida a seguir, o empresário disse que o Miami seria ainda maior, mas como a cidade “engoliu” o aeroporto, a Anacestabelece rígidas restrições na altura dos edifícios.

Pitoco – De onde vem a inspiração do Miami?

Fernando Dal Evedove – É uma mescla de referências, que passa pelo litoral de Santa Catarina e por Miami, na Flórida. Trata-se de uma fachada marcante com iluminação em led, edifício que irá referenciar a noite de Cascavel já que poderá ser observado a quilômetros de distância dos mais diversos pontos da cidade.

Como foi a prosa com o Pedro Muffato, dono do terreno e da mansão que foi ao chão?

Conversa muito franca e prática. Manifestei o interesse pelo imóvel e ele disse: “Me faça uma proposta”. Fiz e chegamos até aqui.

Vivemos a era da ansiedade, as pessoas estão impacientes até com a velocidade do elevador, e algumas terão que viajar mais de 40 andares…

O Miami terá quatro elevadores, teto alto para transportar móveis de maior envergadura e a velocidade será de 3,5 a 3,8 metros por segundo. Isso quer dizer que o elevador se movimenta na velocidade de um pavimento por segundo. Vai do térreo ao topo em menos de um minuto.

Segurança é outro aspecto sensível, mesmo em prédio de apartamentos…

Sim, um edifício também pode ser vulnerável. Dedicamos cuidados especiais nessa área.
Para ficar em um exemplo, além do acesso por reconhecimento facial e câmeras térmicas, teremos um local seguro para receber entregas como a do Ifood, em que o morador não fica exposto à rua e a qualquer outra contingência que possa colocá-lo em risco.

O Miami seria o maior edifício do Paraná… por que não foi?

De fato, o projeto inicialmente enviado para aprovação previa 60 pavimentos. Esbarrou no aeroporto. Os técnicos da Prefeitura apontaram o veto da Agencia Nacional de Aviação Civil.

Isso frustou você?

Estou muito feliz com o Miami. 48 horas após o lança mento já tinhamos um grande resultado em vendas, devemos fechar as próximas semanas com 70% comercializado. Mas é preciso rever essas vedações, que se permita edificações mais altas em determinadas regiões da cidade.

Desistiu do maior prédio? De jeito nenhum, temos outras áreas para trabalhar, projetar novos edifícios e vamos romper a barreira do cinquentão.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Sem o agro, aí é que não vamos sair da armadilha da renda média

No Brasil, subsídios agrícolas são das raras políticas governamentais bem-feitas

“Se a safra for boa, a gente vai comemorar os 70 anos dele na Austrália, onde vamos visitar a cidade de onde ele saiu. Se for ruim, vai ser festa de família em casa mesmo.”

Essa foi a conversa com um amigo cujo padrasto tem fazenda na Dinamarca. Os ciclos de produção às vezes podem consumir grande parte das suas economias. E duas ou três safras ruins podem levá-lo à falência.

Uma das coisas menos apreciadas no debate sobre agricultura e desenvolvimento econômico é que fazendeiros (mais que pecuaristas) são muito mais empreendedores que jovens querendo abrir startups.

Não existe empresa em centros urbanos que, em todo ciclo de produção, seja passível de
perder tudo por causa de seca, enchente ou praga. Pior, quase não existe negócio em cidades grandes em que alguém decide quanto produzir sem saber o preço de venda.

Quando alguém monta uma fábrica, sabe tanto sua capacidade quanto a expectativa do preço final. Isso também vale para salão de festas, site de vendas, restaurante ou curso de inglês. O único grande risco é não ter clientes.

Mas não é assim na agricultura. A decisão sobre o que e o quanto plantar vem com imensas incertezas em relação a custos, produtividade e preço de venda. É por isso que todo país subsidia de alguma forma a produção agrícola: sem apoio do Estado, a produção agrícola de um país seria muito menor que aquilo que a sociedade considera ideal.

Obviamente, às vezes produtores rurais capturam o Estado, como no caso dos imensos subsídios que agricultores europeus recebem da União Europeia (já foram maiores no passado, resultando em destruição proposital de vários produtos, não diferente das absurdas queimas de café no Brasil nos anos 1930).

EUA, BRASIL E CHINA

O Plano Safra é uma das principais políticas de Estado do país, pois vai desde o apoio direto à agricultura familiar até oferecer seguros implícitos contra o pior das quebras de safra e, o mais importante no país com os juros mais altos do mundo, crédito. Não é diferente na China ou nos EUA, para pegar dois países capitalistas ferrenhos que mesmo assim subsidiam a agricultura local.

Os EUA fazem isso até pior que os membros dos Brics, pois o setor agrícola lá capturou significativamente deputados e senadores, que sempre renovam as “Farm Bills”, medidas de subsídio que totalizaram US$ 1,4 trilhão ano passado. Em 2001, os países da América Latina já pediam aos americanos que reduzissem os absurdos subsídios. Em 2017, Brasil e União Europeia continuavam a bater nessatecla. Em 2050 continuaremos pedindo o mesmo.

ARMADILHA DA RENDA

No Brasil, pode haver alguma distorção pontual, mas os subsídios agrícolas são das raras políticas governamentais bem-feitas. Elas são transparentes, estão dentro do Orçamento, os totais em prestados podem ser auditados e chegam à mão de quem precisa, com alguma ou outra exceção. É impossível que qualquer política econômica seja implementada com 100% de acurácia.

Não é porque pecuarista usa distintivo policial para passear com ex-presidente ou porque maus atores destroem o meio ambiente que vamos jogar o agro fora. São mais de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários. O que sobra é elitismo. Sem o agro, aí mesmo é que não vamos sair da armadilha da renda média. Onde estamos afundados. Mesmo.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

A câmera do Manoel criou asas

“Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem
voar” (F. Nietzsche)

Manoel Teixeira preparando o drone “adestrado” para voar no Calçadão da Avenida
Brasil: post da Catedral põe no “chinelo” sub-celebridades digitais da cidade

Manoel Teixeira pulou cedo no último 23 de fevereiro. Às 6 da manhã já preparava a decolagem de seu drone mágico na praça da Catedral, centro de Cascavel. Enquanto a maior parte das 364 mil almas cascavelenses levitava em sono profundo, fez-se ouvir o zumbi do típico do aparelho decolando.

No primeiro momento, mostrou o monumento a Nossa Senhora Aparecida, impecavelmente restaurado pelos dedos consagrados de nosso artista maior, Dirceu Rosa. Na penumbra da alvorada, a iluminação da santa tornou o azul domanto ainda mais vivo.

Profissionais do calibre de um Manoel Teixeira não escolhem aleatoriamente horários
para captação de imagens . Tanto assim que o colorido obtido mesclava luzes artificiais – produzidas pelos sapiens – com a naturais, cuja criação é atribuída
a seres sobrenaturais.

O drone encontrou as portas da igreja abertas. E esgueirou–se a centímetros daquele teto ondulado, mostrando o chão quadriculado, em vôo até o púlpito, local que teve o condão de transformar padres em bispos.

No retorno do drone, pelo mesmo caminho da chegada, um breve sobrevôo na praça, escalando a icônica cobertura para a condição de testemunha.

O drone chamou os aviões. Eram 527 aviõezinhos, ícone que indica quantas pessoas compartilharam o vídeo no Instagram. Foram, até o fechamento dessa edição – ainda sob os confetes do Carnaval – mais de 2,5 mil curti das e 37,5 mil visualizações, ótimo desempenho se comparado aos posts das subcelebridades digitais da cobra.

Para efeito de entender esses números, nos últimos dez posts do ex-prefeito Paranhos, político com mais de 55 mil seguidores, apenas um atingiu a marca do Teixeira na Catedral.

35 ANOS DE JANELA

Dizer que Manoel Teixeira tem três décadas e meia de janela pode remeter para o sentido literal. Repórter cinematográfico calejado, ele gravou cenas da “janela” de helicópteros, praticamente pendurado na aeronave.

Eram tempos pré-drone. O jeito de fazer tomadas aéreas era restrita a helicópteros, aviões, asas delta, ou qualquer coisa que voasse e suportasse equipamentos pesados. Uma câmera naquele período podia pesar 13 quilos, hoje trabalha-se com equipamentos compactos de 2,5 quilos.

A câmera mastodôntica do Teixeira gravou muita coisa e muita gente. Gravou o “Jornal Tarobá”, captando a voz grave do Edson Moraes, gravou o “Vitrine”, da Silvana Veronese, e vários fatos de rua. Até o “Pantera” ele filmou, no caso, o apresentador Lourival Neves
(in memoriam) e seu “Nas Malhas da Lei”.

A carreira do Teixeira tem uma tomada geográfica com a Tarobá. A família dele morava de “parede e meia” com a emis sora. Dois irmãos, Jair e José Teixeira, também atuaram na
emissora. A mãe dos meninos administrava uma pensão na frente da Tarobá.

DRONE ADESTRADO

Captando imagens aéreas de Cascavel na gestão do onisciente e onipresente Paranhos nos últimos seis anos, Manoel Teixeira adestrou o drone.

Ele faz coisas incríveis com o equipamento. Você quer saber qual visão da cidade terá se adquirir a cobertura no quinquagésimo andar do edifício Miami, recém lançado em Cascavel? Pois o Teixeira posiciona o drone no exato local da sacada e traz as imagem para você antecipar o calendário em 5 anos, período previsto para a entrega do imóvel.

O drone passeia também pelo interior de imóveis de luxo à venda, como se colocasse o corretor e o potencial cliente no local, agregando ângulos que só seriam possíveis visualizar se o comprador tivesse asas. É o tourvirtual mais realista já desenvolvido, um passeio panorâmico no qual é possível entender também o entorno sem que ninguém precise se deslocar.

FALCÃO EM BC

Antes de visitar a Catedral, o drone mágico do Teixeira já havia feito voo semelhante no belíssimo templo do bairro Cancelli, no novo hotel do Sesc em um take só, dispensando edição e contando a história toda. Gravou o Catuaí em obras, e entre os escombros dos barracões da Sanbra, derrubados por um vendaval.

Ultimamente o mágico do drone tem prestado serviços no litoral de Santa Catarina, contratado pelos gigantes dos edifícios infinitos reservados para gente de bolsos profundos. Descer para BC é uma opção para o Teixeira, profissional que ao fazer subir o drone, entrega com sua câmera voadora olhares outrora reserva dos somente aos falcões.

SERVIÇO

Manoel Teixeira, o ás do drone, e o vídeo na Catedral podem ser encontrados no Insta: @
manoeldteixeira_fpv

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Os 19 gatos do Assis Gurgacz

Se à noite todos os gatos são pardos, de dia, naquele imóvel no centro da cidade, todos
são pretos e brancos

Felino branco e preto no imóvel: não se imaginava uma ninhada gigante de gatos na linha do passivo

Quando empresários do calibre de um Assis Gurgacz vão às compras no mercado imobiliário, partem logo para checar o valor do ativo e também dar uma boa olhada em eventuais passivos que podem estar bem aninhados em algum canto do
imóvel.

Pois bem, quando Gurgacz adquiriu o histórico edifício São Miguel, no ano passado, estava consciente de que seria preciso equacionar uma disputa jurídica de herdeiros. E não são poucos, 22 CPFs distribuídos em três CNPJs.

Absorvida essa informação, que em alguma medida pode ser entendida como um passivo, surgia um despretensioso post no Instagram, a partir de um vídeo gravado pelo Pitoco na face para a rua Rio Grande do Sul do imóvel: uma “ninhada” de gatos.

Muitos gatos no terreno que atravessa da Avenida Brasil para a Rio Grande, algo como 19 bichanos, todos de uma mesma família. Se à noite todos os gatos são pardos, de dia aquela família é composta de gatos brancos com manchas pretas. Ou alternativamente, pretos com manchas brancas.

Logo após a postagem do vídeo, alertando para que alguma destinação fosse dada aos bichanos, alguém entre os milhares de ativistas da causa animal avisou a promotoria. E logo uma petição aterrisou na mesa de um dos advogados dos Gurgacz, Charles Lustosa, filho do saudoso ex–vice prefeito, Hostílio.

Aí veio o pulo do gato. Lustosa acionou o hospital veterinário da FAG e começou o processo de captura. “Estamos recolhendo os animais para examiná-los, tratá–los e, se for o caso, castrá-los e encaminhar para adoção”, disse o advogado.

Certamente, quando Gurgacz decidiu montar um hospital veterinário, não foi para se antecin Felino branco e preto no imóvel: não se imaginava uma ninhada gigante de gatos na linha do passivopar a ocasiões assim, mas como sabemos, gatos dão o tapa e escondem a pata, e podem mesmo nos surpreender.

Até o fechamento desta edição, ainda sob o batuque do carnaval, 19 felinos estavam capturados pelas gatoeiras. Tudo indica que alguma alma caridosa estava alimentando os animais. De barriga cheia, eles relutavam em morder a isca na arapuca, mas morderam.

PITACO DO PITOCO

Não é exagero dizer que temos milhares de ativistas da causa animal na cidade. É tanta
gente, que elegeram a “bancada canina” na Câmara, com pelo menos três integrantes: Serginho Ribeiro, Cleverson Sibulski e doutor Lauri. Político que colar na causa pet pode
até miar eventualmente, mas faz voto pra cachorro.

Em tempo – Gurgacz não definiu ainda o que irá construir no São Miguel. “Vamos fazer ali algo condizente com a magnitude de Cascavel”, garante José Antonio Ferreira, um dos gestores do grupo. Certo mesmo é que, uma vez removido o “balaio de gatos”, o predinho edificado no início dos anos 1970 será demolido.

Por Jairo Eduardo. Ele é jornalista, editor do Pitoco e assina essa coluna semanalmente no Jornal O Presente

pitoco@pitoco.com.br

 
Compartilhe esta notícia:

Este website utiliza cookies para fornecer a melhor experiência aos seus visitantes. Ao continuar, você concorda com o uso dessas informações para exibição de anúncios personalizados conforme os seus interesses.
Este website utiliza cookies para fornecer a melhor experiência aos seus visitantes. Ao continuar, você concorda com o uso dessas informações para exibição de anúncios personalizados conforme os seus interesses.