Empresa ensolarada de Nova Aurora expande-se à velocidade da luz para mais de 200 cidades brasileiras; CNPJ 01 de Cascavel tenta driblar área de sombra e gigante que fabrica módulos fotovoltaicos aqui enfrenta choques existenciais

Não são todos os países que tem petróleo. Quem tem organiza cartel com iguais. Quem não tem paga o preço que o cartel determinar. Se o petróleo está mais em conta, o cartel corta a produção para elevar o preço por escassez, negócio fumacento.
Entretanto, o cartel do petróleo nada pode contra o astro rei. Não é possível monopolizar ou cartelizar a entrega de raios solares. Mesmo países que recebem menos luz do astro podem adquirir áreas em outros pontos do planeta para produzir energia, afinal o sol nasce para todos.
Porém, transformar o sol em um negócio pede um bronzeado diferente. O CNPJ 01 da energia solar em Cascavel, a Master, do empresário Rafael Souza, lutou bravamente, combateu o bom combate, porém teve que rever o plano de negócios – apostando agora em carregadores elétricos para fugir da área de sombra.
BAFO DO DRAGÃO
Ninguém pode competir com a indústria chinesa no segmento de suprimentos para geração de energia solar. Quem tentou, subiu no telhado. E não foi para instalar placas.
Em outubro de 2022, Cascavel celebrava a inauguração de uma indústria de módulos solares no prédio que outrora abrigou o Atacado Liderança.
A iniciativa vinha da Tangipar, empresa grande que tem sob seu amplo guarda sol inúmeros outros CNPJs, entre eles a Ilumisol. Daniel Rocha, o CPF por trás do CNPJ da Tangipar, construiu um império a partir do astro-rei. No site da empresa os números gritam, embora possam estar desatualizados: 201 GW gerados mensalmente por mais de 120 usinas próprias, 52 mil obras concluídas e 2 milhões de módulos instalados. A implantação da indústria em Cascavel fechava o ciclo da energia, verticalizando a operação.
BLINDAGEM TRUMPISTA
Porém, dois anos após a inauguração que contou com a presença do governador Ratinho Junior, a Tangipar passou a enfrentar momentos desafiantes, uma insolação similar à de grande parte das empresas do segmento, da pioneira cascavelense Master até grandes operações expandidas Brasil afora.
Para honrar os compromissos assumidos, e ao mesmo tempo evitar a descontinuidade de investimentos em curso em novas usinas, o grupo vem ofertando ativos no mercado.
Em esforço nesse sentido, a Tangipar vendeu 16 usinas.
De toda forma, fontes consultadas no mercado afirmam que o grupo possui ativos valiosos, capazes de gerar receitas na casa do bilhão para honrar os compromissos assumidos, e que possui convite para transferir a indústria de módulos fotovoltaicos de Cascavel para os EUA, onde tanto Republicanos como Democratas não deixam fresta para raios solares emitidos a partir da bocarra de fogo do dragão chinês.
PITACO DO PITOCO
“A Arte da Guerra”, obra do Século V antes de Cristo, redigida pelo chinês que leva o sol no nome, Sun Tzu, já alertava: “Se você não pode com o inimigo, junte-se a ele”.
Foi o que fez a Bionova, empresa genuinamente oestina. Para eles, chinês é fornecedor e parceiro. A partir da garagem da casa do fundador, José Berta, em Nova Aurora, a empresa expandiu-se para oito estados e mais de 200 cidades brasileiras em um ritmo frenético de inaugurações. Já são mais de 400 mil placas instaladas.
“O que começou como um sonho em minha casa hoje ganha o mundo. Seguimos firmes na missão de transformar o presente e construir o futuro mais verde para todos”, disse Berta, empreendedor que decifrou a cartilha de Sun Tzu e preferiu juntar-se à turma da bandeira vermelha hasteada por Xi Jinping.
Afinal, a pele levada ao sol pode ofertar vitamina D ou queimar, tudo depende do grau de exposição…
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“Dinheiro não tira férias”
Após a repercussão do Painel Imobiliário, realizado em julho, Eduardo Serralheiro, o Passarinho, programa novos voos em janeiro. “Oportunidade não marca hora”, diz o frasista

O mercado imobiliário cascavelense vive um momento bolha? Há muita oferta para poucos bolsos dispostos a investir? Onde estão as oportunidades, quais regiões da cidade vão escalar? Foi para enfrentar perguntas assim, sem rodeios, que o especialista Eduardo Serralheiro participou do Pitocast, o podcast do Pitoco, no último dia 2 de agosto, ainda sob o calor do “Painel Imobiliário”, evento que dimensionou o mercado com base estatísticas sólidas.
Ali, por exemplo, soube-se que há 29 loteamentos e outros 29 condomínios em tramitação no numeral 5.000 da rua Paraná, local conhecido como Prefeitura de Cascavel. Soube-se também que 4,6 mil unidades foram construídas em Cascavel no ano passado, com uma região líder improvável: o Floresta, com 686 unidades, à frente do centro (585). Aparecem bem posicionados também o Cancelli (432) e o Country (254).
O Painel Imobiliário abriu também uma informação exclusiva: que um fundo de investimentos está prospectando parceiros para edificar um complexo multiuso na área do Catuaí, operação para investimento bilionário.
Canta aí, Passarinho:
Há quem veja saturação no mercado, fala-se até em bolha…
Quem passeia pelas ruas de Cascavel vê muito prédio em construção. A tendência é se perguntar: vai ter tanta gente pra comprar? Olham salas comerciais para alugar no centro e dizem, “pronto, acabou, é bolha”.
E aí?
Nove em cada 10 unidades que você vê em construção, dependendo da dimensão do imóvel, estão vendidas. São obras iniciadas na pandemia para ser entregues agora. Já correram cinco anos vendendo e o estoque está baixo. Já faltam imóveis para locação.
Os mais comedidos olham para o cenário internacional instável… olham para o Palácio do Planalto, para eleições presidenciais de 2026…Estão olhando a foto, e não o filme. Estão olhando a árvore, e não a floresta. Quem lança um edifício de 50 pavimentos tem um cenário de até oito anos para entregar. Nesse período tem duas copas do mundo, dois governadores, dois presidentes. Trump e Lula são inquilinos do poder.
Todos têm data de validade.
Porém, sabemos que o dinheiro é assustado e tem gente criando escorpião no bolso…
O mercado se autorregula de forma orgânica. Tem empresa fechando todo dia, tem empresas abrindo todo dia. Não tem apocalipse à vista. O Vasconcelos, da Fiep, disse no Painel Imobiliário que se uma empresa da região fechar hoje e demitir 1,5 mil trabalhadores, o mercado imobiliário contrata no outro dia, isso se as cooperativas não contratarem antes.
Cascavel está blindada?
Nossa cidade e a região são muito ricas. Somos os últimos a entrar no ciclo da crise e os primeiros a sair. Ou senão vejamos: no evento que organizamos, o Eduardo Luvison, representante de um grande fundo de investimentos, sócio do Catuaí, descreveu investimento de R$ 1,5 bilhão aqui. Alguém entende mais de investimento que esse pessoal que atua no mercado financeiro? Aí aparece alguém com receio de comprar apê de R$ 800 mil. Nada disso, é seguir o dinheiro.
Você está programando um evento para janeiro, não é mês de férias?
Oportunidade não marca hora e dinheiro não tira férias. E os agentes financeiros de Cascavel e região abrem o ano mais cedo em razão do Show Rural Coopavel. Janeiro é calendário bom para negócios em Cascavel. Vamos organizar um outlet imobiliário, é o momento em que as construtoras colocam a venda com ótimos descontos produtos não estão em sua linha de trabalho para fazer caixa e gerar novos empreendimentos.
Para onde vai Cascavel? Em que região da cidade você faria seu investimento hoje?
Cascavel cresce para todo lado. O metro quadrado no Country, por exemplo, dobrou de valor nos últimos anos. Empreendimentos como o edifício Vicente e a Dallo puxaram a régua para cima. Vários pontos da cidade valorizaram acima de 50%.
Quais?
A região do aeroporto não estava no radar, mas com o Centro de Convenções, entrou forte. Região Sul, imediações da Petrocon, o eixo Alto Alegre/Coqueiral nas imediações do Centro Cívico com a delegacia da PF, Terminal Rodoviário repaginado é bola da vez. O boom do Cancelli agora vem para o Alto Alegre.
Segue o dinheiro então, já que ele não tira férias?
Segue o dinheiro e segue as loteadoras. Eles sabem onde está a prosperidade. O Cezar da Bella Casa é um fenômeno, o Belgio Junior é outro. Independente da questão política, imóvel sempre vai vender, mais rápido ou mais devagar, mas vai vender. O sistema sobreviveu ao colapso da pandemia, irá sobreviver a presidentes também, sejam eles brasileiros, sejam eles americanos.
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600 placas avariadas
EPR Iguaçu avança na recuperação da BR-163; no pavimento rígido está prevista a substituição de centenas de placas de concreto

A EPR Iguaçu, concessionária responsável pela gestão de 662 quilômetros de rodovias nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná, avança na recuperação do pavimento de todo o trecho concedido.
O cronograma de reparos no pavimento iniciou na região Sudoeste, onde foram mapeados trechos que apresentavam condiçõesque exigiam atenção imediata. Dentre os segmentos que exigem maior atenção está a BR-163, composta por trechos de pavimento flexível (asfalto tradicional) e pavimento rígido (em concreto).
A BR-163 é um importante corredor logístico, eixo crucial para o fluxo de cargas,
especialmente para o escoamento de produtos agrícolas e que liga os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ao porto de Paranaguá.
PAVIMENTO RÍGIDO
Nos trechos em pavimento rígido, foram observadas uma série de patologias e que demandam a substituição das placas de concreto. Até o momento já foram substituídas 140 placas e, ao longo de toda a rodovia, este número deve superar 570.
O processo de recuperação de pavimento rígido é complexo e precisa seguir uma série de etapas para que alcance a qualidade, durabilidade e segurança desejadas. Elas incluem: corte, demolição e remoção da placa comprometida; limpeza e preparação da superfície para receber novo material; nivelamento e compactação da base, assentamento de nova placa, concretagem e curas química e úmida, corte das juntas e por fim a selagem.
Durante todas as etapas são realizadas inspeções e testes para garantir a qualidade do trabalho, incluindo nivelamento, alinhamento, espessura e resistência do pavimento, para que possa suportar o tráfego de forma eficiente e prolongar sua vida útil.
NOVOS RADARES
Ao longo da BR-163, além da requalificação de pavimento, já em curso, foram identificados três pontos que demandam intervenção emergencial, com foco na segurança viária:
Km 138, onde são registradas imprudências relacionadas ao excesso de velocidade.
Km 141, retorno com registro frequente de acidentes, que além de obras de pavimentação, passará por revitalização de toda a sinalização.
Km 160, um trecho sinuoso, com registro frequente de acidentes resultantes de excesso de velocidade.

Nestes três pontos da rodovia, também serão implantados radares, contribuindo para o respeito da velocidade da via e redução de acidentes. Tais implantações seguirão cronograma a ser definido após aprovações da ANTT e PRF.
TRIPARTITE
A EPR Iguaçu, através da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), efetivou no último dia 6, a implantação da comissão tripartite. Um colegiado que reúne representantes da ANTT, concessionária e dos usuários da rodovia, dentre eles integrantes dos setores de transportes e produtivo, bem como dos poderes públicos, associações de municípios e forças de segurança.
A criação do colegiado é uma previsão contratual, reforça o relacionamento e diálogo com a sociedade. O trabalho da comissão, que se reunirá periodicamente, visa garantir a transparência na gestão da concessão, bem como a fiscalização e proteção dos interesses dos usuários e qualidade dos serviços prestados pela concessionária.
PITACO DO PITOCO
Quando teve início a implantação do pavimento em concreto na rodovia 163 criou-se a expectativa de algo durável. Falou-se em quase duas décadas de durabilidade. A realidade veio na contramão.
Os trechos pavimentados com essa tecnologia rapidamente se exauriram. Passa a impressão que fizeram um laboratório aqui, fomos cobaia.
Como o governo do Paraná está aplicando a pavimentação em concreto na região Leste do Estado, afere-se que a tecnologia evoluiu.
Nada porém resiste à fiscalização frouxa no sobrepeso dos veículos de carga. Sem a balança, o concreto sucumbirá novamente.
Como o reparo ficará às expensas da própria concessionária, é de interesse da EPR que a fiscalização funcione.
Em tempo: não se trata de nova tecnologia. A Alemanha nazista, já na primeira metade do século XX, utilizou o concreto no pavimento em grande escala. As Autobahn, projetadas para alta velocidade com espessas camadas de concreto, foram construídas também para suportar o trafego militar.
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O botão mágico
Tecnologia a bordo permite detectar seu bocejo e sugerir uma parada para o cafezinho, mas aquele botãozinho no porta malas…

Puxa, e se o Criador tivesse provido o sapiens com quatro braços e um olho na nuca, desempenharíamos melhor?
Vou tentar responder essa pergunta ao final. Sempre fui adepto das maravilhosas tecnologias da transição energética.
Fui um dos primeiros cascavelenses a intalar um telhado solar. Paguei o preço. Naquela
ocasião, o payback, retorno sobre o investimento, era de longos sete anos. Hoje, na metade desse período, a paga já chegou.
Na sequência fui também um dos primeiros a pedalar bike e pilotar scooter elétricas. Sem barulho, e sem fumaça!
CINQUENTÃO
Quando completei meio século de existência, presenteei-me com um híbrido, aquirido junto ao assinante 01 do Pitoco, Germano Zeni.
Trata-se de um valente e sofisticado Toyota Prius, veículo mais tecnológico que eu havia dirigido até então. Também ali busquei transformar o ato da locomoção em algo mais gentil ao planeta.
Agora a revenda Volvo local me dá a oportunidade de fazer um review com um EX 30, veículo eletrizante, incapaz de sorver qualquer gota de combustível fóssil – condição sine qua non para eu trocar a viatura.
TELONAS
A tela grande devora todos os botões físico, e causa certo espanto no início, mas logo nossa sapiência já treinada para telinhas e telonas do dia adia absorve o desafio.
Com a chave por perto, não se liga mais e nem desliga o carro girando esse objeto em uma fenda. Basta se afastar para desligar tudo e lacrar. Movimento inverso
liga tudo.
O câmbio não está mais onde sempre esteve. Agora é no volante. Você vai passear com as mãos lá onde ele sempre esteve e encontrar o vácuo, até adestrar o cérebro.
A inteligência a bordo pode ser assustadora. O robô percebe que você está olhando para os lados ou bocejando. Lança um sinal sonoro, mostra um xícara de café e sugere uma parada para descanso. E as câmeras frontais e de ré? O que é aquilo?
OLHO NA NUCA?

Incrível a que ponto chegamos. Mas quero voltar para o parágrafo inicial dessa prosa. Quem nunca chegou esbaforido e atrasado com centenas de sacolinhas de supermercado ocupando ambos os braços, e se deparou com o porta malas lacrado?
Pois é, põe tudo no chão e abre? E para fechar com a sacolada nos braços? Ergue tudo nos bíceps e tenta empurrar a tampa do porta-malas para baixo? Quem nunca? Pois é, ali tá o botãozinho mágico. É pressioná-lo para ver a tampa subir ou descer.
Acredito que agora não seja mais possível dotar o sapiens de quatro braços ou ganchos para carregar sacolas de supermercado. E também não é possível instalar um olho na nuca, tipo câmera de ré.
Dadas as complexidades de tais operações, e mediante tantas inovações que vejo nesse veículo, já tenho uma preferida, embora talvez seja a mais simples de todas: o botão mágico do porta malas!
Por Jairo Eduardo. Ele é jornalista, editor do Pitoco e assina essa coluna semanalmente no Jornal O Presente
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