De uma pescaria se espera peixes. Na pescaria dos Paludo com Mazurek, “fisgou-se” bilhões de poedeiras, ovos férteis e pintinhos. Há 25 anos nascia a Pluma Agroavícola, conglomerado sediado em Cascavel com faturamento de cooperativa grande

Era para ser somente uma pescaria de amadores no peixe e profissionais nos bichos de penas e bicos. A conversa passou pelo futebol, cantarolou-se música sertaneja raiz da linha “Gilberto & Gilmar”, pitadas de política e de repente a prosa veio para o mundo dos negócios.
Os três pescadores de 25 anos atrás eram Lauri Francisco Paludo, seu irmão Adriano e o colega de trabalho Mauri Mazurek. Ali nascia a Pluma Agroavícola, “ovo fértil” que eclodiria nos anos seguintes um vasto conglomerado de empresas no segmento agro. Com mais de 13 mil colaboradores na folha de pagamento, sediado em Cascavel, o Grupo Pluma responde hoje por 25% da exportação de ovos férteis do Brasil.
Os números são inimagináveis para quem começou em um “fundo de quintal” com cinco funcionários e 12 mil matrizes adquiridas a prazo para pagar com produção de ovos. Hoje o grupo aloja 6 milhões de matrizes, aves que produzem mais de 1 bilhão de ovos por ano, ou incríveis 32 ovos por segundo. Desde que você começou a ler esse texto até esse ponto, pouco mais de um minuto, as poedeiras da Pluma produziram 2 mil ovos.
Quando contemplarmos o crepúsculo de 2024, o plantel terá produzido 450 milhões de pintinhos. Não seria exagero definir Paludo como o “rei do pinto”, embora a modéstia
dele dispense essas mesuras.
É o “milagre da multiplicação dos ovos” que gerou uma holding capaz de faturar R$ 7,3 bilhões/ano, patamar que posiciona Paludos e Mazurekes em um desempenho financeiro semelhante à cooperativas gigantes do Oeste.
De funcionários de grandes empresa como BRF Sadia e Globoaves para donos do próprio bico, os sócios do grupo Pluma saíram da roça mas a roça não saiu deles.
Nas águas de março, Paludo convoca algumas centenas de amigos para celebrar seu aniversário em ritmo de viola caipira na chácara dele no distrito de São João do Oeste. Por ali já desfilaram duplas como Ataid e Alexandre, Gilberto & Gilmar e os sucessores de Milionário e José Rico. As celebrações, que incluem outro aniversariante, Robertinho Miotto, são apresentadas no convite que vem pelo zap como “2º maior evento de Cascavel”, sugerindo posicionar-se atrás apenas do Show Rural Coopavel.
Na entrevista a seguir, concedida no Fullnez Podcast Studio para o Pitocast, o presidente do Grupo Pluma, Lauri Paludo, atribui o crescimento exponencial ao relacionamento
de lealdade, transparência e confiança com parceiros de jornada.
Pitoco – Fale algo sobre sua trajetória até aqui…
Lauri Paludo – Atuei por 17 anos como chefe do departamento comercial de matrizes de cortes da BRF Sadia e outros 10 anos como gerente comercial da Globoaves. Aprendi muito com essas experiências, sou orgulhoso e grato aos diretores dessas corporações que confiaram a mim cargos de tanta responsabilidade e aprendizados.
O mundo corporativo é também uma sala de aula…
Nos ensina muito, mas a escola da vida mesmo vem do nosso lar, da família. Tivemos uma infância difícil, perdemos nosso pai ainda muito jovens. Minha mãe foi muito guerreira, com a sabedoria e o jeitinho dela, manteve a família unida, fato que permitiu importantes avanços para cada um de nós.
Com 25 anos de Pluma, já temos uma transição geracional dentro da empresa familiar, é isso?
Sim, contratamos uma empresa especializada que está nos assessorando para fazer a sucessão. Dois filhos meus já atuam na área comercial da empresa. O Maurício, filho do Mazuerek também está há anos dentro da companhia, mais recentemente a Laura, já são quatro da segunda geração e mais gente chegando aí.
Como faz para assegurar que a geração seguinte apresente o mesmo desempenho dos fundadores? Os filhos não estão lá por que são filhos dos sócios. Estão lá por que são excelentes profissionais, gabaritados, tomando decisões firmes dentro da empresa. Todos atuam dentro da doutrina desenvolvida pela diretoria. Descendentes que tem aptidão para trabalhar conosco, terão seu espaço. Quem não tiver aptidão poderá ser sócio dentro de uma regra corporativa específica da empresa.
Como você administra suas muitas atribuições na condição de presidente de uma holding internacional de 13 mil funcionários com a vida pessoal?
Quando a gente quer, arruma tempo para tudo. Exemplo: tenho quatro netos, três meninos e uma menina. Sempre que possível, encontro um tempinho para buscar netinho na escola. Não quero deixar herança, quero deixar sucessores, um legado, um exemplo para seguir, para que nossos sucessores tenham confiança e saibam de onde vieram as coisas e para onde vão.
Está viva ainda em sua memória como a Pluma surgiu naquela pescaria, mais de duas décadas atrás? Iscou peixe e pescou galinha?
Pois é, estávamos na pescaria, eu o Adriano e o Mazurek, de repente veio a ideia de começar uma empresa. Depois fizemos outros encontros no bar do Bedin em alguns finais de tarde, onde definimos estratégias para começar o negócio.
“Os filhos não estão lá porque são filhos dos sócios. Estão lá porque são excelentes profissionais, gabaritados, tomando decisões firmes dentro da empresa. Todos atuam dentro da doutrina desenvolvida pela diretoria.”
Imaginaram que do modesto bar do Bedin sairia um negócio bilionário, e que ali estava o “rei do pinto”?
Ninguém poderia imaginar. Sempre fomos muito discretos, mas agora que temos um número especial, os 25 anos de caminhada, decidimos relatar a história para nossos clientes e a sociedade. Com pés no chão, munidos da vontade de trabalhar, visão global do mercado nacional e internacional e bons parceiros, fomos crescendo.
Com foi o salto para fechar o ciclo, do ovo fértil, pintainho de um dia para os frigoríficos?
Em 2006 implantamos o primeiro frigorífico, entrando no ramo de frangos, adquirindo empresas, construindo joint ventures. Isso trouxe para o grupo também dois frigoríficos de peixes, trabalhando com tilápias no Mato Grosso do Sul.

Marcante foi o anúncio da parceria com a gigante C.Vale. Como chegaram a esse marco?
Sempre fomos parceiros da C.Vale. Em uma conversa informal com o presidente da cooperativa, Alfredo Lang, falei meio que brincando de aprofundar a parceria. Para nossa surpresa, o Lang respondeu: “Vou estudar essa possibilidade”. Daí surgiu a Plusval que hoje abate 450 mil frangos por dia em Umuarama, Iporã e Capanema. Acredito que esse seja um arranjo inédito no Brasil, baseado em confiança, respeito e transparência.
Quando falamos em números a conversa fica espantosa: 90 milhões de ovos férteis/mês, abate de 900 mil frangos, 450 milhões de pintainhos… São números magníficos, mas veja bem, não temos obsessão por ser os maiores, sempre digo para minha equipe que precisamos ser os melhores, isso vale mais que volume. Profissionalismo, confiança e boas parcerias nos levarão a esse estágio.
Em que pontos do mapa é possível encontrar o DNA da Pluma?
Produzimos para nós próprios e para o mercado. Exportamos 25% da produção dos ovos férteis para Venezuela, México, África e Paraguai. Atendemos o Brasil inteiro com pintainhos de um dia.
Por que frango é um bom negócio?
O frango já foi estrela de planos econômicos em diferentes governos, é salvação da nação em termos de segurança alimentar, é a proteína mais barata do mundo. Carne saborosa, consumo grande em todo planeta, tem muito espaço para crescer. O Brasil é o maior exportador do mundo e estará sempre na liderança. Não haverá outro país com as condições sanitárias, qualidade, vocação, clima e matéria prima como o nosso.
Na pescaria lá de trás apareciam a galinha e o ovo no cardápio. Somente anos depois surgiu a tilápia. Como o negócio da Pluma ganhou escamas?
É verdade, crescemos com aves, com a boa técnica, conversão alimentar. Então percebemos que é possível levar esses ganhos genéticos do frango para a tilápia, com mais produtividade, mais ganho diário. O mercado é igualmente gigante, não só o interno, como também da exportação, principalmente para os EUA.
Será possível, com ganho de escala, algum dia tornar a proteína da tilápia tão popular quanto o frango?
Tilápia é outro patamar, nunca será ofertada ao preço do frango. Os custos e processos são muito diferentes. Mas é uma atividade muito promissora, empresas paranaense estão exportando volumes significativos do filé de tilápia.

Chegar ao topo é uma coisa. Manter- se lá é outra. A Pluma está pronta para manter-se na liderança nos próximos 25 anos?
O time que temos em campo é muito forte. A cultura da empresa está bem absorvida por todos. Jogamos aberto, valorizamos pessoas, respeitamos parceiros, passamos confiança. O que você pensar de tecnologia aplicada internacionalmente, está aplicado em nossas plantas hoje. Nossos núcleos de matrizes estão blindados na sanidade. Nossa incubadora em Iporã, o maior da América Latina, onde são incubados mais de 13 milhões de ovos, é inteiramente automatizada, um nível de higienização sem comparação, cuidados sanitários equivalente às mais rigorosas práticas adotadas nas UTIs dos melhores hospitais do mundo.
O sucesso da Pluma então não é voo de galinha?
A trajetória da Pluma permitirá voos altos e longos porque está baseada em algumas palavras e doutrinas muito fortes: trabalho, confiança e transparência aplicadas com as melhores práticas corporativas do mercado avícola internacional. Que venham mais 25 anos, estamos preparados!
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Notícias explosivas
Explosão de “bipes”: o maravilhoso mundo novo, que oscila entre a inteligência artificial e a burrice natural

Incrível que um grupo significativo de homens e mulheres ainda usem o aparelho que antecedeu o onipresente e onisciente aparelho celular.
A primeira surpresa está aqui: integrantes do Hezbollah, grupo considerado terrorista pelo Ocidente, financiado pelos petrodólares do Irã, usam pagers, aparelhos desenvolvidos nos anos1960 que se popularizaram nas décadas seguintes, antes do crescimento do uso dos celulares. No Brasil esses aparelhos ficaram conhecidos como “bipes”.
Segunda surpresa explosiva: os pagers explodiram nos bolsos de mais de 2 mil integrantes do Hezbollah no Líbano, no último dia 17 de setembro, ferindo 2.750 militantes do grupo e matando nove pessoas.
Os ativistas rapidamente apontaram o dedo para Israel, inimigo histórico, país acusado de ter introduzido explosivos nos aparelhos. As imagens das câmeras de segurança em mercados e vias públicas mostravam coisas incríveis. Um homem escolhia verduras e de repente seu bolso explode. Pessoas correm, o infeliz vai ao chão.
A pergunta que não tinha uma resposta razoável ainda até o fechamento dessa edição era: como é possível fazer explodir milhares de aparelhos ao mesmo tempo? Como explosivos foram parar no interior de equipamentos quase analógicos?
É coisa da inteligência artificial (IA)? E a questão mais intrigante: Em algum momento, a IA poderá fazer explodir os celulares? Já imaginou? Não haveria nada mais eficaz para personalizar a eliminação de alguém. São mais de 5 bilhões de aparelhos ativados no planeta.
O Papa usa, o presidente americano também, o Putin, o Maduro. Até o Trump usa, agora escolhendo a orelha, já que uma delas parece ter sido danificada recentemente.
Pesquisas que estudam os impactos do uso mostram que na maior tempo do dia, e da noite, no banho ou fazendo amor, a grande maioria dos usuários jamais fica há mais de três metros do aparelho.
Seria o crime perfeito, aquele sem pistas. Apertou-se um botãozinho em outro país, e “booommm”, tudo foi pelos ares. É trágico e assustador, mas talvez seja o único jeito de separar alguns de seus aparelhos.
É o maravilhoso mundo novo, oscilando entre a inteligência artificial e a burrice natural. Seremos saudosos dos tempos que tentava-se eliminar alguém a cadeiradas!
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154 andares em Camboriú
Senna Tower será o empreendimento residencial mais alto do mundo e irá exigir aportes de R$ 3 bilhões

AFG Empreendimentos, uma das maiores incorporadoras e construtoras do Brasil, que atua há mais 40 anos no mercado de alto padrão, acaba de apresentar o Senna Tower — projeto inédito no mercado imobiliário, desenvolvido pela construtora em co-branding com a Marca Senna, criada pelo próprio Ayrton Senna.
Depois de mais de cinco anos de análises e estudos aplicados, o residencial será construído na icônica Balneário Camboriú, cidade com maior valorização imobiliária no Brasil. O empreendimento será um supertall, categoria dos edifícios acima de 300 metros de altura.
O conceito do Senna Tower é assinado pela artista plástica e antropóloga Lalalli Senna, sobrinha do piloto. “Toda grande história começa com uma jornada. Uma jornada de descoberta, crescimento e transformação. O Senna Tower é uma obra de arte de proporções monumentais: um símbolo que nos inspira a buscar superar nossas limitações
para expressar o que há de grandioso dentro de nós. A torre tem esta forma arquitetônica justamente para simbolizar essa trajetória heroica de superação em direção aos nossos ideais e a manifestação do nosso potencial profundo”, diz
Lalalli Senna.
Serão 228 unidades distribuídas em 154 andares, com 18 mansões suspensas de 420 a 563 m², 204 apartamentos de até 400 m², quatro coberturas duplex de 600 m², duas mega coberturas triplex de 903 m² e 8 elevadores de ultravelocidade. Haverá 6 pavimentos de lazer privados, distribuídos em vários andares do empreendimento, além de Roof Top destinado exclusivamente ao residencial, totalizando mais de 6 mil m² de área de lazer.
“Mais do que avançar em conhecimento, inovação construtiva e tecnologia, estamos estabelecendo um marco global na construção, exigindo uma preparação meticulosa de todas as engrenagens, desde a concepção dos conceitos junto com a Marca Senna, passando pelas soluções técnicas em discussões e viagens ao redor de todo planeta, até o planejamento logístico minucioso para uma execução com excelência da obra”, destaca o release enviado pela construtora.
O investimento do Senna Tower é de aproximadamente R$ 3 bilhões. O projeto já recebeu a aprovação do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), a Licença de Implantação Ambiental (LAI) e a aprovação na prefeitura municipal de Balneário Camboriú.
Sustentabilidade e inovação
O Senna Tower foi concebido com premissas técnicas fundamentadas em segurança, inovação, tecnologia e sustentabilidade.
Será o primeiro edifício da América Latina a implementar o Tuned Mass Damper (TMD), que cumpre a função de auxiliar na estabilização para mitigar o efeito dos ventos. Contando com alta expertise de engenharia, que permitirá a chegada ao Brasil dessa solução, o TMD é hoje uma das mais avançadas soluções para edifícios altos e esbeltos no mundo.
Atualmente o empreendimento será o primeiro residencial supertall do mundo a receber o selo LEED Platinum, sigla para Leadership in Energy and Environmental Design (Liderança em Design Ambiental e de Energia), o maior nível de classificação de construções sustentáveis do mundo.

IDEALIZAÇÃO E REALIZAÇÃO
A FG Empreendimentos é a responsável pela realização do projeto, com a incorporação e construção do Senna Tower. As marcas Senna e Lalalli Senna apresentam o conceito criativo da torre e design de interiores. O empreendimento será construído com investimentos da FG em parceria com a família Hang, já que o dono da Havan entra com o terreno no negócio. O lançamento do Senna Tower está previsto para o último trimestre de 2024.
Por Jairo Eduardo. Ele é jornalista, editor do Pitoco e assina essa coluna semanalmente no Jornal O Presente
