Li um post que dizia: a força da mulher é o que move o mundo.
Essa frase me fez refletir, porque existe uma verdade gritante nela, uma verdade que sequer pensamos a respeito.
Quando olhamos para o nosso papel, impossível não termos consciência de que somos o meio de transporte perfeito que Deus elegeu para trazermos os seres humanos ao mundo. Diante desse fato tão determinante na vida de cada um de nós, compreendemos também porque Deus nos fez fortes, determinadas, criativas, porque Ele nos aparelhou com uma dose extra de compreensão, doação e afeto.
Diante de tantos desafios que enfrentamos, buscamos soluções e encontramos saídas, mesmo, às vezes, sem forças achamos um jeito de fazer dar certo.
Trabalhamos, estudamos, cuidamos da casa, criamos filhos, cuidamos de marido, acomodamos tudo ao nosso redor. Temos um colo sem tamanho para embalar os sonhos e as dores de quem amamos.
Nas nossas lutas diárias, muitas vezes nos esquecemos de nós, buscando o bem-estar dos outros. Emprestamos toda a nossa utilidade, muitas vezes deixando com isso o que e quem somos para trás. Damos prioridade a todos ao nosso redor e sem perceber vamos encolhendo o nosso eu.
Diante da vida tão complexa e cheia de desafios, por saber que somos fortes, abusamos dessa prerrogativa até a exaustão, permitindo inclusive que abusem dos nossos “super poderes”.
Pensei sobre tudo isso enquanto tomava café. Olhei para o guardanapo de papel e de imediato me veio o pensamento: como muitas de nós se permitem ser usadas somente na sua utilidade, esquecendo-se de si e do seu valor, esquecendo que também precisam de cuidados, de amparo e de amor.
Então lembrei que, muitas vezes, se faz necessário uma pausa, um intervalo no doar sem medidas para reservar um tempo de autocuidado, quer fisicamente como emocionalmente também. Isso se faz necessário, porque só teremos condições de sermos o que nos propusermos ser quando o nosso interior estiver saudável e equilibrado.
Como a nossa essência humana não tem como ser separada da mãe, profissional, filha, neta, esposa ou amiga, para que tudo possa acontecer de forma leve, precisamos olhar mais para nós de um jeito especial, nos dedicando aos detalhes, fazendo escolhas conscientes a respeito do viver e servir.
Precisamos lembrar que podemos sonhar, que existem projetos na gaveta que podem se tornar reais, que a vida não anda em círculos e que servir, cuidar e se dedicar aos outros é um dos capítulos do viver, um lindo capítulo mas não o único.
Precisamos olhar para nós, lembrarmos de quem somos, o que somos, analisando como estamos conduzindo os nossos dias, não esquecendo aonde desejamos chegar.
Que continuemos a ser força e luz na vida daqueles que a partilham seus dias conosco, nunca esquecendo da nossa luz própria, dos nossos projetos pessoais e de tirarmos o nosso sonho da gaveta e fazer acontecer.
Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)
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