Muito do que vivemos está no automático. A gente repete quase sempre os mesmos rituais, não dando muita importância para os resultados. Aí, quando os resultados são desastrosos, antes de observarmos o que nos levou a tal situação, vamos logo procurando os culpados.
Estranho e nada verdadeiro quando apontamos já de cara os outros.
Se observarmos os nossos comportamentos, muito provavelmente iremos identificar as tantas vezes que fugimos da responsabilidade, porque quando a culpa não for nossa, tudo parece fazer sentido.
E nessa busca de colocar a culpa nos outros, deixamos de enxergar as coisas como realmente são, ficando muito mais fácil fingir que não somos responsáveis por aquilo que nos causa mal-estar.
Presos nesse padrão de comportamento, não crescemos, não desenvolvemos a nossa potencialidade de fazer as melhores escolhas, e vamos aceitando tudo de qualquer jeito.
Na certeza errônea de que os outros são os responsáveis por tudo, deixamos as oportunidades passarem sem enxergá-las e a vida se torna um nada a ver com coisa nenhuma, sobrando só as queixas.
A gente precisa compreender que tudo na vida é um processo, que não existe código de segurança e nem chave que vira e traz mudanças repentinas.
A gente precisa acordar do sono da Cinderela e tomar responsabilidade com as nossas escolhas. Porque, enquanto ouvirmos os outros, seguirmos o desejo dos outros e tivermos os outros como “escritores” da nossa história de vida, a vida não será nossa e acontecerá de acordo com o que o outro deseja, e muito provável não tem nada a ver com o que precisamos e esperamos para nós.
Ter a vida que a gente imagina requer coragem e atitude. Coragem para correr riscos e se permitir ir além, e atitude para fazer acontecer.

Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)
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