Quando olho para o mundo e vejo tantas tragédias acontecendo, me pergunto: como pode que ainda tem gente tão presa em mimimis?
Como pode que diante do caos que vivemos, dessa pandemia desenfreada, da fome, miséria de toda a natureza, guerras, gente morrendo doente, do vírus, de calor, de frio e de medo; gente desesperada querendo fugir sem saber pra onde, desconsolo e desamparo, ainda tem gente sofrendo e fazendo outras pessoas sofrerem pelas suas fantasias e cobranças insanas?
Com o mundo ruindo, a vida nunca foi tão preciosa, mas tem gente que ainda não entendeu nada. Tem muitos presos em sua pequenez querendo arrastar os outros para o seu mundo egoísta e infeliz.
Insanamente ainda se briga por ciúmes bobos, se criam conflitos desnecessários, pares se digladiam por coisas sem importância e pais e filhos vivem um distanciamento nunca visto.
As pessoas parecem andar em círculos. Vivemos uma época em que só se exige e não se conversa, um tempo estranho em que, mesmo com tantas desgraças, ainda não se aprendeu a valorizar e respeitar uns aos outros.
Será que nada do que estamos vivendo está servindo para mover a sensibilidade e fazer com que se aprenda que viver, principalmente compartilhar a vida com outras pessoas, requer de nós comportamentos mais serenos, com mais compreensão, respeito e amor?
Será que temos o direito de viver de acordo com as criações da nossa mente, inventando confusões pelo caminho?
São tantas perguntas para buscar compreender essa gente que vive com os dois pés nos mimimis, mas quanto mais se busca uma resposta, mais distante da compreensão vamos ficando.
É muito culpar o outro pelas bagunças interiores e pouca compreensão das próprias dificuldades e deficiências. É muito exigir e pouco dar. É muito dedo apontado, muito desejo de impor a própria vontade e poucas atitudes positivas.
Em época de solidariedade, de construir pontes, parcerias, de um ajudar o outro, de união entre os pares e de buscar focar na família e naqueles que amamos, nunca foi tão visível os descompassos dessas relações. Está muito difícil mover as pessoas a pensarem que nada é eterno, a não ser o bem que fazemos. Que a vida é um sopro e que viver em harmonia traz felicidade para o coração e paz para a alma.
Está difícil lembrar de Deus e fazer uma aliança, buscando serenar o coração e compreender os outros respeitando a sua individualidade.
Está difícil entender por que tantos complicam o que pode ser tão simples, e é.
Então, já passou da hora de cada um fazer uma visita interior e avaliar seus sentimentos e atitudes, antes que seja tarde rever como tem agido e no que vem contribuído para que a vida seja do jeito que está. É muito mais fácil e cômodo culpar os outros quando só olhamos de nós para fora, mas é preciso que se faça o caminho inverso. Mesmo que doa, reconhecer a própria responsabilidade faz com que mudanças positivas possam acontecer, caso contrário, tudo vai piorar.
A maior parte da vida incrível que queremos viver está dentro de nós, nos pensamentos positivos que podemos construir demonstrados através das nossas atitudes.
É hora de buscarmos por toda a resiliência e inteligência emocional que possamos ter, nem que seja uma faísca.
É hora de pararmos de mimimis e fazermos a nossa parte, por nós e por aqueles que amamos.
Quando compreendermos que muito do que vivemos depende de nós, então faremos acontecer a vida que sonhamos. Menos mimimis e mais atitudes positivas farão toda a diferença.
Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)
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