O Presente
Silvana Nardello Nasihgil

Época de erotização e relações “líquidas”

calendar_month 23 de fevereiro de 2023
3 min de leitura

Quanta gente se casa impulsionado pelo envolvimento sexual como base para a relação. Relações embasadas na sexualidade fatalmente têm tempo de validade.

Pares se formam pelo desejo, pela erotização, onde um não sabe o básico sobre o outro, sequer sabem a cor preferida do outro, não sabem nada além da parte física, não conhecem a história de vida e sequer imaginam se existem projetos futuros.

Infelizmente, vivemos uma época de erotização e a sexualidade tem sido a base para muitos estarem juntos, se relacionarem e até casarem.

Então, estamos criando meninas e meninos, e meninas e meninos não casam, precisam amadurecer e compreender a seriedade desse comprometimento.

As relações estão cada dia mais líquidas e qualquer probleminha, por menor que seja, vira uma guerra que faz com que os casais se tornem inimigos mortais.

Casamento não tem nada a ver com isso. É um passo muito sério, a partir do qual as pessoas se comprometem a, além de cuidar de si, cuidar do outro com zelo e amor.

Casamento é uma parceria que precisa ter seriedade, maturidade, comprometimento, partilha, escuta, acolhimento e o desejo de fazer dar certo.

E o amor?

O amor por si só não mantém relação nenhuma. Se não houver maturidade para compreender que é uma relação a dois, não existe amor no mundo que possa manter o par unido.

Existem casais que se gostam, se respeitam, escolheram viver juntos e são muito felizes, porque entendem o que é necessário para que a relação possa dar certo. Entre eles não existe o amor romântico, e está tudo certo.

Precisamos parar de banalizar as relações matrimoniais, porque através delas se constrói famílias, e nessa história estaremos envolvendo os filhos, pessoas que virão e não precisam dividir o caos dos irresponsáveis.

Precisamos repensar nossos valores, principalmente os pais que hoje permitem que adolescentes de 12, 13 anos namorem, e, não bastasse isso, durmam juntos na própria casa, avalizando a sexualidade como se fosse uma necessidade básica.

Gente… criança não transa, não namora e não tem condições de discernir sobre a vida e a sexualidade. Criança precisa ser amada, ensinada, cuidada, precisa compreender que para tudo existe o tempo certo.

Crianças são crianças; adolescentes apenas saíram da infância e precisam crescer e amadurecer, não só fisicamente como emocionalmente. Precisam compreender o que é responsabilidade, amor próprio e autorrespeito. Só então poderão agregar outra pessoa em suas vidas.

Precisamos tomar para nós a responsabilidade de estarmos criando crianças eternas que se envolvem com outras crianças. Nesse processo, precisamos saber que a falha está em não permitir que as crianças amadureçam, sendo facilitadores da ultrapassagem rápida das etapas de vida.

Para pensar!

Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

 
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