Como mulheres, precisamos compreender que, felizmente ou infelizmente, funcionamos diferente dos homens. Não podemos esperar que eles supram as nossas expectativas, mas podemos falar sobre tudo, o que nos agrada e o que desagrada.
Acostumamos reclamar e sapatear insanamente para atingir os nossos objetivos e, sem dúvida, não é o caminho. Esquecemos do atalho que nos leva ao entendimento: falar sobre tudo. Por isso temos a palavra que, sem dúvida, é a grande aliada na solução dos problemas, ou pra ficar ou pra ir embora.
Um homem sensato e comprometido saberá ouvir sua parceira e de boa vontade adequar com ela o que for necessário para fazer a relação dar certo. Caso isso não ocorra, depois de insistir, é necessário rever até quanto o outro ainda quer estar. Não existe mágica quando alguém já desistiu, por isso toda cautela é pouca.
Não podemos crer que o outro tenha uma bola de cristal e que saiba o que fazer para nos agradar. Assim, nos também precisamos rever nossos comportamentos para compreender até quanto estamos buscando o equilíbrio da relação ou a satisfação dos próprios caprichos.
Quando algo não dá certo, a culpa é de quem? Será que não estamos contribuindo para o desequilíbrio com exigências demais, silêncios, ausência física, expectativas demais, cobranças sem-fim, indiferença, falta de respeito, dificuldade em ouvir, falar e se posicionar diante da relação e da própria vida?
Precisamos sempre avaliar e observar, não só o comportamento do outro, mas o que estamos fazendo, como estamos agindo diante das responsabilidades que exige uma relação de pares.
Culpar o outro é sempre muito mais fácil do que enxergar os nossos erros, mas é muito nobre sabermos que não somos perfeitas.

Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)
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