Esse copo de leite me trouxe uma resposta linda da qual não consigo deixar passar sem fazer uma reflexão.
Ganhei essa flor há mais de três anos. Veio linda em um vaso. Quando as flores morreram, plantei no jardim com a esperança que florescesse novamente. As folhas secaram e ele adormeceu.
Foi um tempo longo de espera. Ele renascia, suas folhas brotavam viçosas, mas nunca mais floriu.
Jamais pensei em exterminá-lo. Vivi na esperança de um dia ser presenteada novamente com a sua beleza.
Solitário no jardim, ele insistia em continuar a viver, ora era batatinha sob a terra, ora eram folhas que me mostravam que ele ainda estava vivo, e eu esperei. Esperei ansiosa pelo dia em que ele resolvesse florir novamente.
Ele me ensinou todos esses anos que a fé, perseverança e a esperança mantêm vivas todas as coisas. Compreender que Deus tem o tempo certo para tudo, ter fé e crer que tudo pode se fazer novo outra vez me deu a certeza que esse dia chegaria.
Hoje, depois de longos 3 anos de espera, acordo e de longe avisto um ponto amarelo balançando ao vento. Exclamei alto: meu Deus, você veio! Corri para ver e lá estava ele, lindo, perfeito, parecia sorrir com os raios de sol.
Admirei a sua beleza, logo me veio um sentimento bom por nunca ter perdido a esperança, tendo dado à ele a chance de renascer no seu tempo, como um presente divino mostrar o seu esplendor encantando os meus olhos e alegrando o meu coração.
Isso não diz só sobre o meu amado copo de leite, fala sobre nós, nosso imediatismo, falta de fé, perseverança e esperança.
Quantas vezes queremos apressar a vida, deixando de viver e experimentar coisas incríveis.
Podamos sem consciência o direito de Deus fazer acontecer cada coisa no seu tempo.
Quantas vezes, sem esperança, encurtamos o caminho, a fé se dissolve e as respostas são desastrosas.
Serenidade, perseverança, esperança e fé são os ingredientes necessários para uma vida equilibrada e feliz. Se entendermos que tudo tem o seu tempo, que da semente até o fruto existe um processo, paramos de se desesperar e aguardamos, participando ou só observando o dia em que aquilo que esperamos esteja pronto para nós.
Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)
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