O Presente
Silvana Nardello Nasihgil

Já parou para pensar sobre o valor da vida?

calendar_month 30 de maio de 2024
3 min de leitura

Quem subestima tamanho, força e aparência não entendeu nada da vida.

Um ser desses com um “beijinho” indolor pode deixar até a pessoa mais valente prostrada.

Infelizmente tem coisas que a prevenção faz pouco ou quase nenhum sentido.

Foi um verão polvilhado a repelente até dentro dos “zoio”, pátio limpo, sem nada que pudesse depositar uma gota de água, e tudo estava indo conforme o cronograma.

Esfriou, ufaaa…Esfriou! Foi deixar de usar repelente por uma semana, mesmo usando roupas grossas e longas… e pronto! Não sei de onde o ser apareceu, não sei como me encontrou e sequer consigo imaginar como me elegeu. Só sei que o tal tem nome, se chama Aedes, e tem até sobrenome Aegypti, pode isso produção?

Aedes aegypti, bicho fino. E quer saber? Eu preferia nem saber que existe quem dirá tê-lo conhecido.

E cá estou fazendo parte da estatística da dengue no Brasil. Nesse ano, segundo levantamento de dias atrás, são 5.213.564 casos. Assustou? E ainda faltava um monte de gente e eu que não fazíamos ainda parte desses números. Cá estou dengosa!

Tudo isso me fez pensar…

De tudo o que estou sentindo, um misto de tantas coisas, como dores no corpo todo, do tipo que dói até para tomar banho, escovar os dentes, desânimo, febre e demais sintomas típicos da dengue, o que mais está pegando forte é ter tempo pra pensar sobre o valor da vida como um todo.

Como a vida é surpreendente e como pouco pensamos sobre a brevidade dos dias, a importância das pessoas, o valor da saúde, poder dormir e acordar sem dor, comer e sentir o sabor dos alimentos, ter ânimo pra começar um dia, sentir felicidade nas coisas simples, poder abraçar quem amamos, escolher ter tempo de qualidade… e por aí vai.

Há muito eu não me sentia tão desanimada, tentando colorir a vida e ela teimando em ficar desbotada.

A noite passada eu senti uma tristeza profunda quando faltou forças até para orar. E com o pouco de forças que sobrou, eu agradeci e disse: Senhor, eu confio em ti! E adormeci.

Acordei mais animada, com menos sintomas, atendi no consultório, e senti a vida se acomodando aos pouquinhos. Fiz os exames necessários e fui ao hospital tomar soro. Aos poucos sinto a vida sendo colorida com pinceladas tímidas e estou confiante que logo tudo vai passar.

A gente não deveria compreender o valor da vida conhecendo o lado ruim para entender o lado bom.

Essa dengue veio para me fazer relembrar da minha fragilidade. Me pontuando como eu sou feliz e tenho me esquecido disso. Então Deus me disse: continua o seu caminho, mas presta atenção, seja mais grata por tudo, não perca os detalhes da vida, não se perca das pessoas que são especiais, fique atenta ao que Deus espera de você, em tudo o que fizer dê sempre o seu melhor.

Encerro esse dia, dengosa mas agradecida. Ainda dói, mas eu sei que vai passar!

Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

@silnasihgil

 
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