O Presente
Silvana Nardello Nasihgil

Não deixe sua carência te trair

calendar_month 9 de março de 2023
2 min de leitura

Muitas vezes, a gente insiste em construir castelos imaginários na areia, e, pior, muito próximo ao mar. Super valorizamos as nossas expetativas, acreditando que tudo aquilo que não está bom pode mudar.

Muitas coisas podem, sim, porque o outro se reconhece no processo e decide se comprometer. Agora, tem uma boa parcela de pessoas que só deseja viver das benesses das relações, fazendo nada ou muito pouco para se manterem dentro da história.

Quantas vezes deixamos as nossas carências nos trair? Quantas vezes romantizamos o desinteresse do outro como: é o jeito dele/dela?

E vamos seguindo, aceitando migalhas, nos esforçando e sofrendo até que a relação embasada no tanto faz nos desconstrua.

Precisamos aprender a nos amar e autorrespeitar. Esse é o caminho para olharmos para nós como alguém inteiro(a), alguém que merece reciprocidade naquilo que se dispõe.

Não faz sentido algum aceitar descasos, falta de interesse, atenção, conviver com gente que passa o dia no celular e sequer sabe dizer bom dia ou perguntar como está. Não faz sentido usarmos o tempo precioso das nossas vidas para serem ocupados por quem está em outra sintonia. Não faz sentido viver mendigando para que nos enxerguem.

Na vida existem muitas pessoas que certamente se importariam, valorizariam, pessoas que também buscam o acolhimento, escuta, respeito, conversas e tempo de qualidade. Essas pessoas não precisam ser pares, podem ser da família, colegas de trabalho e amigos. Existem pessoas incríveis em todos os lugares, mas quando estamos ocupados com gente “tanto faz” cremos que os espaços estão preenchidos e não permitimos que aqueles que valem a pena possam chegar.

A não consciência desse padrão de aceitação que muitas vezes nos permitimos viver é a responsável pela nossa falta de coragem de mudar. Cria-se uma cegueira para novas oportunidades e com o tempo não se consegue mais ver saídas.

A maior resposta é pararmos, olharmos para dentro de nós, analisarmos o que estamos vivendo e nos perguntar: é isso que eu mereço?

Diante da resposta à essa pergunta, cada um encontrará o caminho a seguir.

Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

 
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